segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Senfoni ile Ilahiler...

Nas Fronteiras do Coração...

Assim como nas canções 
Os poemas são 
Sempre uma declaração 
De amor 
Nunca de dor...

Com o brilho 
No ritmo 
Da mesma rima 
Expressam uma nova cor 
Ao Passado 
E ao Presente...

Ali o Futuro não é ausente...

Aqui a Palavra é vida 
Pouco sofrida 
Mas Bem vivida 
Em sonora canção 
Nas fronteiras do coração...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Korkarım Gideceksin...

Somente depois de muito tempo você aprende...


... "Depois de algum tempo você aprende a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas... E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza 
de uma criança... E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo... E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus actos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.
Aprende que paciência requer muita prática... Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute, quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se...
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve, e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso
não lhe dá o direito de ser cruel...
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não sabe amar, contudo, o ama como pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores...

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos
conquistar, se não fosse o medo de tentar"...



(Willian Shakespeare)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Escombros da Memória...

... "Não é verdade que eu te esqueci. Se me esquivo ante o sol posto, é que sob os escombros da memória, dorme sossegada a tua ausência e já não posso levantar o véu de impossibilidades que cobre o teu rosto. Procuro-te com o pensamento e, de olhos fechados, te contemplo, mas não sentes minha mão a acariciar-te com os gestos nem minha boca a beijar-te como se fizesse uma oração. Atrás desse muro de hera que ergui com o silêncio das ausências inevitáveis, abri uma janela pra minha solidão e, através dela, te vejo passar, meu amor, todos os dias, sempre noutra direção"...

(Aíla Sampaio) em Palavras e Silêncios... 

sábado, 17 de novembro de 2012

Da Música...

... "A musica derrama-se 
no corpo terroso 
da palavra. Inclina-se 
no mundo em mutação 
do poema. 

A música traz na bagagem 
a memória do sangue; o caminho 
do sol: Lume e cume 
de palavras polidas. 

A música rompe um rio de lava 
por si mesmo criado. Lágrima 
endurecida 
onde cabem o mar 
e a morte"...

 
(Casimiro de Brito)

Ay qiz...

... "Beni attın Ay Gız Ay Gız ateşe
Beklemekti eşkini daim peşe
Atacağdın beni sevdin söyle bes neçin
Doldur eşkin şerbet kimi ver içim
Söyle söyle sene böyle n'oldu yar

Gözüm yolda kaldı kaldı ay gözel
Payız oldu yar bağlar oldu hezel
Yollarına baka baka kaldı gözlerim
Sene çatsın yüreğimdeki sözlerim
Söyle söyle sene böyle n'oldu yar

Yalvarıram yar haralarda galmışan
Beni incitme yalvarıram yar beni atma terk etme
Çağıramam yar haralarda galmışan beni incitme
Yalvarıram yar beni atma terk etme

Yollarına baka baka kaldı gözlerim
sene çatsın yüreğimdeki sözlerim
Söyle söyle sene böyle n'oldu yar"...

Tantas Lunas...

 ..."Tantas lunas pasadas en limpio 
rayas y más rayas tigres y más tigres
y el hotel era lujoso para dormir.

Suecos y más sueños besos y más besos
qué quedará de tanta luna
qué quedará de tanta agua de tanta sed
de tanto vaso.

Ventana destinada para ti
para que en ella te apoyes más perfecta
tú haces con tu belleza
lo que otros hacen con el cielo"..,

 (Braulio Arenas)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Imortais...

A Epiderme da Razão...

Isto é apenas uma tentativa de rimar, para não dizer navegar: minha mente, no meu continente, continua permanente na semente que não mente mas sente... Afinal, quem em sã consciência ficaria presa e movimentada pelas dúvidas?...

Paradoxalmente, meu prazer intelectual advêm em conhecer a verdade, por isso desnudo-me perante a epiderme do arrazoar; retiro as máscaras de todas as encenações, e, diante do útil do conhecimento, afogo-me na paz das palavras lidas e sentidas...

sábado, 3 de novembro de 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Solitude...

Ventos que Vergam...

