Por favor, permita-me tornar a vida mais real!... Às vezes sinto um forte impulso que contraria aquelas preocupações duma simples mulher educadora e com o cotidiano de afazeres domésticos, assim como estou a viver nesse momento (lembras daquilo que eu já havia falado em missiva confidencial)... Bem sei que não é permitido às domesticas falarem a respeito das questões socioeconômicas, por isso perceba este texto, meu caro leitor, apenas como mais um jogo de palavras: aqui é necessário evitar a dislexia (prometo-te mais uma vez que jamais escreverei sobre os Temas Políticos)...
Sim, fico um tanto constrangida com aquilo que me vejo obrigada a expor...  Firmeza não é uma questão de luxo, sou firme nas minhas convicções, mais ainda nos meus propósitos...  Nutro um profundo respeito pelos valores da gente sofrida e fiel aos bons princípios que regem a sabedoria humana...
Dispenso qualquer vaidade esdrúxula dos novos-ricos:  acho  suas manias e ambições tão ridículas... Apesar de que eu não tenha nascido em nenhum Seringal, muito menos vim lá dos municípios do interior do Acre, adoro manter a simplicidade que herdei da sabedoria dos meus Avós... Nasci na Maternidade Bárbara Heliodora (não acreditem na mentira da socióloga baiana com seus interesses vis da hipocrisia acadêmica); fiz o Jardim da Infância na Escolinha da Igreja Santa Inês, estudei em Escola Pública; enfim, vivi toda uma vida em Rio Branco... Talvez seja por isto  que eu não sinta aquele desejo idiota de esnobar luxuria... Ao contrário daqueles seres chiques, e contraditórios  da política de sustentabilidade, eu só quero ter um terreno na periferia e sem lucro nas frutas de fartos cachos: quero apenas uma produtividade da  vida  sustentável para tomar banho de cuia (ahahah!!!)... 
Acima de todos os meus constrangimentos, lembrei-me que os estudiosos alertaram para o fato das sociedades terem se tornado um caos depois que as religiões assassinaram Deus para endeusar  e adorar o Dinheiro, assim como as pessoas politizadas esqueceram os grandes ideais socialistas e se tornaram escravas da informação e do  modo de produção  Capitalista: são  vícios próprios do condicionamento das sociedades pós-industriais e da tecnologia informacional... 
As consequências desse sistema foi a transformação dessas pessoas em  niilistas perdidos no nada do vazio da ausência de valores... A gravidade também é percebida através já da desenvoltura infantil que leva, naturalmente, as pessoas a cultuar o hedonismo, tal liberação sexual está integralmente ligado  ao narcisismo de identidade móvel e flutuante, próprio da nebulosidade dos excessos de sedução proporcionado também pela  tecnociência... Para compreender melhor  tal desordem desumana é bom sempre subirmos nos Ombros dos Grandes Homens que já nortearam nossos caminhos, como por exemplo:  Gilles Lipovestsky com o livro “A Era do Vazio”, e Jean Baudedrilar com o livro “A Sociedade de Consumo”... Assim como também, enquanto ocidentais que somos,  devemos compreender melhor a vida de Jesus Cristo com o Novo Testamento... 
Finalmente: vamos tornar a vida mais real e digna de ser vivida, tornando, verdadeiramente, a sustentabilidade em praticidade?... Vamos lá?... É simples e muito  prazeroso... 
