sábado, 25 de agosto de 2018

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Dançando à Vida...

Enquanto danço, meu corpo liberta-se da realidade, evapora-se no tempo, dilui os fados da pesada memória: eis o momento do meu infindo voo rumo à liberdade...

Puxa-me pela mão
Leva-me com tua canção...

Seguirei-te pelas florestas isoladas
Pelos jardins sonorizados
Serei tua...

E pelos campos sempre estarei
Sem os casulos voarei...

Dá-me tua mão
E ouvirás meus sussurros 
Suspirando encantada
A bailar por entre teus passos...

Segura-me com firmeza
Que te seguirei para colher
Os frutos da emoção 
No gozo dessa paixão...

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Pintura: Richard Johnson

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

A Arte de Olhar: O q Vemos, Quem nos Olha?

A favor da acessibilidade daquilo que nos agrada ao que vemos, já nos afirmou o notável pensador russo Tolstói: "As grandes obras de arte somente são grandes por serem acessíveis e compreendidas por todos"... 

Primeiramente, vejo, depois posso decidir se permaneço a olhar para ir de encontro a imagem vislumbrada ou se desvio o olhar daquilo que vejo para fugir desse contato... Até mesmo posso ficar indecisa se vi ou se fui vista... Certamente, o resultado dessa ação é a forma do olhar quem estabelecerá nalgum lugar... Se foi um registro visível ou invisível, se marcou ou tocou o corpo olhado... Conforme a concepção de nosso olhar, demarcaremos a reaparição da visibilidade ou da invisibilidade; eis o deslocamento de um caminho possível para a emersão da compreensão do Outro que vi e do meu eu no mundo... 

Será mesmo que conseguimos entender o outro através do olhar?... Mas, por que duvidamos, no plano subjetivo, a certeza de que fomos vistos ou se conseguimos ver?... Por que tantas vezes nos passa despercebidos ou não conseguimos reconhecer aquilo que vimos: pessoas, paisagens, situações?... Por quantas vezes nos falta a sensibilidade de perceber com a fina atenção aquilo o qual olhamos com a intenção de entender?... Assim, muito daquilo o qual olhamos nos passa despercebido... 

Enfim, tudo aquilo que está em nossa volta é para ser visto, sentindo e compreendido: não importa se com o olhar biológico, o olhar critico e analítico ou o sensível olhar da alma... No entanto, há as controvérsias de que nas sociedades modernas os seres se perdem nas excessividades das velocidades nas imagens que persuadem, seduzem ou impõem um plano ideológico... Mecanismos estes onde nos perdemos na superficialidade das intenções; sim, são estas situações que nos impendem de captar os sensíveis e sutis estímulos e intenções... Daí não conseguimos perceber a realidade em nossa volta e nem nós mesmos, pois falta-nos o precioso tempo para enxergar e entender com a percepção humana, a qual nos faz entender onde nos situamos, com quem nos relacionamos, sobre o que refletimos ou quem somos no ambiente em nossa volta... 

Do historiador francês da arte Georges Didi-Huberman, onde ele compõe um ensaio aprofundando as questões da arte, na estética da interpretação contemporânea, no livro: O que vemos, o que nos olha, concluo com este trecho: "O que vemos só vale – só vive – em nossos olhos pelo que nos olha... Inelutável porém é a cisão que separa dentro de nós o que vemos daquilo que nos olha... Seria preciso assim partir de novo desse paradoxo em que o ato de ver só se manifesta ao abrir-se em dois. (…) 

Abramos os olhos para experimentar o que não vemos, o que não mais veremos – ou melhor, para experimentar o que não vemos com toda evidência (a evidência visível) não obstante nos olha como uma obra (uma obra visual) de perda... Sem dúvida, a experiência familiar do que vemos parece na maioria das vezes dar ensejo a um ter: ao ver alguma coisa, temos em geral a impressão de ganhar alguma coisa... 

Mas a modalidade do visível torna-se inelutável – ou seja, voltada a uma questão de ser - quando ver é sentir que algo inelutavelmente nos escapa, isto é: quando ver é perder... Tudo está aí”... 

