domingo, 28 de abril de 2013

Tempo: Psicológico e Biológico...

Talvez eu tenha muitos motivos para querer compreender melhor a minha eterna obsessão em ouvir o silêncio (ou apreciar a dança da solidão), no entanto nunca busquei nenhuma explicação para esse hábito que me leva as horas sem eu perceber; contento-me em experimentar sempre essa deliciosa mania... Todavia, sinto uma imensa necessidade de repensar sobre o nosso tempo psicológico e o biológico... 

Sim, o tempo que eu levo para compreender e perceber as situações de forma diferente é chamado de tempo psicológico; este é um dos aspectos que diferenciam as pessoas umas da outras, e nada tem a ver com anomalia mental ( de acordo com os profissionais capacitados nesse tema), assim como temos aquele tempo que dita nossas atividades internas: o biológico... 

Pois bem, são as nossas expectativas (desde que não sejam transformadas em ansiedade) que caracterizam e influenciam o nosso tempo psicológico; é esse tempo que nos faz perceber, variavelmente, a velocidade do ano entre a fase infantil e a adulta... Para uma criança o ano leva uma eternidade para percorrer, naturalmente, os meses, ao contrário de um adulto que sente de maneira muito mais veloz... É esse o tempo que impõe a nossa subjetividade de acordo com nossas vivências... 

Por conseguinte, temos outro tempo fundamental para nossa diferenciação... do mesmo modo que nos assemelha: o tempo biológico... Este tempo determinado pela nossa própria biologia é a resposta do nosso corpo em relação ao sono, para nós mulheres: o ciclo menstrual e todas as atividades do funcionamento de nosso organismo interno que ocorrem regularmente conforme a estrutura de nossa fisiologia... 

Mas, na partitura delicada da sinfonia de nosso corpo, existem outros funcionamentos que definem e influenciam o nosso viver em ciclos diários: a respiração, a pressão sanguínea, a temperatura corporal... que são chamados também de circadianos (duram um dia) e vão se adequando e combinando com outros tempos de duração diferente como luminosidade e clima... Um detalhe para bem lembrar sobre nosso funcionamento são os marcadores externos: a mudança entre dia e noite, temperatura e luminosidade... Este marcadores exercem uma certa influência sobre nossa programação biológica... 

Enfim, estes funcionamentos orgânicos não obedecem às convenções familiares, sociais, políticas ou opções pessoais, porém necessitam dum ambiente adequado e agradável para o pleno desenvolvimento que garante a boa qualidade de vida... É bom lembrar também que estes funcionamentos biológico e psicológico sofrem violentamente com a degradação ambiental... Daí a necessidade dos profissionais da saúde estarem em constante formação conforme às mudanças ambientais... 

Será que estou a me fazer entender?... Ou melhor: será que ficou claro o motivo pelo qual o Tempo é o meu Deus favorito?...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Resposta ao Tempo...


Novo Amanhecer...

Por entre duas margens 
Percorro no tempo... 

Insustentavelmente, a sutileza do querer 
Desconstrói a sofreguidão... 

Rupturas vigiadas 
Linguagens ilegível... 

Com a lógica transcendentes das metáforas 
Sou a parte do insignificante espaço 
No limiar das palavras... 

Naquele abismo profundo, 
Que habita dentro de mim, vejo
Em finos fios solares, 
A beleza da manhã sendo tecida 
E a cor dum Novo amanhã... 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A Dos Voces...


Moderna Vida Urbana: Um Transtorno Mental...

Sempre questionei a relatividade do conceito de liberdade; ainda cheia de dúvidas, vivo procurando, na realidade, uma compreensão prática sobre essa essência, porém, sob a brisa da razão, às vezes, chego a conclusão de que jamais chegarei a totalizar essa compreensão... Portanto, estou convicta de que não sou livre o suficiente para saber vivenciar a tão sonhada liberdade... Minha única e verdadeira liberdade é a interior... 

Entretanto já sei que os passos adequados, enquanto forma de possibilidades, para garantir a qualidade das condições de nossas vidas – (ou uma melhor expectativa de vida como: saúde, educação; bem-estar físico, emocional, psicológico e mental), perante a tal liberdade – são, na maioria das vezes, peças soltas e dispersas dum quebra-cabeça que só iremos compreendê-las na visualização parcial do seu processo de montagem no decorrer de nossas experiências vitais; para tanto é fundamental se ter a plena noção do saber relativizar, tendo em vista nossa realidade urbana e moderna com seu poder tecnológico... 

