segunda-feira, 30 de abril de 2012

Na Tua Luxúria...

..."Eu sou navalha
Cortando na carne
Eu sou a boca
Que a língua invade
Sou o desejo
Maldito e bendito
Profano e covarde"...

Don't Know Why...

A Tua Pele Descalça...

..."Veio uma onda . A varrer o meu sono .
Caminhava nele como caminho na areia .
Nada me une ou divide. Nada me retém.

Sentas-te onde me sento no teu colo
e peço sempre a mesma história . A tua voz
cria as memórias que hei-de ter . Por agora
caminho ao longo das gaivotas e grito como elas
quando a maré baixa . Às vezes apoio-me num rochedo
para dizer “casa” e logo desmorono. Sigo descalça
como tu para dizer “seguimos”. Mas são apenas sons
sob o sol de maio. Murmúrios do que não serei.


Sempre tive problemas com o verbo ser. Faço
e desfaço as malas, entro e saio das gavetas.
Pausa na camisa que vestiste da última vez.
Uma vontade de a amarrotar, desapertar os botões
e sentir lá dentro a tua pele cá fora.
Tudo isto é tão verdade como podem ser os botões
de uma camisa escrita. Confesso que não pensei na cor,
ou se era às riscas. Agora acho que podia ser a de quadrados.
Em qualquer delas a tua pele entra na minha"...

Eis o link: ...

sábado, 28 de abril de 2012

Un-Break My Heart...

Cines Selvagens...

"Todos nós, que amávamos a revolução, temos que ler Cisnes Selvagens, de Jung Chang. Seu impacto foi enorme na Europa, exatamente por ser um livro necessário. Se ele passou até agora relativamente desapercebido no Brasil, não deve ser por acaso. Deve ser porque ainda nos recusamos a abandonar nossos mitos.

Trata-se de uma leitura dolorosa, porque o tempo todo somos tomados por perguntas sobre nós mesmos. Como pudemos nos deixar enganar tanto, e durante tanto tempo? Como podemos admirar tão profundamente a Revolução Cultural chinesa, que humilhava velhos professores de barbas brancas, e levava ao suicídio militantes dedicados do Partido Comunista, que transformava jovens educados em imbecis raivosos e petulantes, que encobria através de uma onda de terror sofisticado, a incompetência e a senilidade de Mao Tsé Tung?

Mas, Cisnes Selvagens é, acima de tudo, uma narrativa fascinante e um modelo de pesquisa histórica. A autora, Jung Chang, chegou a pertencer à "Guarda Vermelha" enquanto seu pai, dirigente comunista, era levado à loucura pela Revolução Cultural. Com uma bolsa de estudos na Inglaterra, sob a evidente influência da nova literatura feminista, Jung Chang decidiu passar suas idéias a limpo, pesquisando a história de sua família como parte da história da própria China. Começou com a avó, Yu Fang, que aos 15 anos de idade, em 1924, foi obrigada por seu pai a casar-se com um "general-caudilho", que já tinha três outras mulheres. Esse era um tempo em que vastas regiões da China viviam sob o domínio de bandidos ou chefes políticos igualmente cruéis e corruptos. O avô de Jung Chang foi um deles. Esse era um tempo, também, em que as mulheres ainda eram obrigadas a esmagar e manter amarradas as articulações dos pés, para que seu andar fosse tão gracioso como o deslocamento dos cisnes nas águas de um lago tranqüilo"... Para leitura completa da resenha...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Segredos do Mar...

Pelos Segredos consagrados do Mar bateu uma saudade muito forte da imensidão verde da floresta e  que habita a solidão da melancolia de tantos corações...

Senhora da Floresta

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Lincho Tecnológico...

 Investi na letargia letárgica
Dum pensamento sem sentimentos
Encontrei os contornos continentais da incomunicação
 
Na estrutura fundamental da modernidade
A complexidade tecnológica 
É o único setor pontual
Para caminhar na incerta  direção...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

sábado, 21 de abril de 2012

Arte Solar de Amar...

