quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Redescobrindo o Meu Mundo...


               Quero apenas te dizer que este espaço me tem sido - além do Meu Mundo e a minha vida - de grande valia para a compreensão no Mundo das diferenças na Virtualidade... Aqui é meu país: minha Pátria Amada, vitórias e desafios, eu enfrento em todos os espaços... Eu quero saber como ser feliz em outro lugar, por isso preciso de Ti aqui sempre com teus Olhos sinceros a me direcionar... se todos fossem iguais a ti, a vida seria uma canção... aprendi contigo que toda a verdade do Amor é o Tempo que trás e mesmo que demore este tempo, a chama nunca se desfaz....
               Não posso mais fingir e nem pensar que tudo foi uma história qualquer. Teu caminho é de paz e amor... Tua vida parece uma linda canção de amor. Tu me deste a última esperança de vida, na esperança de amar em liberdade, se todos fosse iguais a ti, seria uma maravilha viver no Mundo Real: eu seria uma mulher feliz a cantar e a sorri, mas já sei que existe uma Verdade e que eu ainda não posso ver!...
               Todos os Homens têm na mente uma canção: às vezes fala de Paz e também de Revolução. Vivem a lutar sem motivos, por umas Terras fazem Guerras todas sem razão, mas estão sempre em busca de Solução, que nunca se resolve em conseqüência de tanta Confusão.
               Por isso tenho que decidir se continuo presa a viver nessa Terra ou deixar meu coração pulsar suave sem culpa e seguir caminhando sob o Sol nesse Deserto Verde. Primeiro preciso saber se estou vivendo viva em meio a tantos mortos...com isso quero decidir se continuo a considerar tantas situações incógnitas e enigmáticas ou se eu tenho que desvendá-las, para aliviar essa sensação de peso dos nossos dias, bem como o medo de perder tudo... Tenho que analisar por onde devo seguir: também tenho que considerar, descartar e ponderar para não deixar nada à distância sem alcance...
             O Tempo passou e eu encontrei em cada conversação um pedaço de razão: eu fui vivendo! Passaram-se os anos, e eu a viver numa cultura diferente com a minha inocência de gente, mas nada mudou do que eu sentia: o que ontem foi Medo, hoje é Amor e sem forçar o momento encontrei a Verdade dos Teus Olhos nas Tuas palavras e sou feliz por estares aqui comigo, mais uma vez: agradeço o Teu olhar!

               Paz e Realizações no Ano Novo e Início de Decênio!...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Desejos Vãos...


Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do Caminho, Rude e Forte!

Eu queria ser o Sol, a Luz intensa
O Bem do que é Humilde e não tem Sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do Mundo vão é ate da Morte!

Mas o Mar também Chora de Tristeza...
As árvores também, como quem Reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!

E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de Sangue na Agonia!
E as pedras... essas... pisá-as toda a Gente!...

(Florbela Espanca )
FONTE: Jornal de Poesia

sábado, 26 de dezembro de 2009

Fanatismo...

 
Minh’alma, de Sonhar-te, anda Perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu es já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar Mundos, Morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!..."

(Florbela Espanca )
FONTE: Jornal de Poesia

domingo, 20 de dezembro de 2009

Motivo da Rosa

 
Não te aflijas com a Pétala que Voa:
também é Ser, e deixar de ser Assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo Teu Jardim.

Eu deixo aroma até nos Meus Espinhos
ao longe, o Vento vai falando de Mim.

E por Perder-me é que Vão me Lembrando,
por Desfolhar-me é que não tenho Fim.

(Cecília Meireles)
FONTE: Jornal de Poesia

sábado, 19 de dezembro de 2009

Na Reconstrução Humana...


                Em todas as nossas tentativas de perfeições e nas seculares imperfeições nossas, o destino nos vem a exigir mais sensibilidade e mais humanismo.
               Estamos sempre nos livrando dos acasos das armadilhas do controle maniqueísta da política governamental (assim como da política da amizade), das inconveniências econômicas, do individualismo que nos afasta do Verdadeiro Amor, do convívio social, familiar e de nosso próprio Ser, afastando-nos também de nossa Identidade.
               Necessitamos, então, nos reconstruir. Para construir um Mundo mais Humano temos que ter um desafio comum, onde a felicidade não esteja apenas em cada um de nós e em nossas possibilidades, mas onde se estabeleça pela igualdade e fidelidade, pela harmonia entre todos os povos e seres humanos sem distinção das diferenças, que seja ela, as diferenças o pilar para a equidade.
              Assim nos livraremos dos poucos sugadores dos muitos bilhões das nações em desenvolvimento (outrora subdesenvolvidas e hoje emergentes), que concentram ainda mais as riquezas do mundo em poucos, enquanto bilhões de seres como nós somos privados do essencial, do necessário para termos uma existência digna na face da terra... correspondemos a Essência da Humanidade e vivermos para o Amor no Outro...
              Os analistas projetam para o Brasil uma liderança mundial ao lado de outros líderes atual, sem pensar   nos padrões para o desenvolvimento e muito menos na forma de acumulação imposta pelo modelo internacional que hoje domina o mercado global: e o que me apavora é o descaso ambiental, pior ainda é a culpabilidade do caos ambiental, ser apenas do aumento populacional...
              Nós atores da sociedade devemos avançar nas conquistas humanas, interferindo nas estruturas de poder que perpetuam atos desumanos e de desrespeitos seculares: as farsas da dominação, os crimes contra a humanidade que geram uma economia desigual, e que não trazem benefícios algum a gente sofrida... somente para manter, contudo, intactos os privilégios daqueles que comandam o Poder Econômico...
              Por isso peço a todos aqueles que pensam Humanamente, num Mundo Justo, mais antigas e novas amizades no cotidiano social, familiar, também para os que estão próximos e os que estão à distância!...
              Meu único Desejo é que possamos Sonhar e assim mantermos a Esperança na reciprocidade das relações Humanas... Aqui deixo minhas desculpas pelos atropelos, erros e dissonâncias... Aqui agradeço Tua Leitura, teu apoio, tuas críticas e discordâncias, porém que nossas Divergências nos permita produzir mais Igualdade e Paz, mais Serenidade e Amor... E que sejamos sempre capazes de produzir muito mais Humanismo!... Meu Mundo... Apenas um Cantinho para  Amar...

Refém em Ti...


Na euforia
Da Minha Alma

Se Eterniza
O Teu vazio discurso

E refém sempre serei
Desse Sentimento

que não é Amor
Muito menos
Liberdade!...

No meu Medo
Só mora a
Dor do Fim...


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A Paixão...


