quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

domingo, 25 de dezembro de 2016

A Fome do Natal...

Nesses momentos de congratulação, eu gostaria de encontrar uma maneira de romper com o Discurso Oficial do Natal sem me tornar insensata: eis uma sutileza totalmente insustentável, a dessa ruptura; então não me apetece mais nada, pois o discurso do luxo, do consumismo seria desconstruído e a ideologia oficial permaneceria, no entanto, mais legitimada...

Enfim, o prazer do Natal permanecerá sempre entre duas margens tênues: uns seguirão, excessivamente, consumindo e sendo consumidos por suas hipocrisias; outros continuarão, miseravelmente, sentindo fome e sendo destruídos pelas guerras... Ademais a solução para tais problemas supera qualquer medida compensatória, e o êxito aqui talvez possa ser reportado a todos que seguem fielmente Jesus Cristo, independentemente de Religião, credo raça ou cor...

Sonho em encontrar uma maneira de amenizar com a prática generalizada do desperdício e assumir, a cada ano, as angústias e tristezas; as alegrias e esperanças da gente sofrida e feridas por tantas guerras, lesadas em seus direito de se alimentar; pois é angustiante e impactante saber que, no mundo, existe alimento suficiente para todos, e que a fome se deve à má repartição dos bens: o egoísmo e o individualismo e as guerras.

No mais, eu também gostaria de clamar por um desafio do princípio universal da dignidade humana, que fundamentasse o direito de todos à segurança alimentar e que se concretizasse em exigências éticas de defesa da Vida (das crianças, mulheres e homens)... Imbuída por um desejo de dever, de compromisso e de responsabilidade: quero me empenhar com atitude e eficácia onde as quais possam permitir uma compreensão que viabilize a superação desses conflitos, para somente assim pensar num Natal pleno de Felicidade...

Mesmo assim desejo um Feliz Natal!... Que o Menino Deus venha nos Abençoar com o Verdadeiro Amor e nos Ensinar o Dom da Partilha!... Que nestas Festas, a magia seja teu melhor traje; teu sorriso o melhor presente; teu olhar o melhor destino, e tua felicidade meu maior desejo!...

*.*.*.*.*

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Servidão...

Pelos segredos da vida errante...

Do negro de ontem
Escondendo a volátil amizade de hoje
Desfaço o degredo do amanhã...

Na felicidade que ainda desconheço
Servirei ao tempo na divina proporção...

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Imagem, daqui...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Tu trouveras...


Outra Direção...

Anseio por uma mudança de comportamento no mundo... Nesse reverso do viver, a sombra manipuladora da razão marca o fascinante enrendo da magia irresistível do amor...

Diante desses momentos conflitantes
só me vejo pelo teu olhar
quando não estás a caminhar
eu me perco na tua ausência
e não me reconheço sem ti...

*.*.*.*.*

domingo, 11 de dezembro de 2016

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Labirintos...

Porque assim é a atualidade a qual vivenciamos: um emaranhado de mistérios contidos nos frágeis laços humanos... Ainda permaneço na tentativa de restaurar a segurança, para me restabelecer do encarceramento da precariedade... 

Com efeito, uma névoa oculta a esperança... Enfim, eu me rendo; confesso que não sei como agir, ou o que devo fazer e pra onde seguir...

Assim, nem aquém e nem além
um estado de fervor me invade em comunhão, 
regenerando-me na multidão...

Nesse vai-e-vem
Estou perdida num labirinto de metáforas
essa é minha condição...

E na insondável caverna do inesperado
me impulsionam as contradições...

*.*.*.*.*

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

domingo, 4 de dezembro de 2016

Esboço Existencialista....

Para Arthur Schopenhauer "O destino baralha as cartas, nós jogamos", pensando assim apresentarei um projeto de liberdade, mas esboçarei, primeiramente, meu perfil conceitual... Por vezes sinto necessidade, sempre que possível, de esclarecer conceitos dos quais faço uso, como demonstração daquilo que faz repensar minha condição feminina no mundo dos humanos...