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Pintura: Vicente Romero Redondo

Amazonas: Los cantos del agua...

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A Arte de Enxergar: O Olhar Nunca Vem Só...


Bendito e misterioso é o olhar... A gente sempre se encontra e se encanta com alguém ou com alguma coisa (paisagens, objetos, seres nominados ou inominados)... Sim, porque nunca caminhamos ou trafegamos em um espaço sozinhos ou nunca permanecemos de olhos fechados, mesmo diante da solidão... 

Novamente, sim: o movimento de olhar sempre é direcionado a algo ou alguém; é esse deslocamento que nos situa no mundo... Eis aqui uma sensibilidade que celebra nossa existência humana... Aí sempre rompemos com as fronteiras do anonimato... Nós não escolhemos olhar, ele simplesmente acontece: olhamos e somos olhado... Para onde o olhar é direcionado, torna-nos plenos da capacidade do contato e da necessidade de sermos vistos ou de ver... Entretanto, a partir desse olhar as escolhas que faremos é que estabelecerão nossas relações... 

Alguns moram num olhar, e ele passou para no meu ficar... No entanto, um universo paralelo foi construído para nele meu amor morar... Digno é receber tua olhada, entretanto, nem todo olhar vem só: nele vem tristezas e decepções ou alegrias e satisfações; indigno é você olhar com indiferença, sem que não haja nenhuma intenção, pois o melhor é sentir a sensação de sedução... O olhar chega bem antes de qualquer palavra, portanto não adianta se expressar através de um lindo vocabulário sem boas energias no olhar...

Bendito seja o olhar, que, normalmente, nos encontra para povoar e preencher de companhia nossa solidão, onde muitas vezes insiste em nos dominar ou tomar posse de nós... E se me encanto e me alegro em bendizer o olhar, também bendigo você, que me vem com o apreço e os adereços desse Ben-dizer: encontrei você... Agradeço e sou grata por sua companhia...

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domingo, 19 de agosto de 2018

As long as I have your love...



Nua...

Desnuda
vem,
consome
as memórias
que transbordam
as lágrimas,
e liberta
meus fetiches!...

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sábado, 18 de agosto de 2018

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O Amor através das Palavras ...

Por isso estou aqui, novamente cheia de ternura, às vezes desistindo e resistindo, mas existo: eis a essência do meu ser que me impossibilita qualquer encontro consumista das farras capitalistas...

Aqui, na solidão e no silêncio da tua ausência; envolta dessa imensidão verde, fiquei pensando em ti (mais uma vez delirando com o cheiro forte que foi deixado ao passares por mim), e com o desejo que consome meu corpo, lembrei que as tramas do Tempo que nos aproximaram se entrelaçaram, se fragmentaram e, semanalmente, vão sendo ignoradas; quando abarcaram todas as impossibilidades dos encontros que constroem vidas.... Nós existimos na maioria desses tempos... Tempo que, em alguns momentos, existiram o Outro, tu e eu; eu em ti, tu em mim e todos os outros em nós dois...

Assim, foi quando eu compreendi que a linguagem é uma pele, então esfreguei minha língua em ti e senti uma única palavra que exige a verdade e é esta: a linguagem do teu corpo... Por isso, eu sinto: existo para me consumir em desejos e, na solidão de um mundo sem fim, embeber-me com o cheiro forte da saudade... Sofro com a dor da tua ausência, sinto falta do teu corpo junto ao meu; assim dissolvo-me de tanto prazer, nem sem o por quê...

Mas sei que o orgasmo 
É um instante sem dor

Loucuras e desejos 
Em sedentos movimentos

Mãos que seguram 
E tudo escapam

Corpos que são o encontro 
Da turbulência de dois rios

Introduzi meu desejo
Em teu corpo

Derramei minha carência
Por sobre ti

Escorri por entre 
Tuas pernas

Essa foi minha única saída
Sob o teu líquido 
Que me banhou

Curei-me no teu hálito
Que habitou 
A pátria do meu desejo

E, embriaguei-me
Com teu cheiro forte de prazer

Nós saímos da Real...

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Imagem Google