             PAIXÃO é um sentimento que surge com muita força na estrutura emocional de uma pessoa, que leva-a se entregar de corpo e alma pelo objeto desencadeante de paixão. A PAIXÃO é forte, mas tende à superficialidade. Com certeza um grande amor geralmente nasce de uma PAIXÃO, que ao longo dos anos vai se canalizando em amor.  A PAIXÃO pode cegar. Principalmente se atingir a pessoa em momentos de vazio interior.
              A PAIXÃO é uma emoção de ampliação quase patológica do amor. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio, tudo se transfoma em emoção. Pode-se dizer também que paixão é algo muito mais passageiro que o amor, pois, sendo uma patologia deste, com o passar do tempo e sendo rompido o véu da idealização do outro, cai-se na realidade, transformando-se a paixão em amor, ou nada restando do sentimento afetivo. Estudos de psicologia dos sentimentos indicam que o estado de paixão muito dificilmente ultrapassa os três anos.
                A afirmação de que o amor é o que sobra quando acaba a Paixão tem sido na seguinte situação: uma pessoa se encanta por outra e fica tão deslumbrada por ela que só vê suas qualidades. A emoção cresce e, com ela, o medo de perder a individualidade. Esta forte emoção se chama paixão. Porém, com o convívio, a pessoa vai deixando de ser tão cega e passa a ver os defeitos do amado. Aí diminui a emoção e o medo da fusão. Acabou a paixão e sobrou – quando \"sobra\" – o amor.
                 O estado da paixão precede o encontro com a pessoa que vai se transformar no objeto da Paixão. Corresponde à necessidade de se sentir vivo. Geralmente, as pessoas se apaixonam (em alguns momentos da vida) quando estão se sentindo mal, insatisfeitas consigo mesmas e com os outros. Nessas situações, uma Paixão  assim faz a pessoa sentir que está vivendo intensamente. Claro que não se pode negligenciar a escolha da pessoa por quem se vai ficar apaixonado, mas o mecanismo passional vem antes. É acionado um sistema de alarme quando começamos a desejar algo que nos traga uma nova energia vital. A paixão toca no que existe de mais profundo na existência de cada um. É uma autoterapia excelente e um antidepressivo muito eficaz, porém  o com o Outro ao lado.
                   A Paixão é o abandono do estado de vigilância. A paixão invade, pode fazer com que você negligencie os filhos, o trabalho, e  tudo que está ao seu entorno. A paixão se organiza dentro da ansiedade e da urgência. O sentimento primordial é a necessidade absoluta do Outro.
                    Há um aspecto mortífero na paixão. Os apaixonados tendem a ir além de suas forças, com uma percepção alterada da realidade. O resto do mundo não existe mais, e isso não pode durar para sempre. Para ambos os sexos, a função psíquica da paixão é mobilizar conteúdos emocionais inconscientes, por isso ela pode ser uma via de autoconhecimento. O paradoxo é que a paixão aguça todos os sentidos, mas eles estão deturpados pela embriaguez que tal estado provoca. O êxtase da paixão é comparável ao êxtase provocado pelas drogas e pelos delírios místicos.
                    No início da paixão, ninguém vê ninguém. "Para o apaixonado, o Outro sempre é o que eu imagino, o que eu quero e preciso que ele seja". A paixão oferece um espelho às pessoas. Elas passam a ver, no outro, o reflexo de seus desejos mais profundos.
                    "A paixão começa no topo e depois, necessariamente, tem que descer". "Uma hora acontece o confronto entre o que eu achava que o Outro era e o que o Outro é em verdade. É aí que os casais entram em crise e a paixão acaba ou se transforma. E pode até virar amor."

( Fonte: Artigos Quentes)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Gracias por Tu Amor! - B. El Recodo

 
tengo tantas cosas que decirte amor
todo lo que tu me has dado
es lo que yo habia soñado

eres todo para mi­ oh si­
todo te lo debo a ti­
eres la razón de mi existir

siempre buscas mãs detalles
que me hagan feliz
detalles que llegan de amor para mi­

eres el amor perfecto
eres lo que yo más quiero
gracias por ser como eres
gracias por tu amor

quiero que sepas que nuestro amor
nadie lo rompe, solamente Dios
todo es hermoso a tu alrededor
tu le das vida a mi corazón

ven a mis brazos
dame tu calor
quiero sentir la fuerza de tu amor
quiero abrazarte
quiero besarte
hoy quiero darte las gracias
gracias por tu amor

gracias, gracias por todo ese amor,
por todo ese amor que tu me has dado

quiero que sepas que nuestro amor
nadie lo rompe, solamente Dios
todo es hermoso a tu alrededor
tu le das vida a mi corazón

ven a mis brazos
dame tu calor
quiero sentir la fuerza de tu amor
quiero abrazarte
quiero besarte
hoy quiero darte las gracias
gracias por tu amor

domingo, 13 de dezembro de 2009

A Condição de Liberdade!


Obrigada por compartilhar comigo este sentimento puro expressado pela poesia... O que de mais lindo um homem pode ter consigo?... Senão o Amor, o Sentimento, as Idéias, o Sonho, enfim: a Vida! Espero poder continuar a receber o Teu Olhar!...
Sim! Amo para ser livre
Presa de livre vontade
E ao amar me sinto ilha
Porque é mar o amor

Liberdade condicional? Não!
Porque estaria livre na condição de amar!
Eu amo para ver livre meu coração

Pois que seria da ilha paradisíaca sem mar?
Terra sem mar é deserto!
Homem sem amor é desterro!
Só serve para guardar lixo
Mesmo que amando, se diga em exílio

Trará o amar o abismo?
E nao haverá por detrás do abismo uma nuvem celestial?
Aquela que nos permite estar ao lado do alguém especial

Mapeando no precipício o vício do jogo,
ou será o jogo viciado?

Riscando as cartas
com marcas de amor destemido
Para que nem o perigo nos iniba
 a condição de liberdade!

(Fornte: Internet. AUTOR: não conheço)

LIBERDADE CONDICIONAL


   Que eu toda me torne desterro,
Lugar de exílio, exílio em ti;

Meu corpo é um edifício erguido
Com vista para o mar, ou seja,
Com o mar rodeando a ilha,
Todo com vista para ti.

Que sejas a tensa corda
Do arco só atirar
- único prazer de memória –
Setas não para a altura,
Mas em única direcção:
Abaixo da minha cintura.

