domingo, 30 de julho de 2017

terça-feira, 18 de julho de 2017

Em Busca de Refúgio...

Sem modéstia...

Se a divina Providência
Pode me proteger
Que Deus me proteja 
Da subserviência do Estado
E do jogo de forças do mercado...

Afasta-me das inclemências
Vicissitudes do destino...

Socorre-me das infortunas aflições
Impostas pelo poder político...

Ajuda-me a fugir
da insegurança existencial
do espectro da degradação 
e humilhação social...

Clamo a Ti, Senhor, 
o Tempo que passou
e não volta mais...

Tempo em que a competição
Designava minha cota de risco...

E tudo era uma questão de Lei e Ordem
Classificando os sintomas 
Da vulnerabilidade da falta de lógica...

Rogo, ó Deus, pela ausência de sombras
Na eficácia da vigilância que me assegura
Um olhar atento às contradições sistêmicas...

E, assim, solapem os alicerces que sustentam
o Poder que nos transforma em fiéis súditos...

Já que é difícil calcular os constantes perigos
Permita-me uma condição de alerta constante...

Diante dos preconceitos e adversidades da globalização
Ou mesmo que haja uma valorização na diversidade global
Senhor, faz do Brasil meu eterno refúgio!...

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Imagem Google

domingo, 9 de julho de 2017

sábado, 8 de julho de 2017

Eu em mim II...

Ainda que falte muito
para eu saber quem sou
já existe uma parte de mim...

Admiradora da vida, 
amante da natureza, 
curiosa de meus sintomas
desconhecidos...

Sempre a procura de liberdade
brinco
é onde renasce a esperança
sou feliz...

Pela ânsia de aperfeiçoamento
no amor, adolescente 
tornei-me mãe
hoje avó...

Leitora por impulso, 
escrevinhadora aprendiz,
professora por convicção....

Pela sede de conhecimento
estudo
E por desejo de amadurecer:
vivo...

Pelo sonho de humanização,
cuidadosa com o Outro...

Em busca de mim, 
sigo sempre em frente...

Por eu não ser um todo: 
eis um pedaço de mim, 
Ínfimo fragmento da paixão...

Eterna aprendiz do viver!...

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sexta-feira, 7 de julho de 2017

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Sapiens: Uma Breve História da Humanidade

Vamos então ao conciso comentário sobre o livro “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade”, ali o autor fala sobre os humanos assim: apenas dois aspectos diferencia o Homo sapiens dos outros animais; e dentre o outro fator, foi através do seu poder de cooperação que o Homo sapiens saiu do continente africano e dominou o mundo, diferentemente dos animais, os seres humanos têm a necessidade de cooperar entre si, por um longo período de tempo, visando um objetivo comum, mesmo que não se conheçam... 

O outro fator preponderante: a capacidade de imaginar, através da imaginação o Homo sapiens é capaz de acreditar em histórias, contos ou mitos, a ponto de tais crenças passar a assumir um papel importante em suas vidas... Basta que alguém conte uma história e outros acreditem para se solidificar uma crença, assim a nossa realidade é construída a partir da imaginação, considerada pelo autor a força mais poderosa dos humanos, permitindo-lhes a viver uma realidade dual... A sobrevivência da realidade objetiva depende da realidade imaginada: da realização de desejos que criamos, e que são transformados em reais... Este é o outro aspecto que nos diferencia dos animais, que vivem uma realidade objetiva... 

Esse livro está sendo considerado inovador, pelo diferente enfoque que o escritor Yuval Noah dar a temas da historia da humanidade, como por exemplo, a revolução agrícola, onde ele expressa aspectos negativos, questionando o fato de que essa mesma revolução aconteceu em diversas partes do planeta ou continentes em tempos totalmente distintos, e não apenas da forma que a história acadêmica demonstra, como um marco da afirmação do sistema econômico da História da Humanidade... Do mesmo modo, ele questiona a própria ideia de revolução, dizendo que o homem, ao domesticar os animais e dominar o cultivo agrícola, na verdade se torna escravo dessa revolução; por mais que o cultivo do milho, por exemplo, tenha se espalhado pelo mundo, o homem foi apenas um instrumento usado para que essa expansão tenha acontecido... Mesmo que essa expansão tenha proporcionado um crescimento na produção de milho, aumento da população ou melhores condições de sobrevivência, foi a partir daí que o homem se submeteu a ser escravo do trabalho e passou a ter maior necessidade contínua de plantar mais para colher mais... 

