domingo, 4 de dezembro de 2016

Esboço Existencialista....

Para Arthur Schopenhauer "O destino baralha as cartas, nós jogamos", pensando assim apresentarei um projeto de liberdade, mas esboçarei, primeiramente, meu perfil conceitual... Por vezes sinto necessidade, sempre que possível, de esclarecer conceitos dos quais faço uso, como demonstração daquilo que faz repensar minha condição feminina no mundo dos humanos...

Com efeito, aqui o existencialismo será um simples detalhe que tentará explicar algumas percepções de liberdade e individualidade, pois o pensamento existencialista defende que a existência vem antes da essência... Isto implica em dizer que não existe uma essência humana que nos determine, mas sim que nós constituímos nossa essência em nossa existência... Esta construção da essência se dá a partir das escolhas feitas, enquanto representação do ser livre... Perante essa condição na qual nós existimos e a vida é apenas um projeto, nós teremos de escolher o que queremos efetivar em nossa vontade de agir: fazendo nossas escolhas...

Assim, pensando nessa condição humana, nós vivemos numa constante angústia existencial... Ter de escolher a todo instante é angustiante, pois cada escolha irá refletir diretamente naquilo que somos... Constituindo, dessa forma, a angústia enquanto reflexo da liberdade humana, diante das infinitas possibilidades da escolha e da responsabilidade de cada escolha... Evitarei cuidadosamente impor preceitos os quais acreditam que é tão somente a política que nos prepara para ascender na autonomia, pois é na vida que nós atingimos a emancipação, assim precisamos focar nela como possibilidade de perceber as oportunidades de escolhas...

Entretanto, essa liberdade forjada, que nos leva à angustia, caracteriza outra condição humana: o desespero... Tudo que nos torna quem somos pode ser perdido no processo de evolução ou readaptação e isso nos causa o desespero... Uma pessoa que entra em depressão e fica incapacitado de executar suas tarefas com certeza entra em desespero... Por isso a existência humana vive em desespero, logo nós necessitamos e dependemos de fatores externos, que não estão sob nosso controle, mas nos impossibilita de ser quem somos... Porém, mesmo na ausência desse desespero, nós experimentamos um constante sabor desesperador, diante da idéia do desamparo...

Somos livres, escolhemos, temos a angústia de escolher e o desespero de perder tudo. Mas, também estamos desamparados não temos desculpas ou a quem culpar por nossas escolhas.... Com isto, é no existencialismo que encontramos um conjunto de ideias que nos coloca diante da responsabilidade de construir e assumirmos nossos atos... “Não há desculpas e justificativas para nossas ações... O que somos ou o que fazemos não é produto de nossa infância, de nossa criação, muito menos do destino ou de alguma divindade... Estamos sozinhos, lançados no mundo, para nos inventar e reinventarmos, pois não há nada anterior à nossa existência para definir o que somos”...

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