E te amo morto ou vivo
Com certeza de quem sabe
Do grande fogo das vísceras,
Cartas marcadas de risco,
Cujo mapa é só abismo,

Precipício onde se cai,
De mãos dadas com o perigo
E as sete quedas de vício

(Fonte: INTERT, Autor não conheço)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Paixões


                    Paixões fala de um segredo absoluto, ao mesmo tempo essencial e estranho àquilo que chama em geral pelo nome  segredo. Para chegar aí, era preciso colocar em cena, na repetição mais ou menos fictícia de um “este é meu corpo” (é ele que se apaixona) e no decorrer de uma meditação sobre o paradoxos da cortesia (para haver paixão meu corpo necessita do teu corpo), a experiência que contém um dívida (devo ou não devo me apropriar do teu corpo) incalculável: se há dever ele não deve, consistir em não dever? Em dever não dever agir “conformemente ao dever” nem mesmo, como diria Kante por dever? Quais poderiam ser as conseqüência as éticas ou políticas? Que se deve entender sob este nome, dever? E quem pode tomá-lo sob sua responsabilidde?
                Entre o autor e o analista, seja qual for a distância, sejam quais forem as diferenças, a fronteira parece, portanto incerta. Sempre permeável. Ela deve mesmo ser transposta num certo ponto para que haja uma análise e também para que haja um comportamento adequado e normalmente ritualizado.
                Mas um “leitor crítico” objetaria, com razão, que nem todas as análises são equivalentes: não haveria uma diferença essencial entre, de um lado, a análise daquele ou daquela que a fim de participar de um rito, portanto, deve compreender suas normas, e uma análise que não visa se adequar ao rito, mas sim explicá-lo e objetivá-lo, dar conta de seu principio e de seu fim... Mas existe uma diferença crítica? Talvez!... Mas o que é uma diferença crítica? Pois afinal se ele deve analisar, ler e interpretar, o participante deve, também ele, manter uma certa posição... E de certa maneira objetivamente. Embora sua atividade muitas vezes se aproxime da passividade ou da Paixão.

Derridar, Jaques. Paixões. Editora Papirus, São Paulo, 1995.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Louvando a Capoeira


Em Louvor a Capoeira
Salve com muito Amor
Salve a Capoeira Angola
que meu Mestre Ensinou

Foi numa noite de Lua Cheia
Que essa Luz me Iluminou
quando uma Linda Sereia
Em Capoeira se transformou

E no lamento do seu Mestre
a Capoeira ela Jogou
Vivendo a Consciência Negra
que muito sangue derramou

E no toque do Berimbau
A Linda Sereia cantou
Em busca do seu Mestre
Que a Regional Levou

Canta canta sereia do Mar
canta, canta pro meu Berimbau Tocar

canta, canta com Amor
Iluminando a Capoeira de Angola
que Meu Mestre Ensinou

No Jogo da Dança...


Teu Jogo de Dançar
Encanta minha Dor

Em linguagens de significação
transbordando-me na
Essência da Libertação
com grandeza e beleza

Me eleva ao passado
da Luta Negra
Envolvendo-me
na Dança da Sedução

Pra me iluminar no afã de vadiar
em teus movimentos
que tanto fascinam...

sábado, 5 de dezembro de 2009

O Grito do Silêncio!...


                    "Está preso na garganta, é a dor querendo sair. Agonia que dura horas. O tempo passa e o aperto está lá. A voz por sua vez oscila entre uma frase e outra deixando transparecer a fragilidade da emoção. Entre os versos dessa canção suplico que não haja separação...
                   Andando pelos bosques, lembranças atormentam minha mente, pensamentos fantasiosos e sonhadores. Aquela dor, ah! a delicia de retornar ao passado... Todas essas separações despedaçaram meu coração, devastaram minha plantação de rosas preciosas. Quis desaparecer, sucumbir... Horas, dias, meses, anos se passaram, restaram as lembranças que nunca morrerão"!..(fonte: publicado por etrangestrate às 05:43 link do post  ao SAPO Tags)...
                  Fui então caminhar sob a Luz do Sol, quando de repente alguém se põe a falar comigo... logo atrás de mim. Eu, nas primeiras palavras, não reconheci a voz, foi quando olhei para traz e me surpreendi. Pois é, falou tanto que dessa vez eu tive que reagir. A questão para este companheiro de caminhada era a minha disponibilidade para as caminhadas diárias: enquanto outras pessoas se dedicam tanto a expressar em suas conversas de relex sobre as contribuições sociais  ou mesmo na familia, como sustentam suas famílias lutando para conquistar um espaço em meio ao desespero sem perspectiva de sobrevivência... Eu: feliz, sigo caminhando, cantando e sentindo a liberdade guiar os meus pés, isto  está a incomodar muita gente: Eis o doce sabor da liberdade que impulsiona meu Ser.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

FLORESTA AMAZÔNICA...


I - Contemplação!

Floresta Amazônica és grandiosa
E repleta dos mistérios da natureza
Teus encantos na aurora radiosa
São espetáculos de pura beleza.
Contemplar o canto dos pássaros
Vindos da mata verde é acalanto
Que acalmam e enlevam os atos
Inspirando nobres sentimentos.
As espécies de animais existentes
Em tua fauna cachoeiras e cascatas
São indeléveis em nossas mentes
Gente dependente de tuas matas.

II - Grito de Socorro!

Entrementes nem tudo é alegria
A depredação tem sido frequente
Pela mão do homem no dia-a-dia
Dizimando a floresta, infelizmente.
O predador homem sem consciência
Não mede esforços em derrubá-la
Colocando em risco sua existência
E da geração futura em vivenciá-la.
Com isso ajudam para extinção
Das espécies vivas que são obrigadas
A deixarem seus habitats pela violação
De seus santuários sucumbindo-as.
As poucas que sobrevivem são negociadas
Livremente no comércio ilegal

Até mesmo plantas raras delicadas
São retiradas do meio ambiental.

Levantemos a bandeira da preservação
Ainda há esperanças, vamos nos unir
E lutarmos com toda força do coração

Caso contrário, a floresta irá sucumbir.
Sucumbindo todos irão sentir, já estamos
Sentindo os efeitos dessa depredação!
Dar as mãos é mais que necessário, vamos

Trabalhar juntos pela PRESERVAÇÃO!

(Elias Akhenaton)


“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.”  (Victor Hugo)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Volta à Pernambuco...

 
Contemplando a maré baixa
nos mangues do Tijipió
lembro a baía de Dublin
que daqui já me lembrou.

Em meio à bacia negra
desta maré quando em cio,
eis a Albufera, Valência,
onde o Recife me surgiu.

As janelas do cais da Aurora,
olhos compridos, vadios,
incansáveis, como em Chelsea,
vêem rio substituir rio,
e essas várzeas de Tiuma

com seus estendais de cana
vêm devolver-me os trigais
de Guadalajara, Espanha.

Mas as lajes da cidade
não me devolvem só uma,
nem foi uma só cidade
que me lembrou destas ruas.

As cidades se parecem
nas pedras do calçamento
das ruas artérias regando
faces de vário cimento,
por onde iguais procissões
do trabalho, sem andor,
vão levar o seu produto
aos mercados do suor.

Todas lembravam o Recife,
este em todas se situa,
em todas em que é um crime
para o povo estar na rua,
em todas em que esse crime,
traço comum que surpreendo,
pôs nódoas de vida humana
nas pedras do pavimento.

João Cabral de Melo Neto


( Em Paisagens com Figuras -1954)

Fonte: Portal São Francisco

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Morte e Vida Severina


"...E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."