Com efeito, aqui o existencialismo será um simples detalhe que tentará explicar algumas percepções de liberdade e individualidade, pois o pensamento existencialista defende que a existência vem antes da essência... Isto implica em dizer que não existe uma essência humana que nos determine, mas sim que nós constituímos nossa essência em nossa existência... Esta construção da essência se dá a partir das escolhas feitas, enquanto representação do ser livre... Perante essa condição na qual nós existimos e a vida é apenas um projeto, nós teremos de escolher o que queremos efetivar em nossa vontade de agir: fazendo nossas escolhas...

Assim, pensando nessa condição humana, nós vivemos numa constante angústia existencial... Ter de escolher a todo instante é angustiante, pois cada escolha irá refletir diretamente naquilo que somos... Constituindo, dessa forma, a angústia enquanto reflexo da liberdade humana, diante das infinitas possibilidades da escolha e da responsabilidade de cada escolha... Evitarei cuidadosamente impor preceitos os quais acreditam que é tão somente a política que nos prepara para ascender na autonomia, pois é na vida que nós atingimos a emancipação, assim precisamos focar nela como possibilidade de perceber as oportunidades de escolhas...

Entretanto, essa liberdade forjada, que nos leva à angustia, caracteriza outra condição humana: o desespero... Tudo que nos torna quem somos pode ser perdido no processo de evolução ou readaptação e isso nos causa o desespero... Uma pessoa que entra em depressão e fica incapacitado de executar suas tarefas com certeza entra em desespero... Por isso a existência humana vive em desespero, logo nós necessitamos e dependemos de fatores externos, que não estão sob nosso controle, mas nos impossibilita de ser quem somos... Porém, mesmo na ausência desse desespero, nós experimentamos um constante sabor desesperador, diante da idéia do desamparo...

Somos livres, escolhemos, temos a angústia de escolher e o desespero de perder tudo. Mas, também estamos desamparados não temos desculpas ou a quem culpar por nossas escolhas.... Com isto, é no existencialismo que encontramos um conjunto de ideias que nos coloca diante da responsabilidade de construir e assumirmos nossos atos... “Não há desculpas e justificativas para nossas ações... O que somos ou o que fazemos não é produto de nossa infância, de nossa criação, muito menos do destino ou de alguma divindade... Estamos sozinhos, lançados no mundo, para nos inventar e reinventarmos, pois não há nada anterior à nossa existência para definir o que somos”...

*.*.*.*.*

sábado, 3 de dezembro de 2016

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Conflitos...

Quando se trata de estabelecer tendências existenciais, as dificuldades inclinam a revelar-se através dos equívocos... Entretanto na maioria das vezes sou envolvida por uma sombra de dúvida e medo; como tentativa de proteção, deixo passar despercebida certas situações que nos acompanham no cotidiano...

Não consigo evitar os conflitos 
que pairam por entre o olhar e o coração...

Presa nessa guerra existencial
proclamo um abrigo impermeável na razão...

Convoco a lealdade da emoção
para determinar o veredito desse coração
ora fixado em lascivos pensamentos 
com a expressão da efusão...

Eis a desesperança em memória...

*.*.*.*.*

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Meu Mundo...

A escrita abaixo não me pertence, mas me sinto contemplada... Comigo é bem assim também: 
"Buscando encontrar o meu limite
Talvez um dia, quem sabe, eu consiga
Descobrir a sinuosidade da distância 
Entre as palavras e minha alma.

Pois são estes segredos profundos,
Os versos e as letras que saem do coração
Que às vezes soam como meros sonhos.

Foram tantas as vezes que me vi sozinha,
Querendo decifrar enigmas,
Buscando entender o desejo do pensamento 

Mas quando penso que tudo esta bem
Tudo se esvai novamente...
E a magia do amor esvoaça ao vento.