Se não fosses tu nesse Mundo
A minha Vida seria:
Um Planeta sem Sol
Na Terra sem Verde
Numa Noite sem Luar
Contigo aprendi a arte de amar...

No Templo do Tempo...

Desejo imensamente
Que o Vento nunca duvide
Da ternura serena dos meus anseios...

Porque na telúrica ventania do  querer saber
Uma brisa suavizou os dias
Pois voar voei e sobrevoei...

E na travessia dos rios da memória
Com a correnteza da desmesurada vida,
Por sobre o tempo,
Planeei na fascinante água da história...

Ultrapassando as fronteiras daquela memória
Encontrei o Templo Sagrado da Paz
Em escritas da escritura temporal... 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Último Abraço...

O Início do Fim...

... "Você quem assim quis
Não vou te procurar
Eu vou embora, vou ser feliz
Sigo sozinha o meu caminho

As ondas quebram lá no mar
 As coisas mudam de lugar
undo gira
E não precisa de você pra girar"...

(Jammil)
O mundo gira
E precisa de você pra girar”...

(Jammil)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Kutoja: The Last Knit...

Conseguirei, eu, viver sem certas leituras?...

"Kutoja – The last knit é um curta-metragem em animação, escrito e dirigido pela finlândesa Laura Neuvonen. Com a leveza típica dos desenhos animados, apresenta uma mulher que tricota compulsivamente.


Tricota até o último novelo de lã. Seu comportamento vai tornando-se tão disfuncional que o próprio produto de seu tricotar puxa-a para baixo, para o abismo. Curiosamente, parece ser também a obsessão que a mantém viva.


Conseguirá ela libertar-se de suas agulhas? E se conseguir, será isso o bastante?"...


Fonte:...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Requiem...

Nada compreendo sobre música  clássica, por isso nada tenho a declarar sobre esta; devo ser frugal de agora em diante... Mas ela (esta sinfonia) remete-me à necessidade de parcimônia; também nem sei o porquê, porém é um sentimento que me pede mais calma em tudo: menos sofrimento, menos dor  e desânimo, pois  tudo isto  invade meu ser: nesse momento de profunda angústia e total falta de esperança...

Somente as lágrimas aliviam tal sentimento, o pior que elas (as lágrimas, claro!) ficam mais intensas quando ouço a tua melodia sinfônica... Tempos de marasmo e imobilismo me anestesiam: sinto que estou condicionada à tua escritura...      

E as labaredas de tantas veredas invadiram as chamas do meu desejo: tudo que me restou foi um fogo congelado, que nada aquece e nem cinzas produzem... Estou morta: sem vida na própria Vida... Será o início do fim?...    

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Érase una vez.... Yo bien que tenté...

..."Vos, me viniste a buscar
 Para encontrar este lugar
 Un paisaje y un campo azul
 Viento del sol
 No seré pobre por tanto amor
 Tanto sol, tanto mar
 Tanta verdad

Una chispa de eternidad
 Felicidad"...

Não há nada de errado e não há nada certo...

..."Há uma batalha interior,
Que eu nunca vou ganhar.
Porque é isso que eu sou contra.
Porque é o meu coração, contra o senso comum"...

Foi para Ti...

Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que falhei
o sabor do sempre 
Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só olhar
amando de uma só vida.

(Mia Couto)

sábado, 7 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ave Maria: em Nome da Paz!...

Laços do Abraço...

Diante do vazio da noite solitária, decidi ir espreitar meus rascunhos, daí encontrei uns fragmentos do meu desejo... E através deles percebi que gosto mesmo é do cheiro de verde molhado; da água amarela dos rios da minha cidade; das estradas de barros; da chuva, do sol,  da lua iluminando e compondo a paisagem dos meus desejos...   E nos Laços do Abraço:
Sob a força do teu Ser
Dissolvo-me de desejos
Sobrevivo com teus beijos
Língua na língua de Línguas
Solúvel sensação
Envolvendo-nos na paixão

Em firmes movimentos
Teu corpo é uma ilha de prazer
Aquecendo minha pele com emoção

Por isso, vivo minha ínfima imaginação
E sou  dissolvida por desejos
Deslizando por entre teus dedos

Agarro-me nas tuas mãos
E transcendendo por entre tuas pernas
Afirmo-me
Entrelaçada dentro de teus braços

Em Infinita criação
Que me vem do coração
Sinto tua excitação...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Da Cegueira Colectiva à Aprendizagem da Insensibilidade...