Resumindo: “o livro aborda a História da Humanidade desde a evolução arcaica da espécie humana na idade da pedra, até o século XXI... Sendo o principal argumento é que o Homo sapiens dominou o mundo porque é o único animal capaz de cooperar de forma flexível em largo número e o faz por ser a única espécie capaz de acreditar em coisas que não existem na natureza e são produtos puramente de sua imaginação, tais como deuses, nações, dinheiro.... O autor afirma que todos os sistemas de cooperação humana em larga escala - incluindo religiões, estruturas políticas, mercados e instituições legais - são, em última instância, produto da imaginação...

Outros argumentos relevantes do livro são os de que dinheiro é um sistema de confiança mútua; o capitalismo é uma religião e não apenas uma teoria econômica; outra ideia inovadora também é a afirmação de que período imperial foi o sistema político mais bem sucedido dos últimos 2000 anos”... Ele finaliza afirmando que o homem atual mesmo sendo mais poderoso que seus ancestrais não está mais feliz e questiona: será que toda revolução produzida pelo homem, toda evolução tecnológica, trouxe-lhe a felicidade ou satisfação?... Será que o homem atual é mais feliz que seus ancestrais ou o agricultor?... Afirma ainda que os humanos estão atualmente em um processo de modernização de seus deuses... Este argumento levou a produção de seu novo livro: “Homo Deus - Uma Breve História do Amanhã”...

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Pintura rupestre - Período Lítico

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Uma Concisa Memória Huni Kuin...

Folheando o livro, “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade”, desfrutei alguns momentos de quando tive o privilégio de andar pelas Terra Indígenas... Foram momentos inesquecíveis dos quais a fome me levava a caçar macaco... Lembrei-me que a riqueza maior foram as excêntricas conversas com os Sábios da Floresta... Com eles, aprendi que nosso maior erro (dos brancos ou dos cara-pálidas humanos) está na raiz da civilização (um tanto difícil de ser corrigido ou ser comentado); também, com eles aprendi a questionar a antropologia brasileira... 

Não, não é ironia, não, pois com alguns pajés e outros lideranças descobri que as pesquisas em Terras Indígenas feitas por alguns antropólogos eram tão inúteis quanto a ciência estudada por eles... Foi quando me propuseram uma nova forma de fazer pesquisa científica; já que, segundo eles, a nossa civilização estava toda errada: nossos modos de educação escolar, educar os filhos ou de organização social e política; consequentemente as pesquisas sociais e cultuais não tinham relevância enquanto ciências sociais que soluciona problemas do caos social da atualidade... Erros estes que eles lutavam para não serem influenciados; levando em consideração nossa forma impositora de agir... Mas é claro que eram ideias de um pensamento inovador, porém que jamais seriam aceitas pela academia brasileira, ou que eles pudessem sustentar por muito tempo... 

Por outro lado, eu não queria ser mais uma usurpadora da propriedade intelectual indígena, pois houve um período (quando acompanhei o Movimento Indígena) em que lideranças e militantes indígenas, descontentes com a forma como os conhecimentos de produção tradicional podem ser reproduzidos ou copiados no mercado cultural brasileiro e internacional, sem necessidade de autorização ou pagamento de direitos autorais, lutavam para mudar a Lei de Direitos Autorais; já que esta Lei só reconhece apenas o autor individual; pois o que é coletivo é considerado de domínio público... É aí que a cultura e o conhecimento indígena satisfaz e engrandece todo aquele que se apropria desse conhecimento, sem dar nenhum retorno às comunidades indígenas... Bem, é só pra dizer: já não se ver lideranças indígenas como antigamente... No entanto os apropriadores dos conhecimentos tradicionais só aumentam a cada dia; travestidos de todas as formas...

