quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

As Dores do Mundo...

Enquanto um "grito íntimo" e via de suspensão das dores do viver, a música - para mim - também é "um escape, um suspiro, um alívio ao peso existencial"... Eis que esse texto do Obivous diz-me o suficiente sobre a música: 

"O registro do ato musical se coloca tão antigo como a arte rupestre... A sucessão de sons usados com forma de transmissão de uma mensagem seguem-se desde os animais, a nós humanos, dotados de intelecto... Durante a constante construção sócio-cultural, a música sempre esteve presente, atada e fixada ao homem... Quer seja vista como um fenômeno divino e demoníaco, de “cultura de elite” e de contracultura, da burguesia e da alta nobreza... Dos guetos aos grandes transatlânticos a música ganha à força de um grito íntimo que diz muito, daqueles que a produzem e a escutam...

Um solitário e pessimista filósofo do séc. XVIII, Arthur Schopenhauer, dedicou-se a pensar e refletir sobre música, colocando-a em um alto grau de importância... Para ele, ela ocupa o primeiro lugar entre todas as artes, sendo a primeira via de suspensão da dor da existência... Dentro dessa perspectiva de exaltação da música como um escape, um suspiro, um alívio ao peso existencial, que séculos depois da filosofia schopenhariana, não se pode mais ser refutado e colocado em um saco de pessimismo, no qual recusamos falar... As dores do mundo se mostram engendradas como um sintoma da pós-modernidade, e a mesma, com suas bases líquidas, não sustentam mais a uniformidade de um argumento otimista... O que temos então?... O filósofo responderia: A música"... 

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