O escritor Mia Couto faz parte daquela Coleção de escritores que não contempla  a arte apenas como uma obra para simples análise literária, e tudo que ele escreve é uma lição de vida, assim como este trecho do pensamento dele (que acabei de ler), eu também acredito que o valor do professor está naquilo que ele ensina “para além da matéria escolar”, este é o principal papel do professor...

Quiçar haja algum dia, na educação escolar, uma discisciplina sobre a Ética da Sensibilidade... Segue uma parte do texto de Mia Couto:

 ... “Durante anos, fui professor. E quando digo isto há uma emoção fortíssima que me atravessa. Eu não sei se há profissão mais nobre do que a de ensinar. E digo ensinar porque existe uma diferença sensível entre ensinar e dar aulas. O professor no sentido de mestre é aquele que dá lições.

Os professores que mais me marcaram na vida foram os que me ensinaram coisas que estavam bem para além da matéria escolar. (...)

Deixem-me falar de Mandela. Este homem, que agora está doente e cansado, viveu encarcerado durante vinte e sete anos. Vinte e sete anos são mais do que o tempo de vida da maior parte dos presentes nesta sala. Vinte e sete anos de prisão é tempo suficiente para criar raiva, ódio e insuperáveis ressentimentos. Contudo, este homem converteu esse potencial negativo em força construtiva e reconciliadora. Um dos motivos de inspiração de Mandela foi ter encontrado num poema que se chama "Invictus". Vou ler esse poema.

Do ventre da noite que tudo cobre
Negra como o fundo da cova escura
Agradeço aos deuses de todos os céus
Por quanto a minha invencível alma perdura

Ante as garras do cruel acaso
Nem eu tremi, nem o medo me turvou
Sob o peso da ameaça e da desumana violência
Eu sangrei mas a minha alma nunca se curvou

Não importa se a passagem é estreita
Não importa quantos castigos devo penar
Eu sou o dono do meu destino
Eu sou o capitão da minha alma”...
Aqui para uma leitura completa...

terça-feira, 3 de abril de 2012

La Memoria de Mis Pulgares...

Eduardo Galeano publica nuevo libro de relatos breves...

... "Desde la historia de la primera escritora, que escribía en tablillas de barro, hasta relatos sobre los indignados, los desaparecidos, Los Beatles o Mark Twain, todos pueblan "Los hijos de los días", la última obra del uruguayo Eduardo Galeano presentada el martes en Montevideo.

En el tradicional teatro Solís colmado con cerca de 1.000 personas, el escritor y periodista leyó fragmentos de su nuevo libro, una suerte de calendario que relata 366 historias -una para cada día del año- de hombres y mujeres, célebres o anónimos, y diversas anécdotas que el autor rescata del olvido.

"Hoy no es el primer día del año para los mayas, los judíos, los árabes, los chinos y otros muchos habitantes de este mundo. La fecha fue inventada por Roma, la Roma imperial, y bendecida por la Roma vaticana, y resulta más bien exagerado decir que la humanidad entera celebra este cruce de la frontera de los años", afirma el escritor en el relato del 1 de enero"...

Forte do artigo: aqui...

domingo, 1 de abril de 2012

Eduardo Galeano lança novo livro na forma de um calendário...

"A cada dia, nasce uma história em “Os filhos dos dias”; trata-se de 366 textos que, segundo Galeano, são histórias de invisíveis que merecem ser contadas...

Por que este título: Os filhos dos dias?

Segundo os maias, nós somos filhos dos dias, ou seja, o tempo é que estabelece o espaço. O tempo é nosso pai e nossa mãe e, como somos filhos dos dias, o mais natural é que a cada dia nasça uma história. Somos feitos de átomos, mas também de histórias"...

Origem da Entrevista: aqui...