Enfim, agora lendo o livro, do Yuval Noah Harari, um professor e historiador israelense, “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade”, voltei a desfrutar daqueles momentos como se fossem os melhores para aprender novos valores sobre a huamanidade, e lembrei das ideias inovadoras que, pelas Aldeias do Acre, tive o prazer de ouvir e conhecer... Depois tentarei fazer, superficialmente, uma comparação entre o pensamento dos Sábios Huni Kuin com conteúdo do pensamento do escritor Yuval Noah Hararium...  Recordando que toda conversa com os sábios da floresta é um intenso ensinamento... Com eles aprendemos que as  respostas para muitas indagações existencialistas estão na Natureza: é no voo e no canto dos pássaros, na força dos rios, nas cores das plantas e das árvores, no sol, na lua e nas estrelas, no movimentos dos animais que encontramos a explicação para a existência da humanidade no passado, presente e futuro... Afinal, o que nos conta o livro?... Ainda não li o suficiente para expor um comentário apurado sobre as ideias centrais, mas dar para apresentar uma exígua formulação no próximo texto... 

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terça-feira, 4 de julho de 2017

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Tratado sobre a Inveja IV: Ponte Benévola!

Por fim, para encerrar as reflexões sobre a inveja do texto inspirador, acrescento que em nenhum momento percebi a inveja como um vício maléfico, cuja moral desclassifica o invejoso, ou como a autora diz: “A inveja cria um abismo entre o invejoso e o invejado: o sucesso do segundo é o fracasso do primeiro, porque a inveja é inimiga da paz de espírito e comparsa da solidão”... Concordo que a inveja cria um vazio e submete o invejoso ao isolamento, mas a própria inveja pode construir uma ponte  entre o invejoso e aquilo o qual ele almeja alcançar com sua inveja.... 

Por conseguinte, não acredito que o sucesso do invejado seja o fracasso do invejoso; pelo contrario: o invejoso, através do sucesso do invejado, constrói seus degraus em busca do sucesso também; sobretudo quando esse sentimento foi o instrumento impulsionador para o movimento natural de recriação da persona humana; ou até mesmo foi parâmetro para o aperfeiçoamento profissional, para uma mudança de hábitos ou comportamento, assim pode ser que: o fracasso do invejado transforma-se no sucesso do invejoso... Deu pra perceber que uma pitada de inveja não faz mal a ninguém?... 


Felizmente ou infelizmente, não existe uma resposta única à questão benévola da inveja, porque são várias as propostas de identificação da ponte benéfica entre invejado e invejoso... A seguir destacarei mais um exemplo; para, finalmente, concluir esta exposição de ideia apresentando minha inveja, ou um pouco daquilo que sinto inveja em ti; e como essa inveja vem proporcionando uma mudança de atitude em nós... Acima de tudo, te proponho uma viagem sobre a forma que nós tecemos nossos textos, sinto-me na obrigação de esclarecer mais uma vez essa diferença, pois o modo que tu expõe tuas críticas levam-me a crer que sejam os resquícios de tua inveja... 

Amiúde, toda escrita se concretiza através de um texto, do latim textum que significa entrelaçamento; esse entrelaçamento pode ser tecido através da linguagem simbólica e conotativa ou da linguagem conceitual e denotativa... Costumo optar pela primeira linguagem, pois é um desejo meu de aprender expressar emoção, amabilidade e afeto, isto por meio de metáforas, onde todo significado fica implícito; logo a segunda linguagem, esta que está te levando ao sucesso, parece mais um enumerado de frases ou uma sequência de orações, com ausência de analogia, sem sentimento, sem emoção... É por meio desse entrelaçamento que explicitamos nossas experiências, forjamos sentimentos, trilhamos longas estradas, construimos mundo, expomos o aroma da flora e damos voz à fauna; e o olho do leitor só avista o horizonte que limita suas experiências: sua interpretação é do tamanho de sua imaginação... Enfim, invejo essa tua capacidade de ser tão explícita, tão realista e positivista através da tua icástica escrita, no entanto teu óbvio não me seduz... Afinal, uma parte de ti sempre foi sucesso, a tua outra parte toda inveja... E eu cá querendo aprender a dominar a linguagem conceitual, para ver se faço sucesso também... Fundamentalmente, nossas linguagens agregam os termos que nos distinguem: será arte?...

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A Ponte - Pintura de J. Fernando

domingo, 2 de julho de 2017

Tratado sobre Inveja III: Uma Luz na Alma...

No texto anterior, apenas tentei demonstrar que a intolerância, enquanto reflexo do acerbado etnocentrismo, sempre foi um grande mal; diferente da inveja um mal individual e subjetivo, que pode ser transformado em benefício próprio quando se tem consciência daquilo que invejo no Outro (logo direi como se transforma a inveja em algo benévolo)...