(João Cabral de Melo Neto)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Por um Mundo Melhor é o Mundo da Rosa


Novo começo…

                 Há alguns anos que ando a namorar uma nova casita! A porta 160 estar fechada, eu arrisco a alugar outra morada sem apoio do Estado… Só espero não andar com muitas dívidas todos os meses.
                 Creio que não!.. Refiro-me aqui ( a essa que você está lendo agora) a uma nova Morada Virtual… Depois de quinze anos a viver aqui, vou mudar-me.
                A nova morada, não é grande! Mas tem a vantagem de estar “novinha em folha”, pelo menos para mim… E cheinha de novidades... cheiros... cores... e  sabores!... Manter-se-à, no entanto, o estilo e a forma desta morada nova, até porque por detrás do computador e por detrás dos meus óculos são os mesmos olhos que Vêem o Mundo...

             Espero encontrar Todos, os que por aqui passam na Minha Nova Estadia, muito felizes e de Bem com a Vida.

Aqui fica a Minha Nova Morada: no Mundo da Rosa, leia-me, mas não abuse!...


/(porummundomelhor.blogs.sapo.pt).

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Arte da Capoeira - Camille Ardono


O que é a Capoeira

"Os negros usavam a Capoeira
para defender sua liberdade."
(Mestre Pastinha)
                
               Dança negra. Com muitos rituais. Brincadeira de movimentos com malícia. Na dança negra de pés no chão a agilidade da esquiva e a esperteza da fuga. E de repente, ante os olhos surpresos do adversário, o gesto rápido. O ataque fulminante. Então, prostrado, o inimigo se dá conta de que foi vítima da mandinga. Isto, se ainda tiver vida...

“No tempo em que o negro chegava
fechado em gaiola
Nasceu no Brasil
Quilombo e Quilombola

E todo dia
Negro fugia
juntando a curriola
De estalo de açoite, de ponta de faca
e zunido de bala

negro voltava p’ra argola
No meio da senzala
E ao som do tambor primitivo
berimbau, maraca e viola
Negro gritava: - abre ala!
Vai ter jogo de Angola”
(Mauro Duarte/Paulo Cesar Pinheiro, Jogo de Angola)

Capoeira: A Arte Negra

               A dança - enquanto forma de expressão corporal - possui uma linguagem onde cada gesto significa e representa idéias e sentimentos. Emoções. Sensações.
              O jogo da Capoeira é a síntese da dança. A sua essência, disfarçada em brinquedo. Vadiação. Distração de quem busca extravasar cada função interior nos gestos exteriores.
É na dança que se manifesta a tradição milenar da cultura negra de reverenciar as origens. Isto ocorre cada vez que se repetem gestos ancestrais. Renovados. Conduzindo ao reconhecimento da necessidade de manter viva a ligação com os antepassados, que praticaram os mesmos atos. Nisto reside a grandeza da dança negra. Ritual. E no respeito aos que geraram a vida, a beleza maior.
                  O balanço dos braços, o arremesso dos pés, o meneio do tronco e dos quadris, a harmonia de todo o corpo em gestos que não perdem a continuidade. Como se fora um ininterrupto perambular pelo círculo, em estreita ligação com o solo.
                 A Capoeira consiste numa dança onde o emprego dos movimentos arriscados - dado à circunstância de camuflar possível contenda - envolve os participantes e contagia quem assiste. Como não se deixar empolgar pela combinação de bela plástica humana nos movimentos despojados, com o evidente fascínio da dança e a alegria de uma festa?
                 É ainda muito mais a dança da Capoeira. O contato com o chão, intenso como o vínculo dos filhos com a mãe. Que envolve e protege, criando a vida e assistindo a todos, silenciosa. Acolhendo a dança, que é também em seu louvor.
                 A postura reverente dos capoeiras uns com os outros, para com o jogo, a terra, o berimbau, o atabaque, se explica no propósito maior da dança: unir. Ligar estreitamente, como as mãos que se apertam ao final de cada jogo, na saudação dos camarás.
                    Luta negra. Com a força dos ritos. Preservando mitos. Participando ativamente da resistência comum às variadas formas de dominação: cultural, física... Bastião erguido em defesa da nossa identidade coletiva, a     Capoeira não foi somente um fermento revolucionário - ela é realmente um instrumento de transformações, apesar do grande cerco que sofreu e sofre ainda hoje. Dos que tentam levá-la à padronização esportiva ou reduzi-la a mera forma de defesa pessoal, sugerindo sua definição como arte marcial.

“Dança guerreira
Corpo do negro é de mola
Na Capoeira
Negro embola e desembola
E a dança que era uma festa pro povo da terra
Virou a principal defesa do negro na guerra
Pelo que se chamou libertação
E por toda força, coragem e rebeldia
Louvado será todo dia
Que esse povo cantar e lembrar o jogo
de Angola
Da escravidão no Brasil”

(Mauro Duarte/Paulo Cesar Pinheiro)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O QUE SE PASSA NA CAMA?...



(O que se passa na cama
é segredo de quem ama.)
É segredo de quem ama
não conhecer pela rama
gozo que seja profundo,
elaborado na terra
e tão fora deste mundo
que o corpo, encontrando o corpo
e por ele navegando,
atinge a paz de outro horto,
noutro mundo: paz de morto,
nirvana, sono de pênis.
Ai, cama, canção de cuna,
dorme, menina, nanana,
dorme a onça suçuarana,
dorme a cândida vagina,
dorme a última sirena
ou a penúltima... O pênis
dorme, puma, americana
fera exausta. Dorme, fulva
grinalda de tua vulva.
E silenciam os que amam,
entre lençol e cortina
ainda úmidos de sêmen,
estes segredos de cama

De: O AMOR NATURAL, 1992 - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


(Fonte: Blog Antonio Miranda)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Te Quero Porque Te Amo!...


Te quero
E porque te quero
Esse querer
Que me queira...
Que me deseje
Como te desejo
Me roube um beijo
Sem que eu espere.

Me dê uma Rosa
Num dia qualquer
Me faça um elogio
De cabelos
Desarrumados
Me faça os dengos
De toda mulher

Me olhe frente
Ao espelho
E me faça rir
Da minha vaidade
Me abrace quando
O sol acordar
Pedindo a ele
Que se demore
Pra no céu clarear

Me ame
Quando a lua voltar
E dormindo me chame
P'ra no seu sonho entrar
E quero porque te amo...
Te amo porque te quero
E esse querer quase insano
que me ame como te amo.