Esse aqui é meu refúgio, é para aqui que fujo todas as vezes que o mundo real fica muito assustador, monótono ou mesmo quando estou feliz sempre corro até aqui para poder sentir todas essas sensações sozinha.

Não me levem a mal, não é que eu seja egoísta mas gosto de sentir as coisas sozinha, ver como elas interagem com  meu 'eu' interior, de onde enxergo tudo do meu próprio ponto-de-vista.

Aqui é minha fortaleza, me sinto segura, protegida, quando chego aqui somos apenas em três: Minha alma, minha mente e EU, acredite somos três e cada uma tem uma maneira de pensar, parece loucura mais quando estamos aqui acontece um diálogo mais ou menos assim:

EU: Que bom ver vocês duas!

ALMA: Viemos por que estávamos preocupadas com você, anda muito distraída...

MENTE: Fale por você, querida, porque essa mocinha aí tem me pertubado dia e noite e anda usando e abusando de mim nesses últimos dias, nunca vi pessoa para pensar tanto!

ALMA: Ok sua convencida, então vou falar por mim, porque essa senhorita aí as vezes esquece que eu existo!

EU: Tudo bem, reconheço que tenho esquecido de você as vezes, mas também dar um tempo vocês duas, está impossível agradar as duas ao mesmo tempo cada um quer uma coisa diferente, quero que as duas sentem-se e entrem em um acordo, assim nós três sairemos felizes desse encontro!

ELAS: Tudo bem senhorita entraremos em um acordo, em que as três sejam beneficiadas!

A gente conversa e entra em um acordo e no final das contas a gente sai daqui bem resolvidas e prontas para encarar o mundo, e basta surgir qualquer dúvida ou medo voltamos para cá correndo, em busca de um refúgio!"...

E assim como Cecília Meireles eu também:

"Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua…
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu"…


*.*.*.*.*

domingo, 27 de novembro de 2016

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Laços do Abraço...

No entanto, que não haja obstáculos
para meus passos seguirem os teus...

Ou que o brilho certo dos teus olhos 
seja sempre a luz dos meus...

Se por ventura minhas mãos a tua tocarem, 
que exalem a mesma a sensação...

E num só abraço se façam 
os laços de nossa comunhão...

Porque na face impressa do tempo
serão sempre as rimas um eterno alento...

*.*.*.*.*

domingo, 20 de novembro de 2016

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Suavidade Ciclônica...

Sentir aquela sensação de que está diante da sublime presença do poder universal, em conexão com aquilo que somos, é o verdadeiro segredo do caminho para o bem-estar...

Mesmo quando não há vento suave
Uma brisa me faz mover graciosamente
Para sobreviver às tempestades ciclônicas...

Por um instante não sinto o ar
Inspiro a tua sombra
Assim vou vivendo os dias...

*.*.*.*.

domingo, 13 de novembro de 2016

sábado, 12 de novembro de 2016

E então, que quereis?...

Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.

Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?

O mar da história é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

*.*.*.*.*
Vladimir Vladimirovitch Maïakovski

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Hineni: Estou pronto, Senhor...


"Tu queres isto mais escuro? (You want it darker?) Perguntou ele, com a voz cava e a música cheia de sentimento. E responde: Hineni! Estou pronto Senhor (I am ready, my Lord). A mesma palavra hebraica הנני que Abraão respondeu a Javé (YWHW) quando Este o chamou para sacrificar Isaac (o que, como se sabe, não aconteceu, simbolizando o fim dos sacrifícios humanos). Hineni significa qualquer coisa como ‘Aqui estou eu’ ou ‘Estou às ordens’ ou ainda ‘Estou pronto para o que pretenderes’, mas de uma forma que não tem recuo, é espiritual e solene.