... "Ele é raro e movediço; é inquieto e instável como as ondas do mar... Sei dos ventos que vergam suas vontades e das doses diárias de tédio que a sua legria disfarça... Eu o amei até desaprender como, sendo fogo, se anda sobre pólvora sem explodir"...

Rosa...

Fragilidade...


..."Há dias em que até os guerreiros mais bravos depõem as suas armas, guardam os seus escudos, e admitem que precisam apenas de um abraço, de um cuidado, de um colo que seja unguento à sua alma"...

Hefestion...

O Grande Momento...


Inicia-te, enfim, Alma imprevista, 
entra no seio dos Iniciados. 
Esperam-te de luz maravilhados 
os dons que vão te consagrar artista. 

Toda uma esfera te deslumbra a vista, 
os ativos sentidos requintados. 
Céus e mais céus e céus transfigurados 
abrem-te as portas da imortal conquista. 

Borboleta de sol, surge da lesma... 
oh! vai, entra na posse de ti mesma, 
quebra os selos augustos do Mistério!...


(Cruz e Souza)

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ave Mundi...

Os Deuses Secretos...


Deuses secretos 
passeiam no território dos homens. 
Tramam e destramam nossa realidade. 

Os deuses ostensivos, nossos protetores, 
tudo ignoram. 
Nesse momento
 um deus perverso e anônimo 
fustiga-me. 
Rolo no ladrilho, contorso-me, 
sem gritar. 

Não tenho a quem dirigir 
palavras de ira ofendida. 
Sei que é um deus inominado, 
sei que passará, 
e vou respirar aliviado.


(Carlos Drummond Andrade)

sábado, 27 de outubro de 2012

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eu-Cronópio...

  
Estigmatizando a vida
Transvestindo as hipocrisias, 
Dilacerando as máscaras,
De tantas falsas aparências 
Encontro a essência dum Mundo
Delirando na poeira do Caos...

Mundo gira...
Traz-me 
O essencial do Ser
Que eu sempre quis: ser...

Palavras... Poesias...

Apenas uma lírica 
Que pudesse, como uma flecha,
Atingir meu Coração...

Mundo roda – vem 
Como numa canção
E toca no coração 
Todas amiúdes Verdades
Dos devaneios que torturam
As cores indecifráveis 
Da Vênus imaginação
Em Vênias solicitudes...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Sen ve Ben...

Gel yine gel, bir sabah yeniden
Yüreğimde ağlayan şarkıları hiç söylemeden
Gel yine gel, şu yağmur dinmeden.
Çekingen gölgeler aklıma gel, gel
Duvarlar sevişmeden
Eriyorum senden habersiz bur da
Görüyorum her şeyi zamanla
Gel yine gel, yazdıklarınla
Yarım kalmış olsa da, öpüşmeye değer
Göçebe bir rüya hep sana doğru gelen
Ben orda olmasam da bir bilezik geçen
Gel yine gel, gözlerinde gölgeler
Zaman her şeyi değiştirse
Bir gün doğruyu söyler
Sen ve ben, bilmem ne desem
Öyle gidiyoruz işte
Gün saat demeden

Amor...

 
... "Las palabras son barcos
y se pierden así, de boca en boca,
como de niebla en niebla.
Llevan su mercancía por las conversaciones
sin encontrar un puerto,
la noche que les pese igual que un ancla.
Deben acostumbrarse a envejecer
y vivir con paciencia de madera
usada por las olas,
irse descomponiendo, dañarse lentamente,
hasta que a la bodega rutinaria
llegue el mar y las hunda.
Porque la vida entra en las palabras
como el mar en un barco,
cubre de tiempo el nombre de las cosas
y lleva a la raíz de un adjetivo
el cielo de una fecha,
el balcón de una casa,
la luz de una ciudad reflejada en un río.
Por eso, niebla a niebla,
cuando el amor invade las palabras,
golpea sus paredes, marca en ellas
los signos de una historia personal
y deja en el pasado de los vocabularios
sensaciones de frío y de calor,
noches que son la noche,
mares que son el mar,
solitarios paseos con extensión de frase
y trenes detenidos y canciones.
Si el amor, como todo, es cuestión de palabras,
acercarme a tu cuerpo fue crear un idioma"...