(Sirlei L. Passolongo: Overmundo)


sábado, 21 de novembro de 2009

O Milênio do Espírito

                          
                 Neste início de século e de milênio é necessário que os mais diversos agentes sociais (família, igreja, comunidade, escola, partidos e agremiações) se conscientizem de que é preciso e urgente repensarmos os caminhos de uma civilização mal sucedida e desditosa. Necessária uma reavaliação dos valores de nossa época, um julgamento individual e coletivo dos caminhos que desejamos trilhar, enfim, um redimensionamento racional dos nossos costumes e práticas (da “nossa morada”). Os desanimados dirão: “Mas de que vale o pensar de uma minoria? Que força isso pode Ter?’. E então será o caso de pedir-lhes que revejam coisas espetaculares da história, como o advento da ciência experimental (século XVI) e as grandes guerras do nosso século, fazendo-se a simples pergunta: idéias de minorias têm ou não força? É o pouquinho de fermento que leveda o alqueire, não o contrario. Isso, porém, não impede que desejemos um numero cada vez maior de setores sociais conscientes das reais necessidades do nosso mundo.
               Diderot dizia que todo século tem um sentimento dominante e que, no seu tempo (século XVIII), dominava o sentimento de liberdade. Nós podemos dizer que o sentimento dominante deste nosso fim de século é o de “insignificância”. Que perdemos contra as arbitrariedades políticas e econômicas. Que perdemos contra uma mídia corrompida e corrupta?              Milênio do espírito. Trazida de volta do desterro, a ética ( e só ela) pode dar condições de reordenação material e econômica, de reorganização das relações interpessoais, de proteção da dignidade do viver. Afinal, a política e a cidadania derivam da ética, como discussão racional da “morada humana”.
             André disse certa vez que, em sua opinião, o terceiro milênio seria o milênio do espírito. Não podemos imaginar que uma inteligência e uma sensibilidade como as de Malraux estivessem a dizer-nos que o milênio vindouro seria de fantasmas e fumacinhas imponderáveis. Milênio do espírito deve ser aquele que se volta para a dignidade do viver em plenitude, para o mais profundo respeito com esse espetacular experimento cósmico que é a vida. E – isto penso eu – estarão prontos para redimensionar os valores vitais os que, com uma antiga e esquecida humildade, queiram redimensioná-los perante o Absoluto.

(Autor desconheço)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O Fogo do Teu Corpo!..

 
E, nesse desejo louco de consumir
Teu corpo, me apego
No afago que afoga
A loucura do mel
que vem do céu
da tua boca
Nas palavras lidas e sentidas
dos sonhos e dos desejos
nas ilusões de tantas paixões
que flutuam
nesse coração que te chama
em palavras não vividas, apenas sentidas...

Amor à Primeira Palavra...


                Foi Tudo assim: um ziguezague entre idas e vindas; viagens e regressos, sonhos e desejos, porém com isso fizemos uma base sólida, na certeza de que sempre ao voltarmos, encontraríamos a segurança do Amor na primeira palavra Lida e Sentida...
                Enfim, te encontrei, a ti dei o meu coração e elevei as minhas mãos. Agora o amor não pára... Quando o nosso corpo vai pedir calma? Não sei! Pois o Mundo também não pára e vai sempre transladar com a nossa   Alma ...
               Vivo no Tempo!... A tentar compreender tudo... as palavras brincam comigo por todas as horas, dias e noites... tento a todo instante agarrá-las.... segurá-las... juntá-las... e unificá-las na esperança de traduzir para ti o sentido do nosso amor, porém elas tem vida própria se elas (as palavras) vão ti transmitir algum novo sentido, também, não sei! Vai depender da inter-relação Tua e Delas... sempre assim, como foi naquele nosso primeiro Dia de ataque de leituras, então leia-me e sinta-me, mais uma vez: porque uma parte de Ti está em Mim; uma parte de Mim está em Ti, a outra é a vã palavra que tornou-se infinita a Tua procura...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sólo Déjate Amar - Kalimba


Te he buscando tanto
Y hoy que te he encontrado sé
Que no hay nadie más.

Nunca he sido un santa
Debo confesarlo ya
Con honestidad.

Fueron tantas horas
Tan solo y triste
Hasta que te vi.

Tú llenas mi vida
Tú llenas mi alma
Por eso siempre quédate aquí
Sólo déjate amar.

Un océano entero
No me ha impedido
Llegar hasta donde estás.

Todo lo que hago
Te lo quiero entregar
Y cada día más.

Fueron tantas horas
Tan solo y triste
Hasta que te vi.

Tú llenas mi vida
Tú llenas mi alma
Por eso siempre quédate aquí.
Ámame y déjate amar

Puedes en mí confiar
Dime que estás sintiéndome
Y puedes al fin verte en mí
Verme en ti.

Siempre quédate aquí
Tú llenas mi vida
Tú llenas mi alma
Por eso siempre déjate amar
Porque no puedo si te vas respirar
Dime que estás sintiéndome
Déjate amar
Que no ves que este amor es mi luz

Te he buscando tanto
Y hoy que te he encontrado sé
Que no hay nadie más

sábado, 14 de novembro de 2009

Amor à Distância!...


Quantas vezes eu já não toquei o vazio,
na esperança de te sentir.
Quantas vezes eu já não ergui minha mão,
com vontade de acariciar teu rosto ... ou secar uma lágrima.

Quantas vezes eu não fechei os meus olhos,
para poder visualizar tua boca sorrindo...
enquanto eu sentia que tu
sorria... do outro lado.

Sinto tanto a tua falta...
Falta do teu calor...
Falta dos teus beijos...
Falta do teu olhar...

Mas a tua voz me aquece , me acaricia ,
me embala nas minhas noites vazias...
E a esperança preenche meus sonhos.
A esperança de que não tarde
o próximo dia em que vamos nos encontrar.
E de que não tarde,
o dia em que não vamos mais nos separar...

( Blog Laura Poesia)



sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Eu Te Compreendo Sempre!...