Quando Cohen responde no último álbum Hineni, quer dizer o quê? Que regressa às origens da sua religião inicial? Não faço ideia, mas estou certo de uma coisa: a sua grandeza em toda a carreira deve-se, sobretudo, ao facto de o amor e a espiritualidade se encontrarem e se derramarem em toda a sua obra.

E o verdadeiro amor, súmula dos mandamentos segundo Jesus Cristo é, escreveu Leonard Cohen em Hallelujah, como um fantasma que todos sabem o que é, mas poucos o viram. Talvez Cohen o tivesse, apesar de dizer que necessitava perdão e que se esqueceu de rezar aos anjos de tal modo que os anjos se esqueceram dele (So long, Marianne).

Seja como for é arrepiante abrir um álbum de músicas intitulado “Tu queres isto mais escuro” proclamando Hineni e traduzindo de seguida por “Estou pronto, Senhor” e falecer dois meses depois, segundo a família e quem o acompanhou, em plena paz.

Declaração de amor por Leonard Cohen*...

Não foi um cantor que morreu; nem um músico, nem um literato, nem um poeta. Foram quatro génios em um só. Desde que escreveu os seus primeiros poemas e romances, que foram aclamados pela crítica, passando por ganhar o Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura (bem mais inteligente este júri que os da Academia do Nobel), até ao seu último trabalho musical, no mês passado, Cohen foi um completo homem do renascimento, ele próprio um príncipe.

E hoje apetece-me escrever sobre ele, ouvir a sua música, as suas palavras, porque ele é imortal, ao contrário da maior parte das figuras com tão pouco interesse sobre as quais todos os dias escrevo. As suas palavras brotam de uma nascente limpa e desaguam dentro de cada um de nós, já com a afluência da música, onde comovem, inquietam, despertam e repousam. Se é possível amar o belo, o sublime – e eu sei que sim – digo que amo a obra de Leonard Cohen. O homem, infelizmente, jamais o conheci.

O amor, o belo, o sublime – eis conceitos que caíram em desuso num mundo em que a arte, em boa medida, deixou de ser a aspiração aos valores positivos, para se tornar num choque, na exaltação do ordinário, do vulgar, do sujo, do feio, do lixo. Não com Cohen. Com ele, o transcendente viveu em acordes, em textos, em poemas e viveu na ansiedade da busca improvável, da estrela inalcançável, do sonho impossível. Com Cohen jamais fomos condenados, como com outros, a 20 anos de aborrecimento, apesar de ele afirmar em ‘First we take Manhattan’ que tinha sido ele próprio condenado a essa sentença: “20 years of boredom”.

Que a arte se tenha, no geral, transformado numa chatice que alguns intelectualoides, no geral com ar doente, descodificam para os outros basbaques que no que veem, no que ouvem ou no que leem no geral não descortinam um sentido preciso, uma linha clara, um sentimento digno, é próprio da destruição da civilização. É Jacques Barzun, penso eu, que na sua obra “Da Alvorada à Decadência” nos recorda que o fim das civilizações foi sempre acompanhado por uma arte que deixara de aspirar ao sublime para ser asperamente chocante. Se assim é, Leonard, lá onde tu estás, na mão direita de Deus, como Antero de Quental, foste dos últimos a lutar pela nossa civilização, pelas 900 janelas do salão de dança de Viena onde se rodopia ‘Take this waltz’.

É amor, o amor puro dos trovadores. É como tu disseste do estudo nas faculdades que frequentaste, Direito em McGill, Montréal, Canadá, e estudos gerais em Columbia, Nova Iorque, EUA, “paixão sem carne, amor sem clímax”.

