Existem momentos
que, ao tocar no coração, preenchem o vazio de qualquer ilusão; espera:
esperança vã!...
E aí a permissão
sagrada foi um caminhar pelas artérias do coração, enquanto o vento não chegava, mas
veio o sonho em retalhos; as fantasias em pedaços: vislumbro a noite ouvindo
uma melodia e ouço teus passos construindo astros; estrelas cadentes na Lua
vivente...
Vem em
passos leves ao encontro da praia sem dividir as águas do mar... Anistia a minha
fraqueza sem torturar meu medo, porque é esse o meu desejo... Vejo a chuva através
da cortina transparente e, diante do som telúrico onde dançam as folhas leves,
ouço o silêncio duma canção na minha triste submissão; assim, desfaço-me
ouvindo tua doce voz em oração... Enfim, chegou:
A Aurora da Paixão...
E num instante sublime do alvorecer,
no Verão ardente da paixão,
O Sol vem brilhante
A me aquecer
Nele teus olhos
Me iluminam com raios
Radiante de sedução...
O abraço
É um suave envolver-se...
Vagando em devaneios
Estendo-te os braços...
Estendo-te os braços...
Por entre toques delicados
De duas mãos
Suspiro em delírios de silêncio...
Sinto-te na Paz
Que vem do Coração...