Compartilhei do Facebook (Luis García Montero en su libro POESÍA (1980-005) n la Pág. 407 el poema titulado AMOR)

domingo, 21 de outubro de 2012

sábado, 20 de outubro de 2012

Chuva...

  
Graniza tánto, como para que yo recuerde
y acreciente las perlas
que he recogido del hocico mismo
de cada tempestad.

No se vaya a secar esta lluvia.
A menos que me fuese dado
caer ahora para ella, o que me enterrasen
mojado en el agua
que surtiera de todos los fuegos.

¿Hasta dónde me alcanzará esta lluvia?
Temo me quede con algún flanco seco;
temo que ella se vaya, sin haberme probado
en las sequías de increíbles cuerdas vocales,
por las que,
para dar armonía,
hay siempre que subir ¡nunca bajar!
¿No subimos acaso para abajo?

Canta, lluvia, en la costa aún sin mar!


César Vallejo, pelo Dia do Poeta: eis aqui o link

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Luz de Revelar...

Sinto o coração 
Batendo forte a dizer 
Que tudo agora vai mudar... 

Mas vem a emoção 
E me diz 
Que tudo vai voltar 
Para o mesmo lugar... 

São os pensamentos 
Arremessados 
Para lá 
E para cá 
Pelos tormentos 
Dos Sentimentos... 

Com  esperança 
A tristeza então sorri 
Foi a porta do Amor 
Que se abriu... 

Assim que eu vi 
Brilhar 
A tua Luz..

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

domingo, 14 de outubro de 2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Afã de Viver...

Meu desejo de vida
Afã de renascer sempre
Meu tudo no  viver
Meu amor 
Minha dor
Desespero da morte 
Minha sorte
Meu Norte...

Luna de mi Vida...

  
 Así encontré mi Luna
con la unidad del tiempo
para saciar la sed humana
y el alivio del deseo de amar...

Fue en espera llena de la esperanza
Que lo sentir llegar
En mi cielo estrellado...

Llega Llegando lentamente
En mis noches vacías,
con una estrella de emoción...

Si todavía hay tiempo
Cuando el día amanece
Voy a escuchar el canto de los pájaros...

Sentarme livremente bajo las árboles
Juntos vamos a cosechar los Frutos
Y con una suave voz 
seré el corazón de la paz...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Brisa...

   
Com os ventos de todos os polos eu para sempre serei a brisa que segue o eterno e tênue tempo...

Intérprete Incansável...


...“O perfil do bom historiador não pode se parecer nem com o carvalho nem com o cedro, por mais majestosos que sejam, e sim com um pássaro migratório, igualmente à vontade no ártico e no trópico – e que sobrevoa ao menos a metade do mundo.” Ao escrever isso em 2002, Eric J. Hobsbawm talvez estivesse descrevendo a própria trajetória, que se encerrou na manhã de ontem, em Londres, onde o historiador morreu aos 95 anos, vítima de uma pneumonia.

Nos anos da Segunda Guerra Mundial integrou a divisão do Exército britânico que cavava trincheiras, atuando ainda como tradutor no setor de inteligência militar. Quando concluiu seus estudos, pagou o aluguel escrevendo uma coluna semanal sobre jazz no New Statesman – com o pseudônimo de Francis Newton (textos depois reunidos no livro História Social do Jazz). Em 1962, em sua segunda visita a Cuba, serviu até de tradutor para Che Guevara.

“Não se podia ensinar nada a ele, seria impossível. Eric já sabia de tudo.” Assim resumiu Christopher Morris, orientador de estudos em Cambridge, quando indagado a respeito do jovem Hobsbawm: daí começou a carreira ininterrupta de um historiador instintivamente poliglota e cosmopolita em todas as suas referências e um dos raros representantes de uma geração que teve o privilégio de ser, ao mesmo tempo, testemunha e intérprete dos últimos 90 anos da história mundial"...


sábado, 29 de setembro de 2012

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pureza...


... "Vou ensinar a sinhá pureza
A dançar o meu sirimbó
Sirimbó que remexe mexe
Sirimbó da minha vovó
Vai dançando sinhá pureza
Rebolando pode requebrar
Carimbó, sirimbó é gostoso
É gostoso em Belém do Pará"...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Desejos...