Como disseste, apenas escreveste música e palavras de forma honesta. Nunca pretendeste ser popstar, nem ser agreste, nem liderar a juventude, nem alterar o mundo. Pretendeste o que cantaste; dançar a valsa; Marianne, tua mulher; Suzanne Verdal (não a Suzanne Elrod, mãe dos teus filhos, mas a mulher do teu amigo Armand); os mistérios do Oriente com os budistas; a transcendência do ego; o domínio das paixões; o perdão. “Alguém tem de nos perdoar pelas escolhas que tomamos para amar, porque os caminhos são muitos e negros, e somos ardentes e cruéis durante a nossa viagem” – eis o que poderia ser o teu epitáfio.

So long, Leonard, sabe que por todo o lado no mundo houve e haverá quem te compreenda, quem ame o que tu amas, quem te perdoe. Hallellujah!"...

*.*.*.*.*

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Migalha Cósmica...

Nós, seres forjados de consciência e de fenômenos flamantes dos turbilhões solares, advindos das conseqüências da humanidade... filhos do sol, da lua, do ar, das águas e da terra, somos as simples migalhas da existência cósmica: uma semente terrestre em fagulhas na orfandade universal... Apenas somos solitários náufragos do insensato destino... 

Por isso sigo a esmo
E nessa condição de refugiada
Fujo da desumanidade
Que contraria o refúgio 
Da frágil sensibilidade
Dizimando a doce emoção...

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domingo, 25 de setembro de 2016

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

sábado, 10 de setembro de 2016

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Longe do Tempo...

Submetida ao jogo do mundo sou leveda aleatoriamente pelos princípios da desorganização... Diante desse ardor excessivo da dúvida, e no cansaço do langor, penso que o essencial é encontrar a calma perante a desordem... 

Apesar do tempo consumido
Ainda não aprendi a errar
Sem pedir conselhos...

Como ainda não sei olhar pra mim
Sem o auxílio do espelho...

Perante os ditames da lei
É proibido exalar a subjetividade....

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Imagem...

domingo, 4 de setembro de 2016

Caruso....



Quem Sou Eu?...

Não cabe a mim apontar a direção das palavras... Quem sou eu?... A eterna pergunta alavancará mais uma etapa dum ciclo que não se define... 

Desligada desse mundo deixo o sopro da melancolia renovar meu entusiasmo: eis que um belo dia me situa no universo... Aí diz-me a brisa crepuscular: é preciso recomeçar... E por entre esse infinito que nos mobiliza permito inflar o imaginável... 

Diante dessa complexidade indefinida que me deixa dispersa, simultaneamente me leva rumo ao cosmo, e nessa aventura cósmica evito compreender a origem do caos que assola meus dias... Enquanto uma nova brisa insiste permanecer oculta, ficarei por aqui... 

Entrelaçada pelo barulho do silêncio 
Me disperso por entre o vento 
Mas com a alma leve como um beija-flor 
Fluiu da cristalina fonte do amor 
A paz que me iluminou...

*.*.*.*.*

sábado, 27 de agosto de 2016

Tempo Indefinido...

Qual tempo indefinido protela meu futuro?
Piso aqui, saio dali
Estou sempre assim...

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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Insensatez...

Diante de tanta insensatez não haverá perdão
Para um coração indelicado
Nessa supremacia de poder impulsivo
O desejo de consumo é um império sacralizado...

Desejo que arde a alma
E fecha as cortinas do amanhã
Desfazendo o encanto do luar...

Nesse afã desenfreado
Foi saciada a sede da razão...

*.*.*.*.* 



sábado, 20 de agosto de 2016

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

As Variedades do Amor...

Como viver uma vida mais aventurosa e ousada?... É isso: vivo nesse momento o desejo de encontrar revelações que orientem minha vida a seguir novas direções.... Necessito redescobrir a fórmula revolucionária da ideia de autocompreensão de um viver mais satisfatório ou que ilumine minhas lutas por um espaço sob o Sol... 

Perante essa condição, pensei no amor como possibilidade de reflexão para encaminhar um viver com mais tranquilidade, ou seja que nos permita vencer os inimigos que habitam nosso interior: o desânimo, a insegurança, o preconceito, o autoritarismo, a arrogância, a mediocridade, a intolerância e por aí vai... 

