quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Ausência Exasperadora...

Entre nós, por vezes, trafega o escuro 
Uma palavra sem pronúncia
Sem ligação com verbo algum...

Eu, voraz correnteza dos rios
No inverno chuvoso
Tu, uma porta fechada
Um muro cercado do inóspito vazio...

Entre nós, uma batalha travada
ao meio-dia sem meia luz...

Tu, poema sem rima
Sem sentindo algum
Eu, claridade na memória
Que ora murmurando o futuro do agora...

Tu, uma fenda no passado 
A escurecer o hoje
Eu, poema fecundo 
Dando rima à vida...

Tu, verbo que anuncia 
o vazio no fim do escuro túnel
Tu, náufrago do asfalto
que mergulha na areia
do cais soterrado de intrigas...

Eu, navegante de além-mar 
Passageira saltitante
da paisagem em movimento
em palavras transbordando de ternura
imagens e poesia...

E tu?... Nada haverá de definir
Essa ausência exasperadora
Que paralisa os ponteiros
Transformando as partículas solares
Em noites sem luar...

Ah!... difícil é ter que esperar
Essa eterna hora passar!...

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Imagem Google