sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Caravan...

Yemin...

Sigur Ros - All Alright

Pequeno Exercício...

... "Pense na tempestade vagando no céu, inquieta
como um cão à procurando de um lugar para dormir,
ouça o rugido dela...

Pense em como devem estar agora as ilhotas do mangue,
Lá longe, indiferente aos relâmpagos,
Formando famílias escuras, de fibras grosseiras,

Onde uma garça vez por outra despenteia-se,
Arrufa as penas, faz um vago comentário incerto
quando reluz a água ao seu redor.

Pense na avenida e nas palmeirinhas todas
Enfileiradas, reveladas de repente quebradas, com capim nas rachaduras
como punhados de esqueletos de peixes....

Lá chovendo, a avenida
e suas calçadas quebradas, com capim nas rachaduras,
estão aliviadas por molhar-se, e o mar por dessalgar-se...

Agora que a tempestade vai embora numa série
de cenas curtas de batalha, mal iluminadas,
cada uma delas numa outra parte do campo".

Pense em alguém dormindo no fundo de um barco a remo
amarrada a uma raiz de mangue ou numa ponte;
alguém ileso, quase ileso, quase imperturbado”...

(Elizabeth Bishop Tradução Google com base na tradução de Paulo Henrique Brito em "O Pó da Escrita")...
Pintura: Daniel Ridgway Knght

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Fairytales and Firesides

O Jogo da Providência...

Existe um período que, digerido por mim, todos nós temos por dever suscitar, enquanto ato da prática de linguagem com o outro, a ruptura; não, ninguém consegue avançar com firmeza, e com a certeza de que tudo será possível, sem antes se definir naquilo de ser... Sim, conheço sim, cada pedacinho do jogo vida... é por isso que gosto de descrever cada milímetro por sobre mim...

Acho desagradável quem não sabe dançar... toda tempestade nebulosa escurece muito lá fora, mas cá dentro da alma fica tudo a brilhar e irradiante, motivado pelos raios do Sol, nessa firmeza do tempo de consciência... Partindo, como a arte de dançar, da abstração irreal vou representando a realidade conforme a ideia de si, por constituir do acaso os objetivos denominados por agudes... Eis aí a construção dos termos de cooperação entre as relações.... Em compensação acredita-se na dança divina edificando às margens dos significantes que formam o mosaico do jogo da Providência...

Quisera nós a formação das leis do novo som, da nova cor bailando, voluntariamente, na presença das personas, enquanto obedecer a fusão das paixões que formam uma combinação entre o acordo e possibilidade da atitude criativa... 

Surge, então, um pintor, perfeitamente, representativo originando um cenário necessário à composição dessa dança, para executar, constituidamente, em adágio, o perfeito movimento pas de deux... Sim, existirá razões para a tênue margem de outros movimentos: o pás de trois em deboulés ou tour em attitude... E, na farta dose de ousadia, quem sabe a regar as palavras dos sábios, colheremos mais frutos quando a lei da vida definir o placar do jogo, perante a preferência por dançar, penso que é ela quem definirá os passos do baile... Enfim, poderei praticar, para um pleno equilíbrio, o movimento pas de quatre... Alguma dúvida, adorável leitor?... 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Falsa Liberdade...

E na esperança da mudança dos fatos
Refaz-se a paixão 
Do direito ao pedaço de chão
No ínfimo sabor do riso 
Da sina da América Latina
Onde o pranto esvai-se além de saber
Sobre o prazer fascista do tirano 
Aquecido com as lágrima do subestimar 
Essa emoção que sente a esperança
Alimentar a fé nos passos
Que regam esse territ'rio de emoção
Mas na infinita busca de compasso
Perco-me no falso abraço 
Por entre infindáveis fatos dos estilhaços 
Daquilo que sempre faço...
Pelas fronteiras da evolução do terno coração
A resistência nunca se desfalece
Ela apenas se fortalece...

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Por entre Pedras e Espinhos...


Por entre pedras e espinhos, navego dentro de mim, antes de fazer qualquer errônea interpretação ou ligar meus desabafos ao seu sexto sentido, repense e respire fundo para me ter numa plena compreensão...