Assim para sempre será: 
O teu desejo 
Meu desejo de amar 
Na pele que sacia 
A sede de gozar... 

Nossos sonhos secretos 
Sempre teu será 
Na intimidade 
Que exala o prazer 
Do teu penetrar...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Canto Sefardí‏

Catarse do Bem-Estar...

 
Sem nenhuma explicação 
Deságua meu coração 
Num presente distante 
De tanta emoção... 

Como sentimentos 
Em ninhos 
Preenche-se de Amor... 

E desperta do profundo sono 
Na indiferença da dor 
Sensato é o hiato 
Entre o além e o mar... 

Surge a crença da sã esperança 
De redimir a dicotomia de amar 
Catarse da concessão de bem-estar... 

sábado, 22 de setembro de 2012

Böyle Gitmez...

Quando o Amor Acontece...

Império das Flores...

Ipê uivando 
No vendaval levando 
O aroma de todas as Flores... 

A consumir as dores 
E transformando em colores, 
Das eternas lições, 
Na telúrica ternura de amar... 


Com vivência se faz vidas 
Nas cores das Margaridas... 
Gira girando a seguir 
O Sol com o Girassol... 

Envolvente é a majestosa Rosa 
E a beleza dos Lírios... 

Alimentos e fragrâncias 
Do néctar que suga os beija-flores... 

E no sonho sonhado do cristalino orvalho 
Revela os Cravos 
Os segredos da meiguice de olhar... 

E o que faz vibrar a doçura dos lábios 
Com as asas dos colibris?... 

Juro que nada sei, mas 
Juro jurar jamais!... 

Brilhos da Natureza!... 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Society...

¿A Dónde Van?...

Perdida na Multidão...

Imagens irreais 
Duma sociedade real 
Eixo propulsor que mobiliza 
A propriedade essencial dos seres... 

E no espetáculo da vida 
Um conjunto dessas imagens em ação 
Aponta a direção... 

Todas numa grande cidade 
Construindo uma efêmera ilusão 
No exílio dessa realidade 
Sofro perdida na multidão... 

Mesmo sob a claridade das luzes 
O que impera é a escuridão 
Com o fascínio de tanta massificação...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A Sociedade do Espetáculo...


Adoro acordar todos os dias me sentido de bem com a vida, para isto acontecer naturalmente analiso constantemente minhas falhas; daí que num desses momentos de análise, e perante todas as delongas das minhas constantes buscas de superação da ignorância, encontrei, em uma das pesquisas no Google, o livro A Sociedade do Espetáculo, de Guy Debor... 

Sem nenhuma intenção de apresentar, aqui, um discurso que expresse o ponto alto dos nossos próprios limites: postarei alguns fragmentos deste livro como sugestão de boa leitura que possibilitará o alívio dos sintomas da ignorância... Esta obra foi publicada pela primeira vez em novembro de 1967, em Paris; uma serie de reedição sucederam até 1991; percebe-se então a fundamental importância dela para compreendermos um pouco sobre a desordem a qual se instaura no Mundo atual...    

... “Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos... Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação... As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida e fundem-se num curso  comum, de forma que a unidade da vida não mais pode ser restabelecida...  A realidade  considerada parcialmente reflete em sua própria unidade geral um pseudo mundo à parte, objeto de pura contemplação...  A especialização das imagens do mundo acaba numa imagem autonomizada, onde o mentiroso mente a si próprio... O espetáculo em geral, como  inversão concreta da vida, é o movimento  autônomo do não-vivo.

O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação... Enquanto parte da  sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência. Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e da falsa consciência; a  unificação que realiza não é outra coisa senão a linguagem oficial da separação generalizada... O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizada por imagens. 

O espetáculo não pode ser compreendido  como abuso do mundo da visão ou produto de  técnicas de difusão massiva de imagens... Ele é a expressão de uma  weltanschauung, materialmente traduzida... É uma visão cristalizada do mundo. 

O espetáculo, compreendido na sua totalidade, é simultaneamente o resultado e o  projeto do modo de produção existente... Ele não é um complemento ao mundo real, um adereço  decorativo. É o coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda,  publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante...  Ele é a afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e no seu corolário — o consumo”... 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Je Suis Malade...