Foi pensando assim que recorri as variedades do amor vivenciadas pelos gregos como tentativa de aprimorar nossas necessidades cotidianas, para tanto destacarei do livro Sobre a Arte de Viver os seis tipos de amor da Antenas clássica que nos permite repensar o significado do amor impulsionando nossas vidas... Quais sejam: Eros (amor-paixão), philia (amor-amigo), ludus (amor-brincalhão) pragma (amor-maduro), agape (amor-altruísta ou solidário) e philautia (amor-próprio)...

Com as palavras do escritor Roman Krznaric veremos concisos trechos da representação dessas variedades de amor, primeiramente vejamos o que representa o amor-paixão: “Para os gregos antigos, Eros era a ideia da paixão e do desejo sexual, e representava uma de suas mais importantes variedades de amor... Ele era visto como uma forma perigosa, impetuosa e irracional de amor que podia se apossar de uma pessoa e dominá-la”... 

A segunda variedade de amor é o philia: “em geral traduzido como amizade-, era considerado muito mais virtuosa que a desprezível sexualidade de Eros... Uma versão utilitária de philia existia entre pessoas envolvidas em ralações de dependência mutua, como sócios em negócios ou aliados políticos. Se uma pessoa deixava de ser útil para a outra, a philia podia facilmente sucumbir”... 

“Havia um terceiro tipo de amor valorizado pelos gregos antigos: o amor brincalhão, descrito pela palavra ludus, que diz respeito à feição brincalhona entre crianças ou amantes fortuitos... Tendemos a associar a disposição brincalhona aos primeiros estágios de um relacionamento, em que o flerte, as provocações e os gracejos despreocupados são aspectos ritualísticos da corte... O historiador holandês Johan Huizinga sugeriu que o instinto de brincar era um traço humano natural evidente em todas as culturas, reforçada pela crescente literatura psicológica sobre a importância da brincadeira para o bem-estar, e que deveríamos procurar alimentar o ludus em vários de nossos relacionamentos....

Uma quarta variedade de amor, chamada pragma, ou amor maduro, que designava a profunda compreensão que se desenvolvia entre casais com muitos anos de casados... Pragma tem a ver com a construção de um relacionamento ao longo do tempo, cedendo quando necessário, mostrando paciência e tolerância, e sendo realístico em relação ao que se deveria esperar do parceiro...

A quinta variedade de amor, o agape, trata-se de um antigo amor grego definido pela falta de exclusividade: ele devia ser estendido desinteressadamente a todos os seres humanos, quer fossem membros de nossa família, quer fosse um estrangeiro... Era um amor oferecido sem obrigação ou expectativa de reciprocidade...

Um ultimo amor conhecido pelos gregos era philautia, ou amor-próprio... Os Sábios, no entanto, percebiam que ele se manifestava sob duas formas... Havia um tipo negativo de amor próprio, um desejo ardente e egoísta de obter prazeres pessoais, dinheiro e honrarias públicas muito além da cota justa... Seus perigos foram revelados no mito de Narciso... Freud o via como um redirecionamento patológico da nossa libido para nós mesmos, tornando-nos incapazes de amar os outros... Por sorte, Aristóteles havia reconhecido uma versão mais positiva do amor-próprio, que intensificava nossa capacidade de amar... Todos os sentimentos amistosos pelos outros são extensões dos sentimentos de um homem por si mesmo, quando gostamos de nós e nos sentimos seguros de nós mesmos, temos amor em abundância para dar” (pg 17 a 25)... 

Por fim: se conseguimos dominar essas variedades de amor podemos, quem sabe, conquistar a habilidade necessária para um bom desempenho na vida social, familiar e sentimental...

*.*.*.*.*

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Mistérios...

Ser consumida por essa loucura obscura da pólis
Equivale a desvendar os mistérios
Dum passado nunca vivenciado...