Então; reafirmo em outras palavras: um dos meus objetivos na internet, além de, contraditoriamente, tentar compreender a sensível convivência das relações sociais é deixar armazenados temas de meu interesse, no Twitter ou no FB, como também, eventualmente, deixar registrado algumas trilhas que já percorri em real outrora e assim legitimar meus palpites em relação ao território que sempre sobrevivi, sob a fixa habilidade de superar o egocentrismo para combater o individualismo... Jamais esboçarei um palpite sobre o que desconheço ou a que esteja sob os critérios de território inimigo, ok?... A sensatez é amiga do bom tom... 

Quer queira, quer não, é impossível alguém conseguir acreditar naqueles que se alimentam do luxo com seus excessos de lucro retirado daqueles que não sabem competir; muito menos aceito que esses tipos satisfaçam seus prazeres subestimando o menor favorecido na escalada do capital... Assim como evito contato com quem se alimenta e sustenta as orgias do desejo da carne para satisfazer e legitimar a corrupção sistemática do imperialismo; pois ainda tenho que tolerar as pobres vítimas criaturas a pensarem que se conhecem... E o que mais dói dentro de mim é saber que essas pobres criaturas nunca entederam que são simplismente o lixo do capitalismo...



O fundamental é manter a emoção e jamais deixar que os tipos estraçalhem nossa sensibilidade, talvez tão importante quanto a fé e a esperança seja mesmo a emoção de sentir o devir... Por conseguinte, vou segurando com firmeza em novos horizontes, sempre em frente sem temer as tempestades nebulosas causadas por abutres ávidos de guerra...

Assim, como eterna possibilidade de fugir da frivolidade, amiúde, apresentarei outra parte da trajetória de superação delimitada na escala do marco da própria consciência, com isso desejo cumprir a mesma missão de sempre: permitir que o Outro conheça a maneira pela qual todo conhecimento é constituído dentro de mim...

Noutro momento concentro-me no cerne da ferida...


domingo, 18 de agosto de 2013

sábado, 17 de agosto de 2013

O Amor Antigo...

O amor antigo vive de si mesmo, 
não de cultivo alheio ou de presença. 
Nada exige nem pede. Nada espera, 
mas do destino vão nega a sentença... 

O amor antigo tem raízes fundas, 
feitas de sofrimento e de beleza. 
Por aquelas mergulha no infinito, 
e por estas suplanta a natureza... 

Se em toda a parte o tempo desmorona 
aquilo que foi grande e deslumbrante, 
o antigo amor, porém, nunca fenece 
e a cada dia surge mais amante... 

Mais ardente, mas pobre de esperança. 
Mais triste? Não. Ele venceu a dor, 
e resplandece no seu canto obscuro, 
tanto mais velho quanto mais amor...

(Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando')
Pintura: Soledad Fernandez

Eu e a Lei....

Toda história tem dois lados, já afirmaram e confirmaram os sábios... E é por isso, mesmo sabedora da grande importância da Lei Maria da Penha, que não ouso a esboçar meu otimismo sobre esta Lei (aos 7 anos comemorado este mês), pois a violência contra a mulher não é apenas física, conforme promulga nela... 

Nem tão pouco acredito na eficiência da tal busca de dignidade feminina, tendo em vista que cada mulher tem sua própria história, bem como sua especificidade... porém ninguém percebe dessa forma e acaba por generalizar toda uma história de vida e de luta feminina como se toda mulher passasse pelas mesmas humilhações, e ora a submete ao crivo da violência física sem considerar os subterfúgios do sistema o qual estamos submetidos, muito menos as raízes do autoritarismo machista ou o interior da composição de cada homem e certas mulheres...

Sabe o que ocorre?... Depois de algum tempo, nós mulheres verdadeiramente femininas, deixamos de ligar para o que os outros dizem, assim como deixamos de acreditar que as leis solucionam os problemas, aí passamos a acreditar em nós mesmas... Daí vamos vivendo a vida como se cada dia fosse o último... E o amanhã?... Falaremos sobre ele se houver um novo agir sobre... Levando em consideração a ideia de que não adianta muito argumentar sobre certos temas, pois as pessoas só acreditam no que querem ver ou naquilo que satisfaz seus egos....