Languidez...

Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar... 

E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...

(Florbela Espanca)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Tempero da Vida...



Profa. Dra. Vitória Kachar

Título Original: Politiki Kouzina / A Touch of Spice
Gênero: Drama
Origem/Ano: GRE-TUR/2003
Duração: 108 min
Direção: Tassos Boulmetis 
 
 Fanis Iakovidis é professor de astrofísica na universidade de Atenas, na Grécia. Na infância, foi um dos milhares de turcos de origem grega convidados pelo governo a se retirarem da Turquia.  Esse é o plano de fundo; um contexto político para um (pre)texto familiar.
 
Fanis, amadurecido, em torno dos 40 anos de idade, depois de muitos anos de exílio, precisa voltar ao seu país natal por causa de Vassilis, seu avô e mentor que vive em Istambul e desenvolveu uma peculiar culinária. Essa viagem de volta desencadeia uma outra no túnel do tempo. São suscitados questionamentos existenciais em Fanis, fazendo-o rever sua forte ligação com o avô e seu elo perdido com o grande amor da sua meninice.
 
O filme “O tempero da vida” como uma paisagem de mesas recobertas de pratos de comidas de dar água na boca, lembra-nos “A festa de Babete”, um íntimo jantar com sofisticados pratos preparados com prazer e saboreados como um brinde à amizade. Ou então a fábula “Chocolate”, onde a forasteira (Juliette Binoche) com sua alquimia acrescenta condimentos afrodisíacos aos bombons, estimulando a liberação do comportamento das pessoas. E também, “Como água para chocolate”, onde emoções fortes e profundas emergem como erupções do coração.
 
Dois importantes pontos de confluência: um é o prazer de preparar e saborear a comida e o outro, a magia contida na alquimia da elaboração que torna possível a transformação do ser.
 
“O tempero da vida” nos faz sentir novamente a poética perdida no dia-a-dia. Resgata valores essenciais que se constituem na infância ao redor das relações familiares e que se tornam base para projetar o futuro do indivíduo.
 
É sob esse olhar das lembranças de Fanis que se desenrola o filme. São nas reuniões em torno de uma mesa repleta de pratos de comida onde acontecem os grandes e pequenos momentos que definem os rumos e destinos de um casal, de uma família ou às vezes, questões políticas decisivas do país. É no ambiente familiar que se constituem os princípios e valores na formação da personalidade; o destaque fica para o papel do avô. Figura símbolo de vivência pouco explorada no cinema e na televisão[1].
 
 O filme pode ser recontado a partir de um menino e o seu vínculo afetivo com o seu avô. Assim, Fanis ao rememorar sua meninice, toca na história da criança que habita cada um e com ela as lembranças que ficaram como linhas que traçamos para arquitetar a nossa existência.
 
Infância presença marcante na vida de todo adulto[2].
 
O menino, aprendiz do avô, observa e escuta atento e voraz a sabedoria contida nas entrelinhas das conversas sobre comidas e temperos que dizem muito mais do que isso. São receitas com ingredientes para condimentar a vida.
 
Vassilis é um avô exemplo para se ter na referência de mundo, na passagem das tradições e ensinamentos de uma geração à outra; o contato com as origens étnicas e culturais da árvore genealógica.
 
O avô meio mago é dono da loja de condimentos e ensina através deste universo ao seu jovem discípulo, conhecimentos construídos nas duras e sensíveis experiências de quem muito já viveu.
 
Um bruxo do bem com o seu sótão quase misterioso que só iniciados podem adentrar e conhecer.  
 
Um vendedor que oferece generosamente seus conselhos a todos os clientes para enxergarem a situação por um outro ângulo, mais amplo e cósmico, como o desenho de universo feito com os temperos.

Depois do filme ficam as perguntas: o que fizemos com a figura de avô que vive em nós? Onde estará o avô das crianças de hoje e de amanhã?



O Prazer Nosso...

Amada minha que estais no cio; cultuado seja o vosso corpo; venha   o prazer ao nosso leito; sejam saciadas nossas vontades, sem tabeliães e sem véus... Um amor pleno de poesias gozai hoje; desfrutaremos nossas querenças; um minuto sequer não percamos, discutindo leis que nos têm reprimido... Axé!...

