Devo confessar que tenho necessidade em iniciar meu texto
com um breve Grito, mesmo que seja um desabafo meio que sem nexo... Francamente,
chego a sentir um profundo nojo, enjôo, náusea, asco, uma total aversão e um
verdadeiro mal-estar quando leio ou ouço as hipocrisias e todas as falácias dos
discursos políticos Oficiais em relação ao Desenvolvimento Sustentável do Acre...
E o pior de toda a falta de ética
discursiva (dos governantes e não-governantes: gestores, assessores e puxa-sacos
em geral) é – para mim – quando tais
políticos querem nos obrigar a acreditar em suas mentiras; logo é muito
angustiante constatar todas as aberrações discursivas em nome de uma mudança
inexistente... É claro que houve mudança, sim; porém, não como eles afirmam... Ai,
ai como dói a alma!...
Acredito que dias melhores virão, já que tudo faz parte de
um processo em formação, mas enquanto esses dias não chegam, quero refletir sobre
nossa incapacidade de compreender o que representa em nossas vidas ter
‘consciência’, para assim entender melhor e aceitar as diferenças que nos rodeiam, em todos os sentidos,
(culturais, políticas, econômicas e pessoais), diferenças estas que muitas
vezes não são compreendidas e nem respeitadas por falta de uma mentalidade
estruturada com consciência, consequentemente não conseguimos perceber nenhuma
falta de ética ou valores humanos que nos possibilitam firmeza na forma de
encarar o mundo em nossa volta...
Contudo, decidi por recorrer ao neurologista Antônio Damásio com uma breve passagem de seu livro “O Mistério da Consciência”, assim a partir dessa leitura fazer uma comparação entre falta de consciência e submissão-dominção, também entre falta de ética e persuasão... então, inicio com este questionamento que muito me instigou: “O que poderia ser mais difícil de conhecer do que conhecer o modo como conhecemos?”... Pois é, fomos tão determinados a conhecer de um modo que convém a um sistema de dominação e submissão que desconhecemos nossa própria consciência, e como também desconhecemos que existem outras formas de conhecimentos; enfim, acabamos não conhecendo nem a nós mesmos...
Contudo, decidi por recorrer ao neurologista Antônio Damásio com uma breve passagem de seu livro “O Mistério da Consciência”, assim a partir dessa leitura fazer uma comparação entre falta de consciência e submissão-dominção, também entre falta de ética e persuasão... então, inicio com este questionamento que muito me instigou: “O que poderia ser mais difícil de conhecer do que conhecer o modo como conhecemos?”... Pois é, fomos tão determinados a conhecer de um modo que convém a um sistema de dominação e submissão que desconhecemos nossa própria consciência, e como também desconhecemos que existem outras formas de conhecimentos; enfim, acabamos não conhecendo nem a nós mesmos...
Por outro lado,
lembrei das consequências da colonização sobre a qual Silviano Santiago analisa
com muito primor, em seu ensaio “Literatura nos Trópicos”, nessa obra ele afirma,
através da literatura, que tudo vem da dependência cultural, por isso, acredito que até mesmo nossa falta de consciência; porque enquanto complexidade da colonização, temos uma
obsessão pelos costumes de nossos colonizadores, por assim dizer: existe uma
relação muito forte entre o criador dos países periféricos e a cultura das
antigas metrópoles... Para ele, "o escritor latino-americano vive entre a
assimilação do modelo original e a necessidade de produzir um texto que afronte
o primeiro... Então não há distanciamento na convenção do crítico literário"...
"Para Silviano Santiago, faz-se necessária uma inversão de
valores, buscar para a Latino-América seu lugar no mundo da cultura, e da
literatura... O “ensaios sobre a dependência
cultural", desde o próprio título O entre-lugar do discurso
latino-americano, até mesmo em suas duas epígrafes, devemos partir da idéia
de que o autor se situa realmente como um ensaísta (como já esboçamos no parágrafo
anterior) que se arma de pressupostos não só dos Estudos Literários, em esferas
mais estritas, mas também do conhecimento dos horizontes mais largos dos
Estudos Culturais, cujas 'ferramentas' metodológicas vai buscar nas pesquisas
mais contemporâneas dentro do âmbito da Filosofia, Sociologia, História,
Geografia, Etnologia, etc., todavia não de maneira superposta ou sob forma de
miscelânea, mas de modo transdisciplinar, de forma extremamente coesa e
coerente com os tópicos que procura analisar, comparar e (re)interpretar,
buscando soluções novas para problemas não tão novos assim, como o preconceito
entre metrópole e colônia, colonizador e colonizado, europeu e
latino-americano, etc., com o caráter de superior sempre atribuído aos membros
primeiros destes pares dicotômicos, ficando os segundos com o estigma de
inferiores”...
Assim o problema sobre a falta de consciência se apresenta sempre, seja na sociedade, grupos de interesses políticos, ou entre
os "autores latino-americanos e a literatura européia, seja no modo como o português
Eça de Queiroz, autor de O primo Basílio, desarticula seu modelo Madame
Bovary, de Flaubert, ou ainda na forma como a geração do tropicalismo
repensou suas relações com a cultura americana”, por exemplo... E, por aí vai se repetindo ou
se reconstruindo a estrutura do pensamento; principalmente no sistema sócio-político, e
em muitos casos sem consciência; diferentemente de alguns exemplos de textos literários que se afirmam
com uma identidade sócio-cultural própria; é, certamente, por isto que a Literatura é por excelência uma formadora de consciência...