Pintura:William Adolphe Bouguereau

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Um Território de Errância e Misericórdia...

Às vezes, perante os sentimentos misericordiosos, tenho uma imensa certeza de que o hoje sempre sofrerá as influências dum passado longínquo; eis a questão para eu considerar meus semelhantes apenas como mais um ser humano na eterna reconstrução do ser... Vamos lá de volta ao futuro pensando no passado?... Sejam sempre bem-vindos ao admirável mundo velho... Pois bem: como palavra ilustrativa de minha compaixão, rememorarei, através de nossa herança cristã, a tirania machista (para legitimar a violência atual {intelectual, psicológica, espiritual, política e física, até virtual} contra a mulher), porém sempre numa fiel tentativa de superar meus limites...
Com isto quero dizer também: desejo imensamente evitar toda e qualquer possibilidade dos equívocos da subestimação... Por favor, não queira subestimar a mínima capacidade por mim adquirida, ao longo de tantas vis e benévolas experiências, de perceber o meu entorno e suas adversidades, nem tão pouco será preciso escrever de forma clara e denotativa para que Vossa Excelência faça uma sincera argumentação... Pois eu aprecio por demais a magia do poder da percepção... 
Pensando dessa maneira, li algures que Santo Agostinho proferiu, em seu Sermão 322, isto: “Homem, tu és o mestre, a mulher é tua escrava, Deus assim o quis”... Não lembro em qual sermão ele afirmou ainda: “A mulher sozinha não é a imagem de Deus; porém o homem sozinho é a imagem de Deus tão plena e completamente quanto a mulher junto ao homem”... Para complementar o Sermão de Santo Agostinho, temos também as palavras de Tomás de Aquino, na Suma Teológica XCII:1, quando ele afirma: “Como indivíduo, a mulher é um ser medíocre e defeituoso”... 
No entanto, numa busca de melhor compreensão de minhas angústias feminina, e também numa tentativa de encontrar um pensamento que pudesse exemplificar os princípios femininos dos quais gosto de comungar, encontrei um livro, na internet, “O resgate do feminino: A força da sensibilidade e da ternura em homens e mulheres”, de Isabelle Ludovico, uma psicóloga possivelmente religiosa (não consegui encontrar sua biografia), mas ela retrata a feminilidade dentro dos princípios da espiritualidade, que, de certa forma, representa a ideologia feminina pela qual quero sempre trilhar e ser uma eterna aprendiz, levando em consideração o “resgate feminino” analisado por essa escritora, pois ali penso que possa ser uma trajetória realista... 
Não li o livro em sua totalidade, mas pelos fragmentos apreciados por minha pessoa dá para se ter uma breve noção da ideologia defendida por ela... Deixo-vos a conclusão do livro e o link dele:
Uma palavra final...
... "O princípio feminino faz desabrochar a mulher e propicia uma nova masculinidade... Quando eu finalizava este livro, encontrei em Paris uma coletânea que tratava exatamente deste tema e começava com a seguinte história:
Dois monges caminham no campo em direção ao monastério. Então, chegam a um rio, cujo volume de água estava muito acima do normal devido às recentes chuvas. Com isso, a passagem a pé, habitualmente acessível, ficara submersa...
Na beira do rio, uma jovem lhes pede: “Tenho medo de atravessar, vocês podem me ajudar?”... Um dos monges entrega sua trouxa ao outro e põe a mulher nos ombros...
Avançando prudentemente, eles conseguem atravessar. A mulher lhes agradece com um largo sorriso e toma a direção do vilarejo, enquanto os dois monges seguem seu caminho... 
Um deles assobia, olha a natureza que desperta na primavera, admira as sombras e as luzes, ouve o canto dos pássaros; o outro parece bravo e perdido em seus pensamentos...
— Ah! — alegra-se o primeiro. — Já estamos chegando! Mas que cara é essa? Você não está bem?
E o outro estoura:
— Você fez o voto de não tocar mais em mulher e ousou carregar essa
jovem!
Olhando-o calmamente, o monge responde:
— Ah, então é isso. Mas, veja, eu só carreguei a mulher para ajudá-la a atravessar o rio, enquanto você a carregou até aqui!...
Essa história ilustra bem a diferença entre uma relação saudável e fértil, fruto de um coração amoroso, e uma relação mutiladora, enfermiça, repressora, rígida e legalista... Em vez de ser reprimido ou idealizado, o principio feminino precisa ser resgatado tanto pelos homens quanto pelas mulheres para nos tornar mais inteiros e ternos. Ele poderá então cumprir sua missão de abrir a via da interioridade e da intimidade, tornando-nos receptivos ao amor de Deus, que nos fecunda e nos transforma à sua imagem...