(Oubi Inaê Kibuko - CN 11, p.63)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Poesia Erótica...



O erotismo está presente na literatura da antigüidade até nossos dias. Sua manifestação se dá segundo determinado meio social concebe, de forma predominante, o corpo. Mesmo nos períodos de forte repressão, como a chamada Idade Média européia, em que aprendemos ter sido de predomínio da igreja católica, houve significativa manifestação do erotismo. Por exemplo, as cantigas de escárnio e maldizer portuguesas são alguns testemunhos de transgressão do moralismo dominante naquele período.

Quando vemos que hoje o acesso a filmes, revistas, livros, utensílios e serviços sexuais é tão simples, mediatizado pelo dinheiro, podemos nos perguntar: o que resta à arte, em termos de abordagem do erotismo? Antes de nos aventurarmos pelos caminhos desta resposta, coloquemo-nos outra, mais precisa, ao que pretendemos tratar aqui: a poesia acompanhou tal disseminação informativa e excitante do sexo?

É preciso estabelecer que o erotismo é uma transgressão baseada no desejo impedido de encontrar sua satisfação.

Esse desejo de se perder, que trabalha intimamente cada ser humano, difere entretanto do desejo de morrer na medida em que ele é ambíguo: trata-se, sem dúvida do desejo de morrer, mas é, ao mesmo tempo, o desejo de viver nos limites do possível e do impossível. (Bataille, 1987, p.223).

O erotismo na Literatura Brasileira tomou as feições derivadas da "moral e bons costumes" do "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço". Trafegou através dos quatro séculos passados com raras ousadias eróticas, a primeira Gregório de Matos. Os autores que se aventuraram a tratar de sexo em poesia, quase sempre o fizeram às escondidas, apelando para pseudônimos. Suas obras foram relegadas ao plano da má ou subliteratura. Merecidamente? Apesar dos critérios de julgamento estarem comprometidos com a moral vigente, a circunstância de marginalidade temática e perseguição redundava em desleixo, usado até mesmo como disfarce de estilo, como é o caso do Elixir do Pajé, de Bernardo Guimarães, o mesmo autor de Escrava Isaura.

xxxxxxxxx

Por outro lado, não é tradição dos movimentos revolucionários colocarem o sexo em suas propostas. Nisso assemelham-se àqueles que combatem, mantendo-lhes os pressupostos moralistas. Os movimentos sociais contemporâneos, sendo setoriais, não encaram a vida como um todo integrado. Prevalece a visão de ser humano dividido entre o corpo e a alma (ou espírito). O primeiro, menos importante que o segundo, deve ser mantido sobre severo controle. O Movimento Negro segue o mesmo diapasão, desprezando a sexualidade enquanto tema, não a enxergando em sua análise do racismo, a não ser como denúncia à "exploração sexual da mulher negra". O puritanismo ainda permeia o discurso militante.

O fenômeno que ocorreu com as entidades da igreja católica, em que ‘os desejos da carne passam a ser vistos como uma doença da alma que é preciso extirpar para salvá-la da danação. Daí que, em vez do domínio de si, o Cristianismo recomende aos fiéis a renúncia de si, a abdicação dos desejos em nome de uma pureza cujo modelo é a virgindade. Sob a égide do mito da Virgem procriadora, mas de todo dessexualizada, a carnalidade feminina é desterrada para a ordem do demoníaco’. (Paes, 1990, p.18).

Assim, ao fazer uso de certos elementos religiosos, os poetas traçam a reversão dos significados:

Te amo...

A lembrança é concreta
Teu hálito roça-me a face
O desejo afasta o ridículo
No suor o visco do esperma
Na boca o gosto
do falo
Indecentes
Tuas mãos
Tateiam meu corpo

o orgasmo varre
valores, pecados
Te amo.

Por Luiz Silva... Cadernos Negros, aqui...

O Vento vai Responder...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sólo el Tiempo Dirá...


... "No preguntes por saber
que el tiempo te lo dirá
que no hay cosa más bonita
que saber sin preguntar"...

(Berk Güman) 

Eis aqui o link da imagem e do poema...

A Sonoridade do Violão Inesquecível...