                    Eu Te Compreendo mas, em nome do verdadeiro Amor, jamais poderia apoiar-te! Se recusas buscar no âmago do Teu ser respostas para os teus descaminhos, se dás pouca importância a teus sussurros interiores; se esqueceste a unidade intrínseca dos opostos em nossa vida terrena; se preferes o fácil e abandonaste a paciência para o Caminho; se fechaste teus ouvidos ao chamado de retorno; se perdeste a confiança a ponto de não poderes entregar tua vida à vontade onipotente de Deus; se não quiseste ver a Luz que vem do Leste; se não consegues encontrar no íntimo das coisas aquele Ponto Seguro de Equilíbrio no meio de todas as tormentas e vicissitudes; se não aceitas a tua vocação de Viajante com todos os imprevistos e acidentes da Jornada; se não queres usar o Tempo, o erro, a queda e a morte como teus aliados de crescimento, realmente nada posso fazer por ti.
                    Se aspiras obter proteção quando o que precisas é Liberdade; se não descobriste que a verdadeira Liberdade e a Autêntica Segurança são Interiores; se não sabes transformar a frase "Eu tenho que..." na frase "Eu quero!"; se queres que o fantasma do passado continue a fechar teus olhos para a infinidade do teu aqui e agora; se queres deixar que o fantasma do futuro te coloque em posição de Luta com o que ainda não aconteceu e, provavelmente, não chegará a acontecer; se optaste por tratar a ti mesmo como a um inimigo; se te falta capacidade para ver a ti mesmo como alguém que merece da tua própria parte os maiores cuidados e a maior ternura; se não te tratas como sendo a semente do próprio Deus; se desejas usar teus belos planos de mudar, de crescer, de realizar, como instrumentos de auto-tortura; se achas que é amor o apego que cultivas pelos teus parentes e amigos; se Queres Ignorar, em nome da seriedade e da responsabilidade, a Criança Brincalhona que Habita em Ti; se alimentas a vergonha de te enternecer diante de uma Flor ou de um Por de Sol; se através da lamentação recusas a Vida como Dádiva e como Graça, não posso Te apoiar. Porém, Eu te Compreendo!...
                 Mas, se apesar de todo o Sono, queres Despertar; se apesar de todo o cansaço, queres Caminhar; se apesar de todo o medo, queres Tentar; se apesar de toda acomodação e descrença, queres Mudar, Aceita então esta proposta para a tua Felicidade: A Raiz de todas as tuas Dificuldades são teus Pensamentos Negativos. São eles que te levam para as Dores das lembranças do Passado e para a inquietação do Futuro. São esses pensamentos que te afastam da experiência de contato com Teu Próprio Corpo, com o Teu Presente, com o Teu Aqui e Agora e, portanto, distanciando-te de teu próprio Coração.
Tens presentes agora as Tuas Emoções? Tens presente agora o Fluxo da tua Respiração? Tens presente agora a Batida do teu Coração? Tens agora a Consciência do teu Próprio Corpo? Este é o Passo Primordial. Teu Corpo é concreto, real, presente, e é nele que o sofrimento Deságua e é a partir dele que se Inicia a Caminhada para a Alegria. Somente através dele se encaminha o Retorno à Paz. Jamais resolverás os teus problemas somente pensando neles. Começa do mais próximo, começa pelo Corpo. Através dele chegarás ao Teu Centro, ao teu Vazio, àquele lugar onde a Semente Germina. Através da Consciência Corporal, Galgarás Caminhos jamais vistos, entrarás em Contato com os Teus Sentimentos, perceberás o Mundo tal como é e agirás de acordo com a naturalidade da vida. Assume o teu Corpo e os teus Sentimentos, por mais dolorosos que sejam; assume e observa-os, simplesmente observa-os. Não tentes mudar nada, seja Apenas a Tua Dor... Somente Tua Dor!
                Presta atenção, não negues a Tua Dor. Para que fingir estar alegre se estás triste? Para que fingir coragem se estás com medo? Para que fingir Amor se estás com Ódio? Para que fingir Paz se estás angustiado? Não lutes contra teus sentimentos, fica do teu próprio lado, deixa a dor acontecer, como deixas acontecer os Bons Momentos. Para, deixar que as coisas sejam exatamente como são. Entra nos teus sentimentos sem os julgar, não fujas deles, não os evites, não queira resolvê-los escapando deles - depois terás de te encontrar com eles novamente, é apenas um adiamento, uma prorrogação. Torna-te presente, por mais que te doa. E, se assim fizeres, algo de muito belo acontecerá!
Assim como a Noite veio, Ela também se irá e então testemunharás o Nascer do Novo Dia, pois à Noite o Sol escurece até a meia-noite e, a partir daí, começa um novo Dia. Se assim fizeres, sentirás Brotar de dentro de Ti uma força que desconhecias e Te sentirás Renovado na Esperança e a Vida entrando em Ti. Se assim fizeres, entenderás com o Coração que a Semente morre mesmo, totalmente, antes de germinar e que a Morte antecede a Vida.
                  E, se assim fizeres, poderei dizer-te então que: Eu Te Compreendo e que, assim, tens todo o meu Apoio! E verás com muita Alegria que, justamente agora, já não precisas mais do Meu apoio, pois o foste buscar dentro de Ti e o encontraste dentro da tua própria Dor! Eu te Compreendo, sempre e Amo-te!...

(Antônio Roberto Soares – Psicólogo)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eu Te Compreendo!...


