segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Um Amor sem Fugacidade...

...“Silêncio. Não explique o fundo de seus mares"... Rumi

Djalal ad-Din Rûmi nasceu em setembro de 1207, onde hoje está o Afeganistão. Rumi é considerado o maior poeta persa de todos os tempos. Sua vasta obra, composta por 70.000 versos, é comparada pelos estudiosos à grandiosidade de Shakespeare, Dante e Beethoven. 

Rumi fala de amor, mas não desse amor pequeno e fugaz que testemunhamos nas relações de hoje. A obra de Rumi fala de um amor maior. Um amor maior que a Terra, mais profundo que o oceano, mais quente que o sangue que corre em todas as veias. Rumi fala de um amor espiritual, um amor que transcende o tempo, a vida e a morte.

Aos 30 anos de idade Rumi conheceu seu guia espiritual e seu amante Shams de Tabriz. Shams era um homem de 60 anos à época, um marginal sem casa, sem futuro, sem medo e sem rumo. Seu apelido era “pássaro”, pois era incapaz de permanecer por muito tempo em um único lugar. Shams pregava pelas ruas sua verdade espiritual.

Shams e Rumi passaram meses isolados em comunhão espiritual. Eram almas gêmeas e buscavam uma meta única: a integração total com Deus. Rumi era um ser espiritual, mas não religioso. O amor que ele pregava era maior, incapaz de conter preconceitos, dogmas inflexíveis, punições. A poesia de Rumi é carregada de beleza terrena e divina, onde se é permitido amar, beber, viver e entregar-se ao amado (Deus).

Quando Shams morre, provavelmente assassinado por algum discípulo enciumado de Rumi, sua poesia sobe vários degraus e alcança o cume de uma montanha altíssima: a montanha do amor universal e da união mística.

Para Rumi a vida só tem sentido para quem sabe amar. Só quem ama conhece a imensa alegria e a profunda dor. Quem ama é do amor prisioneiro e senhor. Somente aquele que ama pode expor-se ao meio-dia sem queimar-se. 

Rumi viveu um amor maior. Abençoado seja Rumi, que ele inspire nossas vidas e liberte nossos corações.