Talvez o momento seja apenas do voar
Para não se encharcar na lama que aí estar...

Pois para sempre uma brisa há de pairar
Como sempre hei com a esperança me envolver...

Meu eu enraizado haverá do ontem se perder
Sem os bons frutos deixar de colher...

*.*.*.*.*
Pintura: Henry Yeend King

domingo, 31 de julho de 2016

Momento Confuso: Sigo com Fé e Esperança...

Acima de qualquer dúvida, sinto-me parte duma grande família humana em constate transformação ou em formação, totalmente, predisposta a aprender a fazer tudo de novo... 

Eis que perante minhas constantes buscas e desencontros, também me sinto perdida e assim toda confusa sou apenas mais um ser solitário querendo encontrar profundas explicações sobre os dramas psicossomáticos e o caos global: diga-me onde encontrar as respostas para tantos por quês das dores do corpo, já que de acordo com o conhecimento oriental são as emoções que exprimem as mensagens do corpo... No entanto, é preciso aprender a ouvir essas mensagens, mas enquanto esses por quês persistirem em ficar sem respostas vou confusa seguindo impulsionada pelo vento...

Portanto, imbuída por esse pensamento tento viver livre das prisões disciplinares sempre à procura de explicações ou sugestões que me levem ao autoconhecimento, como tentativa de encontrar um abrigo seguro para todas as inquietações do meu ser interior ou que me proporcione o diagnóstico certeiro das dores do meu corpo... Pois, segundo os sábios, quando abrimos a porta desse interior é natural sentirmos a fruição da vida a respirar e inspirar mais vida saudável, que impulsiona sempre nosso livre caminhar ao devir... Entretanto apenas sei que tenho muito o que aprender sobre a arte de viver com plena satisfação o hoje sem as angústias do passado e as incertezas do amanhã...  Te espero sempre...

*.*.*.*.*
Foto minha do lago próximo de casa...

terça-feira, 5 de julho de 2016

Fardo da Existência...

Muito mais
que o peso da cabeça
a leveza do meu coração
por vezes, me deixa muito cansada...

Distante de si
desapareço de mim
sou sombra da inexistência...

Memória dum passado
que não reconheço...

Esperar o que o outro me alcance?
Não!
Vou em busca de mim...

*.*.*.*.*
Pintura: Francine Van

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Do Aroma Poético...

Somente com as palavras escrevinhadas, em certos momentos, sinto-me na presença da multidão... Elas apresentam-me ao desconhecido e levam-me ao mais profundo do ser... também sinto a realização com a intimidade delas... Por vezes, procuro uma linguagem prazerosa – que possa movimentar-se em direção à oralidade nunca mencionada...

Com efeito, cabe a mim a faculdade de desejar um encontro para estabelecer o conjunto de imagens que satisfaçam ao meu prazer de jogar com o verbo em ação... Quanto mais me aproximo de uma objetividade, tanto mais a imaginação interfere à sensibilidade; em outros termos: sempre estarei pressupondo o ciclo natural da criação para seguir sentindo... Com a autodeterminação da finalidade subjetiva, o poder da autonomia redireciona-me a outras realidades, também imaginárias...

Ouço o silêncio daqueles que se dispersaram ao longo do caminho; da amálgama desconhecida dos imprudentes, restam-nos os odores e dissabores dos desencontros daqueles que celebram o ódio... Atenuar tal sentimento é o que nos motiva a saborear o desconhecido prazer do aroma poético... Descompromissada com a objetividade do real, navegarei ao encontro dos discursos recheados de boas intenções estilísticas, na tênue proporção que celebra o figurativo sabor da intimidade semântica...