Mais ainda: é necessário estarmos atentos para os problemas de desordem causados pela expansão generalizada e acrítica do capitalismo, frente à exploração dos recursos naturais e suas graves consequências de degradação ambiental, conseqüências essas que, comprovadamente, os estudiosos garantem interferirem na vida humana de forma letal... Eis aí alguns, dentre tantos, fatores externos que motivam os transtornos mentais das pessoas sensíveis e menos atentas...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

domingo, 14 de abril de 2013

Oásis de Tempestades...


Meu Amor, eu não amo sem amar!...

Se o mundo do desejo
É desejar sem tocar 
Aí o amor pode estar... 

São árduos os compassos 
De nossas almas 
Mas a inércia também 
Mobiliza cada passo... 

Sussurrando vamos seguindo 
Como amargos amigos nos dissolvendo 
Com profanação ao ouvido 
Na ausência onde não há sentido 
Inocentes amantes fazem ruídos 
Nos oásis de tempestades e gemidos... 

Leigos de antes 
E lunares amantes 
Transformam-se em singulares 
Rios de prantos... 

Trepidam no firmamento 
Consistindo-se em elementos 
Inseguros no pensamento... 

Na falta feita de afeição 
Sem o toque dos lábios 
Nem das mãos 
Similarmente, os olhos vão... 

E com a expansão não sofrerão 
Fixo e móvel verão 
A distância inclinar-se no regresso 
Ao encontro de um novo chão...


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Na Contra-Mão da Paixão...

Com o passar do tempo eu percebi o quão é importante ter uma relação mais responsável com o meu próprio tempo pessoal, e uma melhor atenção com as diferenças individuais... 

Aliás, o mais gratificante do viver é quando sentimos a nossa relação amorosa com o tempo, permitindo, pois, uma harmônica afetividade no relacionamento com outras pessoas e suas diversidades de opiniões... 

A gente tenta e faz 
Sempre um pouquito a mais 
Mas ninguém é capaz 
De ver o que nos faz crescer 
E acordar nas verdades de além-mar... 

É aí que sinto o frio da solidão...
 
Não!...
 
Não será na contra-mão 
Que viverei a escuridão 
De uma paixão...

A Montanha da Vida...


Normalmente, não consigo ficar sensibilizada com as leituras de auto-ajuda, mas, ao contrário, achei este texto, "A Montanha da Vida", bem interessante para ser absorvido nos momentos de desânimos... Comparar os problemas da vida com os obstáculos encontrados na escalada duma montanha (para mim) foi mesmo estimulante... 

Aí também percebemos a fundamental importância dos amigos na escalada da nossa Montanha da Vida... Apesar de que eu nunca encontrei nenhum amigo (a não ser meus pais e avós) que me auxiliasse na hora dum tombo durante a caminhada do viver... Por outro lado, sinto-me realizada quanto a função de amiga que fez o possível para colaborar com aqueles que necessitaram de meu apoio... 

... "Um desses arrojados alpinistas, Waldemar Nicliewicz, o brasileiro que conquistou o Everest, disse: Quem de nós não quer chegar ao Alto de sua própria Montanha?...

Todos nós temos um Desejo, um Sonho, um Objetivo, um Verdadeiro Everest... E este Everest não tem 8.848 metros de altitude, nem está entre a China e o Nepal: este Everest está dentro de nós!... É preciso ir em busca deste Everest, de nossa mais profunda realização...

A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha... Como a vida, ela possui altos e baixos: para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso... Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado... Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos...

No momento da escalada, o início parece ser fácil... No entanto, quanto mais subimos, mais árduo vai se tornando o caminho... Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir... O importante é perseguir o ideal: chegar ao topo...

À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso... As paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores, as rochas pontiagudas desafiando o céu... Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas... 

É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles que já foram superados são do tamanho daquelas casinhas... Pode acontecer que um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo... Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de uma pedra...

É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar... Podemos estar machucados, feridos ao ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar... O amigo vem e nos cura os ferimentos... Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a recomeçar a escalada... Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende ao amigo que nos puxa para a subida...

Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia... Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar... O que nos salva é o equipamento certo para este momento...

Depois vêm as tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as dificuldades que ainda não superamos... Se escorregamos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades para parar e voltar de novo... Se caímos num buraco de falsidade de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto...

Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer, cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem... Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao topo da nossa Própria Montanha"...