Portanto sejamos tolerante com a inveja do Outro; ou sejamos etnocêntrico, mas com aquele grupo ou pessoa que causa a desordem pública, violência ao Outro, porém não sejamos intolerantes de modo a não merecer a tolerância... Perdoa-me por tanta conotação, que demarca a minha linguagem coloquial e simbólica, pois eu tenho inveja de tua capacidade denotativa e descritiva, que deixam tua linguagem tão realista... Bem, a seguir veremos a inveja ser transformada num Bem maior... E o que eu sinto inveja em ti?... Logo direi!... 

Sim, a inveja desfaz amizades, condiciona comportamento, proporciona angústia naquele que inveja, deixa perplexo àquele que é invejado; acredito também que existe um vazio muito grande no invejoso; porém, vazio este que pode ser preenchido, por isso vou concordar e discordar de alguns trechos do texto que me inspirou no Tratado sobre a Inveja... 

Ao contrário do texto inspirador -, onde diz: “Inveja branca?... Nunca entendi direito o que é isso, apesar de dizerem que é uma inveja do bem, não consigo ver nenhuma benevolência nesse sentimento” – eu consigo ver benevolência na inveja... Isto quando esse sentimento cria mecanismos e ferramentas efetivas para a resolução de questões que o invejado e nem o invejoso conheciam até o momento do ato da inveja... E quais seriam tais mecanismos impulsionadores da benevolência?... 

A própria autora do texto inspirador responde, quando relata que a felicidade alheia lhe causava inveja e o sofrimento causado por tal sentimento foi necessário para uma profunda transformação: “Após tropeções, choros e ressacas, finalmente percebi que o problema não era a felicidade alheia (...) 'as repostas para suas perguntas sempre estiveram perto de seus olhos internos, à espera da sua coragem de mudar'... Quando aprendemos a olhar com mais atenção o vazio que surge, indiferente à nossa vontade, compreendemos o que nos falta e suportamos a dor que nos distancia dos outros e de nós mesmos... Também perdoamos mágoas e culpas que nos prendem aos sentimentos mais lúgubres da alma... De encontro à nossa própria luz, deixamos de viver na escuridão da inveja"... Penso que os critérios que estabelecem a benevolência da inveja ficarão mais explícitos no próximo texto... 

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Mulher lendo - Pintura de Gabriel Picart

sábado, 1 de julho de 2017

Tratado sobre Inveja II: Tolerar é Necessário!

Creio que já esbocei no texto anterior em relação nossa necessidade de conhecimento sobre a verdade para sermos tolerantes... E quem vai nos ensinar a urgência da tolerância é o grande Iluminista Voltaire... 

No capítulo X, "Do Perigo das Falsas Lendas e da Perseguição”, ele inicia falando sobre a necessidade de se conhecer a verdade para desconstruir nossas falsas crenças: “A mentira já dominou demasiado tempo os homens; é tempo que se conheça o pouco de verdades que podemos deslindar através dessas nuvens de fábulas que pairam (...) sobre a História Romana e que quase sempre envolveram os anais das outras nações antigas... Por exemplo, como é que se pode acreditar que os romanos, esse povo grave e severo, de quem herdamos as nossas leis, tenham condenado virgens cristãs, raparigas de qualidade, à prostituição?... É conhecer bem mal a austera dignidade dos nossos legisladores que puniam com tanta severidade as fraquezas das vestais"... 

Aí ele nos chamou atenção para uma possibilidade de convivência pacífica entre seres humanos diferentes e divergentes, mas que se relacionam entre si... Esse foi um tempo de extremo etnocentrismo, onde a intolerância era a promotora de guerras e perseguições... E quais seriam os princípios legais ao que levou Nero perseguir os cristãos?, não acredito que seria por pura inveja... A parti daqui seguirei a ideia de tolerância descrita por Voltaire: “Proponho, assim, que todo cidadão seja livre para seguir sua própria razão e para acreditar no que quer sua razão iluminada ou iludida acredita... Certamente, desde que não perturbe a ordem pública… Assim, os homens devem evitar o fanatismo de modo a merecer a tolerância”... Mais detalhes no próximo texto...

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À luz de velas – Pintura de Mathias Stomer...