                     Eu sei das tuas tensões, dos teus vazios e da tua inquietude. Eu sei da luta que tens travado a procura de Paz. Sei também das tuas dificuldades para alcançá-la. Sei das tuas quedas, dos teus propósitos não cumpridos, das tuas vacilações e dos teus desânimo.
                     Eu te compreendo... Imagino o quanto tens tentado para resolver as tuas preocupações profissionais, familiares, afetivas, financeiras e sociais. Imagino que o mundo, de vez em quando, parece-te um grande peso que te sentes obrigado a carregar. E tantas vezes, sem sentir esforços. Eu conheço as tuas dúvidas, as dúvidas da natureza humana.
                     Percebo como te sentes pequeno quando teus sonho acalentados vão por terra, quando tuas expectativas não são correspondidas. E essas inseguranças com o amanhã? E aquela inquietação atroz em não saberes se amanhã as pessoas que hoje te rodeiam ainda estarão contigo? De não saberes se reconhecerão o teu trabalho, se reconhecerão o teu esforço. E, por tudo isto, sofres, e te sentes como um barco sozinho num mar imenso e agitado. E não ignoro que, muitas vezes, sentes uma profunda carência de amor. Quantas vezes pensaste em resolver definitivamente os teus conflitos no trabalho ou em casa. E nem sempre encontraste a receptivamente esperada ou não tiveste força para encaminhar a tua proposta. Eu sei o quanto te dói os teus limites humanos e quanto às vezes te parece difícil uma harmonia íntima. E não poucas vezes, a descrença toma conta do teu coração.
                     Eu te compreendo... Compreendo até tuas mágoas, a tristeza pelo que te fizeram, a tristeza pela incompreensão que te dispensaram, pelas ingratidões, pelas ofensas, pela palavras rudes que recebeste. Compreendo até as tuas saudades e lembranças. Saudade daqueles que se afastaram de ti, saudade dos teus tempos felizes, saudade daquilo que não volta nunca mais...
E os teus medos? Medo de perderes o que possuis, medo de não seres bom para aqueles que te cercam, medo de não agradares devidamente às pessoas, medo de não dares conta, medo de que descubram o teu íntimo, medo de que alguém descubra as tuas verdades e as tuas mentiras, medo de não conseguires realizar o que planejaste, medo de expressares os teus sentimentos, medo de que te interpretem mal.
Eu compreendo esses e todos os outros medos que tens dentro de ti. Sou capaz de entender também os teus remorsos, as faltas que cometeste, o sentimento de culpa pelos pequenos ou grandes erros que praticaste na tua vida. E sei que, por causa de tudo isso, às vezes te encontras num profundo sentimento de solidão.
                   É quando as coisas perdem a cor, perdem o gosto e te vês envolto numa fina camada de indiferença pela vida. Refiro-me àquela tua sensação de isolamento, como se o mundo inteiro fosse indiferente às tuas necessidades e ao teu cansaço.
E nesse estado, és envolvido pelo tédio e cada ação ou obrigação exige de ti um grande esforço. Sei até das tuas sensações de estares acorrentado, preso; preso às normas, aos padrões estabelecidos, às rotineiras obrigações: "Eu gostaria de... mas eu tenho que trabalhar, tenho que ajudar, tenho que cuidar de, tenho que resolver, tenho que!...".
                    Eu te compreendendo... Compreendo os teus sacrifícios. E a quantas coisas tens renunciado, de quantos anseios tens aberto mão!... E sempre acham que é pouco... Pouca coisa tens feito por ti e tua vida, quase toda ela, tem sido afinal dedicada a satisfazer outras pessoas. Sei do teu esforço em ajudar às outras pessoas e sei que isso é a semente de tuas decepções.
                    Sei que, nas tuas horas mais amargas, até a revolta aflora em teu coração. Revolta com a injustiça do mundo, revolta com a fome, as guerras, a competição entre os homens, com a loucura dos que detêm o poder, com a falsidade de muitos, com a repressão social e com a desonestidade.
                     Por tudo isso, carregas um grau excessivo de tensões, de angústia e de ansiedade. Sonhas com uma vida melhor, mais calma, mais significativa. Sei também que tens belos planos para o amanhã. Sei que queres apenas um pouco de segurança, seja financeira ou emocional, e sei que lutas por ela.
Mas, mesmo assim, tuas tensões continuam presentes. E tu percebes estas tensões nas tuas insônias ou no sono excessivo, na ausência de fome ou na fome excessiva, na ausência de desejo para o sexo ou no desejo sexual excessivo.
                   O fato é que carregas e acumulas tensões sobre tensões: tensões no trabalho, nas exigências e autoritarismos de alguns, nas condições inadequadas de salário e na inexistência de motivação, nos ambientes tóxicos das empresas, na inveja dos colegas, no que dizem por trás. Tensões na família, nas dependências devoradoras dos que habitam a mesma casa; nos conflitos e brigas constantes, onde todos querem ter razão; no desrespeito à tua individualidade, no controle e cobrança das tuas ações.
Eu te compreendo, e te compreendo mesmo. E apesar de compreender-te totalmente, quero dizer-te algo muito importante!...
                   Escuta!... agora com o coração o que te vou dizer: Eu Te Compreendo, mas não te apóio! Tu és o único responsável por todos estes sentimentos. A vida te foi dada de graça e existem em ti remédios para todos os teus males. Se, no entanto, preferes a autocomiseração ao invés de mobilizares as tuas energias interiores, então nada posso te oferecer. Se preferes sonhar com um mundo perfeito, ao invés de te defrontares com os limites de um mundo falho e humano, nada posso te oferecer.
                   Se preferes lamentar o teu passado e encontrar nele desculpas para a tua falta de vontade de crescer; se optastes por tentar controlar o futuro, o que jamais controlarás com todas as suas incertezas; se resolveste responsabilizar as pessoas que te rodeiam pela tua incompetência em tratar com os aspectos negativas delas, em nada posso te ajudar.
                   Se trocaste o auto-apoio pelo apoio e reconhecimento do teu ambiente, então nada posso te oferecer. Se queres ter razão em tudo que pensas; se queres obter piedade pelo que sentes; se queres a aprovação integral em tudo que fazes; se escolhestes abrir mão de tua própria vida, em nome do falso amor, para comprares o reconhecimento dos outros, através de renúncias e sacrifícios, nada posso te oferecer. Se entendeste mal a regra máxima "Amar ao próximo como a ti mesmo", esquecendo-te de amar a ti mesmo, em nada posso te ajudar.
                   Se não tens um mínimo de coragem para estar com teus próprios sentimentos, sejam agradáveis ou dolorosos; se não tens um mínimo de humildade para te perdoares pelas tuas imperfeições; se desejas impressionar os outros e angariar a simpatia para teus sofrimentos; se não sabes pedir ajuda e aprender com os que sabem mais do que tu; se preferes sonhar, ao invés de viver, ignorando que a vida é feita de altos e baixos, nada posso te oferecer.
                   Se achas que pelo teu desespero as coisas acontecerão magicamente; se usas a imperfeição do mundo para justificar as tuas próprias imperfeições; se queres ser onipotente, quando de fato és simplesmente humano; se preferes proteção à tua própria liberdade; se interiorizaste em ti desejos torturadores; se deixaste imprimirem-se em tua mente venenosas ordens de: - "Apressa-te!", "Não erres nunca!", "Agrada sempre!"; se escolheste atender às expectativas de todas as pessoas; se és incapaz de dar um Não quando necessário, em nada posso te ajudar.
                   Se pensas ser possível controlar o que os outros pensam de ti; se pensas ser possível controlar o que os outros sentem a teu respeito; se pensas ser possível controlar o que os outros fazem; se queres acreditar que existe segurança fora de ti, repito: Eu Te Compreendo!...

(Antônio Roberto Soares – Psicólogo)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pilar dos Pilares!...


                                                                         Foto Paco Sánchez
A ti Pilar
Pilares de todas
as  Mulheres

Teu colo sustenta
O que o colo de todas
As mulheres do Mundo,
Insustentavelmente Consome!...
Em Desejos...  Sonhos...  e  Devaneios...

As Águas do teu Rio
Deságua nos mais longínquos Corações
Despertando na Turbulência...   Paixões...  e  Ilusões!...


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Desejos e Solidão!...

                
                Olá, estou eu aqui, às vezes desistindo e resistindo, mas existo: eis a Essência do meu Ser que me impossibilita qualquer Encontro. Aqui na solidão e no silêncio... envolvida nessa imensidão verde! Fiquei pensando no Desejo que me Consome!...
               As tramas do Tempo que nos aproximou, se entrelaçaram, se fragmentaram e secularmente foram ignoradas, abarcaram todas as possibilidades dos Encontros que Constroem a Vida. Nós existimos na maioria desses tempos. Tempos que em alguns momentos existiu Você e Eu; e o Outro, eu em você e todos os outros em nós Dois.
              Foi quando eu compreendi que a Linguagem é uma Pele, então esfreguei minha Língua em Você e senti que a única palavra que exige a Verdade é essa: a Linguagem do teu Corpo, por isso eu sinto: existo para me consumir em desejos e me embeber na solidão de um Mundo sem Fim...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sob o Manto da Noite


Estendia-se o Manto
Estirado no Chão.
Bordou nele Estrelas
E Sombras da Lua.

Cantou cantilenas
Falou Poesias
Espantou suas Trevas

Moradas do Medo.
Expurgou seus Fantasmas
De almas Penadas.