Por fim: espero-te na sutileza dos sujeitos que negam o determinismo mecanizado das hierarquias desumanas... Amar e amar, donde sempre haverá o verbo amar: eis a consciência estética do viver; nessa dimensão é constituído o sentido real para além da emoção... Pois bem, sempre adiante retomarei a velha nova ideia pela qual, na medida do compreensível, situa-se no interior do coração de quem sente...

*.*.*.*.*
Foto: Arison Jardim

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Gratidão...

Pouco me importa o que aconteceu
Mais vale saber que a vida sempre seguirá...

E sob a correnteza das nossas águas sagradas
que deságuam e levam todas as mágoas 
agradeço-Te pelo Dom da Vida!...

*.*.*.*.*

quarta-feira, 15 de junho de 2016

terça-feira, 14 de junho de 2016

Da Humildade...

Diante dessa indiferença moral
me refaço dos pedaços
da nação sem nacionalidade
pois perante a iniquidade dos bárbaros
que selam a virtude dos inocentes
alcanço-te na desumana assombrosa cicatriz
dos obcecados por vingança
vítimas de mim e de ti
todos seguem firmes
a louca e depravada ideologia do fim
foi ontem, é hoje
para sempre será assim
enquanto a barbarie não atingir
o  inútil enigma de quem governa
no vazio da corrompida razão
manipulando o humilde cidadão
que se deleita nas delícias
do pouco pão
E na pungência meticulosa do indubitável
transborda os estilhaços do pavor corruptível...

quinta-feira, 2 de junho de 2016

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Sob o Sabor do Tempo...

Ao sabor do tempo 
Todo sentimento 
Se mistura ao vento... 

Assim nenhum de nós 
Ficamos a sós 
Pois em outras pessoas 
Estamos nós!...

*.*.*.*.*
Imagem: eu em Brasileia...

terça-feira, 31 de maio de 2016

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Ecrã da Vida...

Aqui, com a sensibilidade das palavras
Na possibilidade da compreensão verbal,
Sempre haverá um encontro
Por entre a serenidade dos possíveis 
Põe-se, assim, palavra após palavras 
A formalizar um produto da linguagem planetária...
A arte da conversa é a paixão numa sedução retórica
Enfim, aí encontramos a fertilidade comunicativa: 
Música...
Poesia...
Pintura... 
Cinema...
E, na tela da vida, 
Por entre o ecrã tátil das cores, 
Escreveremos nossas Histórias,
Numa dimensão fértil, 
Com a tinta da memória...

*.*.*.*.*
Pintura: Peder Mork Monsted

quarta-feira, 4 de maio de 2016

terça-feira, 3 de maio de 2016

Por entre Brumas e Ventos...

Em tempos de dúvidas e muitas incertezas, o fundamental é não forjar novos rumos, maquiar outros caminhos: é preciso muita sapiência para aprender a ouvir e ver somente o essencial...

Por entre brumas e ventos
Vou em busca de teu alento
Muitas vezes nem sinto
as pedras no caminho
pois somente vejo as flores
que transmitem teus sentimentos...

Pois foi quando tranformei
a melancolia em poesia
que você coloriu o alvorecer 
de todos os meus dias...

A vida é uma eterna viagem que apenas nos exige olhos atentos para apreciar a bela paisagem do caminho ou ouvidos afinados para sentir a harmônica sinfonia da Natureza...
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segunda-feira, 2 de maio de 2016

quarta-feira, 13 de abril de 2016

terça-feira, 12 de abril de 2016

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Desiderata Fragilidade...

Desideratamente o sol reflete a tua sinfonia
Em um ritmo sem as cores da primavera
Numa condição de desejos
Que busca um esclarecimento pra hoje...

Olhos em flor a refletir o brilho
Dos expoentes daquele desejo
Que exalou o suor de tuas mãos nervosas
A procurar as ondas dum corpo sem sabor....

Exaltando uma visão incompleta 
Vivemos atroz esses mistérios desumanos
Com a insegurança estimulando os conflitos
Sem convívio estreito com a fragilidade humana...

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