Fomos criados para participar da comunhão da Trindade... Nesse amor inclusivo, somos convidados a reconciliar o feminino e o masculino em nós, para construir uma relação reconciliadora com o outro, conduzindo-nos a uma unidade além da dicotomia: sermos um em Cristo.
Assim, poderemos construir, juntos, um mundo mais justo e solidário, que sinalize o Reino de Deus em nós e entre nós"...
Pintura: Gertrude Jameson Barnes

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Um Breve Olhar num Passado de Leitura...

Evito aceitar que sou pessimista e luto com todas as forças contra esse sentimento; mas, vendo e relendo os meus relatórios de trabalhos acadêmicos  sinto um profundo desânimo ao perceber que eu era bem esforçada e (fui banida, excluída, rejeitada, anulada depois de longa fidedigna dedicação) cheia de disposição para com os estudos e as leituras voltadas às ciências sociais... No entanto, a maquiavelice ou o jogo sujo, de certo suposto douto da academia acreana, me levaram a muitas dúvidas, em relação ao papel do cientista social e da própria ciências sociais na sociedade, principalmente pela falta de praticidade nas resoluções do problemas frente ao caos social moderno... começando pelo próprio caos acadêmico... 

Tudo isto permanece a fragmentar e espoliar meus anseios e desejos de ser uma útil educadora social; tenho sérias dificuldades de me enquadrar nas idéias desses senhores que fazem do conhecimento a prática da arbitrariedade... Sinto na pele a tirania machista do conhecimento científico e é muito mais tortuoso de que qualquer outro ato tirânico ou fascista... 

Revendo um trecho de meu relatório, releio o pertinente raciocínio de Louis Dumond acerca da sociedade e seus seres individualistas, no livro O Individualismo: Uma Perspectiva Antropológica da Ideologia Moderna”... Ele (Dumond, claro!) pode ser considerando um autêntico representante da antropologia estruturalista francesa, tanto quanto Lévi-Strauss, e há quem se sinta incomodado com os estruturalistas, mas eu, pelo contrario, me sinto mesmo é muito segura ao tentar compreender o mundo através da visão simbólica dos estruturalistas... 

Posteriormente acrescento a ideia central das minhas preocupações, como também trechos da ultima proposta de estudo que fiz 'ao Departamento de Letras sobre a construção da identidade acreana a partir do conceito e prática da florestania...

Por fim, estava pescando na internet livros de publicação atual, sobre a elaboração de textos acadêmicos, quando me deparei com uma saborosa leitura criticando a inutilidade das teses científicas, eis aí:

"UMA TESE É UMA TESE...

Sabe tese, de faculdade?... Aquela que defendem?... Com unhas e dentes?... É essa tese que eu estou falando... Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida... Ela é feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca... As teses são todas maravilhosas...

Em tese. Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, defendendo uma tese. Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que
acompanha o elemento para a velhice... Tem até teses pós-morte...

O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas,
intrigantes... A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos a fio...

Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre — sempre — uma decepção. Em tese... Impossível ler uma tese de cabo a rabo... São chatíssimas. É uma pena que as teses sejam escritas apenas para o julgamento da banca circunspecta, sisuda e compenetrada em si mesma. E nós?...

Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoas são inteligentíssimas. Temas do arco-da-velha. Mas toda tese fica no rodapé da história. Pra que tanto sic e tanto apud?... Sic me lembra o Pasquim e apud não parece candidato do PFL para vereador?.. Apud Neto....

Escrever uma tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta... O mundo pára, o dinheiro entra apertado, os filhos são abandonados, o marido que se vire... Estou acabando a tese. Essa frase significa que a pessoa vai sair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca mais volta...

E, depois de terminada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa da tese. E, depois da defesa, tem a publicação. E, é claro, intelectual que se preze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese. O pior é quando convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono... Não em tese, na prática mesmo..

Orientados e orientandos (que nomes atuais!) são unânimes em afirmar que toda tese tem de ser — tem de ser! — daquele jeito. É pra não entender, mesmo.... 

Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbra
também. Na Sorbonne, desde 1257. Em Coimbra, mais moderna, desde 1290...

Em tese (e na prática) são 700 anos de muita tese e pouca prática....

Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elemento teria de fazer também uma tesão (tese grande). Ou seja, uma versão para nós, pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.

Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos interessa e nada. Pra quê? Pra virar mestre, doutor? E daí? Se ele estudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba a que conclusões chegou. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba. No bolso do Apud Neto?...

Tem gente que vai para os Estados Unidos, para a Europa, para terminar a tese... Vão lá nas fontes. Descobrem maravilhas. E a gente não fica sabendo de nada...

Só aqueles sisudos da banca... E o cara dá logo um dez com louvor... Louvor para quem?... Que exaltação, que encômio é isso?...

E tem mais: as bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza... Tem viagens, compra de livros caros, horas na Internet da vida, separações, pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese é mesmo um voto de pobreza, já diria São Francisco de Assis. Em tese...

Tenho um casal de amigos que há uns dez anos prepara suas teses... Cada um, uma... Dia desses a filha, de 10 anos, no café da manhã, ameaçou:

— Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.
Os dois pararam — momentaneamente — de pensar nas teses...

— O quê? Pirou?

— Quero estudar mais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida.... É só a tese, a tese, a tese... Não pode comprar bicicleta por causa da tese... A gente não pode ir para a praia por causa da tese... Tudo é pra quando acabar a tese... Até trocar o pano do sofá... Se eu estudar vou acabar numa tese... Quero estudar mais, não... Não me deixam nem mexer mais no computador... Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tese de vocês?...

- Pensando bem, até que não é uma má idéia!...

Quando é que alguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre a tese?... Ou uma outra sobre a vida nos rodapés da história?...

Acho que seria uma tesão"!...
Pintura: Albert Anker 
A preparação inicial para a escrita acadêmica...

domingo, 4 de agosto de 2013

Êxtase...

Refletir para Sentir...

Antes de iniciarmos qualquer processo de autoconhecimento é normal sentirmos constantemente as alterações dos impactos, gerados pelas surpresas das descobertas externas, causando, pelos desconfortos das revelações do novo, profundas angústias pessimistas, penso que estou superando essa fase...

Bem sei que é imperativo, no senso-comum do sistema atual, a generalização, assim como é totalmente descartável todos ou tudo aquilo que se diferencia ou apresenta fidedignidade aos bons princípios da construção com base na simplicidade; é tortuoso se proteger das estigmatizações, contudo é prazeroso quando nos sentimos inatingíveis... 

Continuamente, necessito reafirmar que (não para mim mas a quem insiste em deturpar minha imagem de pessoa humana) jamais me deixo atingir por preconceitos ou qualquer forma de racismo e discriminação, pelo contrário: sigo sempre firme e fiel às minhas convicções... 

Por isso, escuto serena e confortavelmente algumas pessoas me acusarei de preguiçosa, enquanto outras dizem que sou muito acomodada, entretanto somente eu sei tudo que já passei e fui submetida para ser como sou... Daí fico tranquila quando descubro algumas pessoas a dizerem que sou a última das resistentes; ouso a cogitar o seguinte: eu simplesmente gosto de seguir na vida sentindo a magia de cada segundo... Olho-me no espelho e adoro ver o mapa do Tempo a delinear as vivências nos contornos de meu rosto...