(Ana Lucia Timotheo da Costa - Alma Carioca Blog)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais uma Política para a Amizade - Francisco Ortega


                         Temos criado uma sociedade que incita à fala, especialmente à fala sobre o sexo, arcano de nossa identidade e intimidade, e que vive nos últimos três séculos “uma explosão discursiva em torno ao sexo”. Somos capazes de pagar a determinados indivíduos para ouvirem-nos falar de nós mesmos, uma atividade tão lucrativa que leva alguns a “alugar suas orelhas.” É preciso buscar ilhas de silêncio no meio do oceano comunicativo, possibilidades de cultivar o silêncio como uma forma da sociabilidade, o refúgio de um simples não ter nada a dizer.
                      O preço que pagamos pela psicologização total da realidade social é muito alto: a perda da “civilidade”, que se exprime na capacidade criativa que todos os indivíduos possuem, sua condição de homo ludens, a qual precisa da distância para poder se realizar. Em sociedades com uma intensa vida pública, como acontecia na sociedade do Antigo Regime, o teatro e a rua mostram diversas semelhanças.
                      Atuar, jogar e agir exigem a existência de convenções, de artifícios e de teatralidade. São sociedades que valorizam a distância, a impessoalidade, a aparência, a civilidade, a urbanidade, a polidez, a máscara, a teatralidade, o jogo, a ação, a imaginação e a duplicidade, ao invés da autenticidade, da intimidade, da sinceridade, da transparência, da unicidade, da personalidade, e da efusão do sentimento caraterístico das sociedades cuja vida pública foi erodida.
                        A teatralidade e a intimidade se opõem. Apenas sociedades com uma forte vida pública podem valorizar o jogo, a imaginação, a ação e a teatralidade. A procura de autenticidade psicológica torna os indivíduos inartísticos. A sociedade “íntima” rouba aos homens sua espontaneidade, sua faculdade de agir, enquanto começo de algo novo, sua vontade de ultrapassar limites e interromper processos automáticos, de inaugurar e de experimentar. Essa capacidade política do ser humano precisa da distância, da diferença e da pluralidade, que a psicologização da sociedade anula.
                       Vivemos em uma sociedade que nos incita continuamente a “desnudar-nos” emocionalmente, que fomenta todo tipo de terapias, verdadeiras dramaturgias da intimidade. A conseqüência é a descomposição da “civilidade”, entendida como o movimento aparentemente contraditório de se proteger do outro e ao mesmo tempo usufruir de sua companhia. Uma forma de tratar os outros como estranhos, pois usar uma máscara, cultivar a aparência, constitui a essência da civilidade, como modo de fugir da identidade, e de criar um vínculo social baseado na distância entre os homens que não aspira ser superada.
                        O comportamento civilizado, polido, exige um grande controle de si, já que não é coisa fácil conter-se e governar-se a ponto de não deixar transparecer nos gestos e na fisionomia as mais violentas emoções de sua alma. Essa faculdade de uma sociabilidade sadia e criativa, perde-se na sociedade “íntima”. A civilidade torna-se incivilidade, ou seja, essa habilidade tão difundida de incomodar o outro com o próprio eu, de lhe impor minha intimidade.
                       A incivilidade teria como conseqüências os comportamentos egoístas e narcisistas e o esquecimento do outro, bem como o desinteresse na vida pública que caracterizam nossa sociedade, o refúgio no privado e na interioridade à procura de uma autenticidade, uma natureza original perdida “antes que a arte tenha moldado nossas maneiras”, como se lamentava Rousseau, o mais impolido dos filósofos. O que torna nossa sociedade tão caótica é “O mundo de hoje muito inutilmente cruel. Crueldade é violar a personalidade de alguém, é colocá-lo em uma condição tal que chegue a uma confissão total e gratuita. Se fosse uma confissão visando um fim determinado eu o aceitaria, mas é o exercício de um voyeur, de um torpe, reconheçamos, é cruel. Acredito firmemente que a crueldade é sempre uma manifestação de infantilismo...

O Homem-rio-Amônia


No Verde dessa Floresta
Na Leve Lama dessa Terra
Que cheira como
Cio da Natureza
Nasce esse Rio-Homem

Com a Água e o Barro
da Cor de Gente
jorrando lágrimas de dor
na solidão da exploração

dilui-se nas correntezas
das águas da chuva
o Homem desse Rio
exala o cheiro do calor molhado
na força da semente
que nasceu para o seu mundo

O Homem-Rio
inunda seu Território
de longe olha suas Fronteiras
Com a Paixão que protege
um Coração que Ama...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Por uma Política da Amizade - Francisco Ortega


                  
                “É possível uma amizade neste lado do amor que poderia ser procurada e encontrada? Não falo mais do amor - essa palavra e suas convenções tornaram-se odiosas para mim. Mas é possível atingir uma amizade que seja mais profunda, até mesmo de uma profundidade sem limites e, no entanto, sem palavras, sem idéias?” (Lawrence Durrell, Justine)

                   Em um estudo já clássico sobre o declínio do homem público, o sociólogo Richard Sennett constatou que a sociedade contemporânea se caracteriza pela “tirania da intimidade”, a qual se exprime numa vida pessoal desequilibrada e numa esfera pública esvaziada. Na atualidade estamos dominados pela crença de que a proximidade constitui um valor moral, o que nos leva a desenvolver nossa individualidade na proximidade dos outros.
                A ideologia da intimidade transforma todas as categorias políticas em psicológicas e mede a autenticidade de uma relação social em virtude de sua capacidade de reproduzir as necessidades íntimas e psicológicas dos indivíduos envolvidos. Com isso, esquecemos que a procura de autenticidade individual e a tirania política são com freqüência dois lados da mesma moeda. É necessária uma distância entre os indivíduos para poder ser sociável.
                O contato íntimo e a sociabilidade são inversamente proporcionais. Quando aumenta um, o outro diminui; quanto mais se aproximam os indivíduos, menos sociáveis, mais dolorosas e fratricidas são suas relações. Sennett, que foi aluno de Hannah Arendt e reconhece a sua filiação nas suas análises, realça como a filósofa privilegiava uma “cálida impessoalidade” frente à debilidade que reside na procura de refúgio em uma subjetividade encapsulada e voltada para si. Apostar na impessoalidade é apostar em uma vida da exterioridade. Uma vida na exterioridade é uma vida disposta a admitir a diferença e aceitar o novo, o aberto, a contingência, o efêmero, o estranho. Fugir na interioridade à procura de duração, precisão, segurança, é um caminho sem saída que conduz a autodestruição narcisista. O exterior, o fora, constitui uma dimensão construtiva da existência.
              Essa mesma ideologia da intimidade tenta convencer-nos de que todos os “males” se devem à anonimidade, à alienação, à falta de comunicação. A filosofia da sociedade “íntima” é a “teoria da ação comunicativa”, onde todos os problemas se reduzem a problemas de compreensão causados pelas distorções da comunicação. Comunicação é o conceito básico da moderna teoria da sociedade. Diante do prestígio emancipatório da palavra, o silêncio é associado com um poder repressivo, turvos segredos, tabus entalados, covardia ou estupidez. “Nessa escola do comércio dos homens”, observa Montaigne, “notei amiúde um defeito: em vez de procurarmos tomar conhecimento dos outros, esforçamo-nos por nos tornarmos conhecidos e mais nos cansamos em colocar a nossa mercadoria do que em adquirir outras novas. O silêncio e a modéstia são qualidades muito apreciáveis na conversação”.