sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O que é: Desejo, Paixão e Amor?


                      As relações amorosas têm muitas versões, bem sabemos. Amor, paixão e atração sexual são algumas delas, que movem nossa escolha por compartilhar a vida de alguma forma com alguém. Ainda que se relacionem, tudo indica que esses são três sentimentos diferentes: por estranho que possa parecer, há amor sem paixão, paixão sem amor, paixão sem desejo, amor sem desejo, desejo sem amor...
                      A cultura predominante insiste em fazê-los coincidir e isso só tem nos confundido, acho. Vejamos.   Atração sexual é o quê? Aquele intenso desejo pelo outro? Ora... podemos desejar as pessoas e não necessariamente amá-las.
                      E paixão? Aquele estado inaugural de alguns relacionamentos que – defendem os estudiosos e revidam os apaixonados – não passa nunca de um ou dois anos? Aquele estado maravilhoso provocado por um misto de encantamento, visão distorcida e projeção de nós mesmos no outro? Dizem, não é de hoje, que isso não é amor – embora possa vir a ser.
                      E o amor? O que é, afinal? Esse parece ser o difícil... Porque – perdoem os mais românticos – não se trata de um estado que simplesmente nos atravessa de repente, é uma construção afetiva que demanda investimento, muito. Diz a sabedoria que amar implica fazer o outro feliz. Que o amor se revela em atos de desprendimento, de agrado, de cuidado com o outro – sem que isso signifique submissão e negação de si mesmo. Seria isso? Se for, de fato, desejo, paixão e amor são afetos diferentes...
                       Quando me apaixono, estar com o outro me interessa porque me completa, me satisfaz... porque ‘eu preciso’. Também é assim quando desejo – o que em geral coincide.
                        Mas quando amo, me interessa estar com o outro se isso lhe faz bem. E talvez tenhamos de admitir que o amor é essencialmente piega. E raro. E valioso. E esteticamente melhor. Conclusão?   Nenhuma, por ora. Apenas essas idéias. E a certeza de que a melhor versão é amor-e-desejo-igualmente-correspondidos. Afinal, tal como o disse Anaïs Nin, ‘somente o pulsar unido do sexo e do coração pode criar o êxtase’.

(Autor: não conheço)