No entanto, preciso refletir mais sobre esta frase de Renato Russo: “Se o Mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito”... Perante minhas observações, tenho sempre como objetivo superar certas e velhas expectativas... Por fim, na ausência de credibilidade das palavras, prefiro acreditar na honestidade das pessoas e na minha também, tendo em vista a minha dificuldade em compreender a plena felicidade sustentada no consumismo ou exemplificadas em frase como esta, de Johann Wolfgang von, Goethe: “Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira”..., diante de tantas calamidades, principalmente, da fome e da miséria de tantas crianças fadadas à falácia dos interesses capitalistas de certas políticas públicas é delicado para eu aceitar o regozijo excessivo da gente com responsabilidade nos serviços públicos... 

Por outro lado: fico sensivelmente inspirada quando me deleito com fotografias cheia de brilhos e contrastes de cores... como esta bela imagem ilustrativa do fotográfo Bento Viana... Admiro toda gente excessivamente otimista...

sábado, 3 de agosto de 2013

Olhar, Ver e Sentir...

Quando o existir se torna um constante renascer, infinitamente, passamos a construir um novo olhar sobre nossa própria vivência; é sempre assim: em alguns instantes penso que já adquiri uma noção equilibrada sobre o viver planetário, chego a acreditar que já sei o suficiente sobre tudo, mas acordo no dia seguinte e ao despertar descubro que já nem sei de mim, ou seja, não sei mesmo de nada...

Confortavelmente, abro as janelas de casa, e de meu interior também, aí deixo os raios do Sol adentrar minha morada, e aquecer meu rosto... Eis a única solidez da existência: o Sol, a Lua, a Chuva, os Animas, os Vegetais, enfim, toda a Natureza (quando existem aquelas que não estão envolta, eu as imagino e sinto toda a magia delas)... A leve brisa ou esse vento suave, desses dias de verão, alimenta e refrigera minha alma... Necessito e preciso demasiadamente aspirar o perfume do jardim da liberdade... Porque aprecio, demasiadamente, a cumplicidade da sinceridade dialógica... 

Sinto, delicadamente, os segundos ganhando novos rumos, mas sofro ao tentar compreender os motivos pelos quais são gerados tantos julgamentos superficiais e pôr cima do óbvio, ainda mais ao deparar-me, na persistência de alguns, com a falta do verdadeiro diálogo justo e ético... Talvez seja mais compreensivo assim: sofro sem conseguir entender o porquê de tantos julgamentos em detrimento próprio ou em favor da eterna hipocrisia... Seria isto a infinita ignorância do nosso animal interior?...

Julgar é sempre muito fácil, agora difícil mesmo é compreender a complexidade das estruturas da sociedade, com sua escassez de atitudes humanas, de humanidade insensível, mais delicado ainda é alguém compreender um ser verdadeiramente humano se defendendo de outros supostos humanos ávidos de poderes consumistas... Isto é tão somente uma amostragem do que devo falar posteriormente sobre a perversão da tirania machista nos seguimentos da Sociedade e da Política... Não!, eu não nasci para ser submetida aos caprichos e desejos do Capital de carne desumana... Resistência é uma atitude humana... Meu ser sensível acredita verdadeiramente num Novo Mundo, Novo Brasil, Novo Acre, uma Nova Sociedade, por fim: uma Nova Família, pois tenho sede da Verdade do Amor....

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Brisa de Agosto...

                                                                                                                    Foto FB Amigos do Acre
É sempre desse jeito
Na magia de todos os meses
Aumenta o simples desejo 
De sentir os segundos
A expressar as sutis mudanças
Do súbito nascer das horas
De cada estação... 

É Agosto, é verão 
Cheia de luz
Chegou novamente
Essa ardente estação
Com seu torrencial sol
De verão 
Em plena compensação
Da brisa suave de ventania 
Que refrigera e alivia
O calor a queimar no rosto 
Que arde a alma em euforia...