Apesar de ser o mais próximos dos 
países asiáticos e ter uma profunda presença na história ocidental, 
conhecemos mais de locais ao Extremo Oriente, como a China ou a Índia, 
do que sobre a Turquia. A publicação de Dede Korkut Oğuznameler, ou O livro de Dede Korkut, é um pequeno porém significativo passo para mudar tal situação no Brasil. 
Trata-se do mais importante poema épico em 
língua turca, traduzido diretamente por Marco Syrayama de Pinto, que 
também responde pelas notas e pelo detalhado prefácio, o qual inclui 
história, literatura e língua turcas. Vale registrar que este é o 
primeiro livro traduzido diretamente do turco a ser publicado no Brasil.
Os contos épicos de Dede Korkut tratam de
 lutas pela liberdade em época durante a qual os oguzes eram um povo 
pastoril, em fase de transição para o conceito de uma etnia turca mais 
ampla. Ocorria, mais uma vez, de um ponto de inflexão – de outra 
fronteira, no tempo – enquanto o Islã começava a predominar na região, 
coincidindo com a adoção de um estilo de vida mais sedentário, 
possivelmente no século XIV.
Hoje publicado em diferentes idiomas, o Dede Korkut
 registra narrativas orais, ora com escritos em prosa, ora em versos, em
 dezesseis histórias. As doze principais compreendem período posterior à
 adoção do Islã, pelos turcos. Os heróis, portanto, são retratados como 
‘bons muçulmanos’, enquanto há referências aos infiéis, como vilões. Mas
 há referências, também à mitologia prevalecente no período anterior à 
introdução do Islã.
O personagem Dede Korkut é entendido como o 
‘Vovô Korkut’, uma mistura de curandeiro, profeta e narrador de 
estórias. É desenhado como um respeitável idoso, de cabelos e barbas 
brancos, espécie de líder mais velho. 
O livro de Dede Korkut é o grande épico 
dos turcos da Turquia, Azerbaidjão e Turcomenistão, trazendo histórias 
que são contos da narrativa oral, que tratam dos feitos heroicos de 
guerreiros, bem como de seus costumes, tradições e espiritualidade. 
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