terça-feira, 1 de julho de 2014

A Exaustão Estética das Palavras...

Recentemente, uma vizinha enviou-me uma sugestão, em relação ao que escrevo, com o mesmo sentido da ideia que, outrora, eu havia emitido-lhe, torno a repeti-la, e acrescentar-lhe-ei os aspectos receptivos: não basta juntar letras, formar palavras ou organizar uma sintaxe, faz-se necessário carregá-las de sentimentos, para mim, evidentemente: penso que seja urgente a necessidade de rechear as palavras com diversas cores, graciosos aromas e uma imensa variedades de sabores, assim como os bons poetas fazem, mas para isto é necessário também o receptor está aberto ou preparado para sentir essas palavras energizadas, caso contrário: parecer-lhe-á apenas mais um amontoado de letras, já que nem sempre depende do emissor o efeito delas no receptor... 

É desagradável ser repetitiva, não é verdade?... Por vezes certas situações exigem o condicionamento da frivolidade... Fascina-me a sensibilidade de alguns seres desumanos na compreensão da historicidade de seres que têm suas dores ocultada pelo fascismo de uma dada realidade... Impressionante como a sabedoria de alguns só permite avaliar o território do seu próprio umbigo... Certamente, cada pessoa só é capaz de enxergar o mundo conforme suas próprias experiências e de acordo com sua visão ideológica; mas bem que seria interessante se os conhecedores do mapa da vida pudessem aguçar mais vossas inteligências e com isso construíssem verdadeira ponte entre o conhecimento e a individualidade de cada habitante terrestre... Enquanto minhas preocupações, aqui registradas, apenas serem sobre minhas próprias dores é porque a dor do Outro dói demais em mim... É exaustivo lidar com a insensibilidade dos julgadores... Fundamentalmente, sinto necessidade de reverter esse quadro, no entanto estou desnorteada com as últimas revelações, do mesmo modo: sinto-me muito cansada... Está muito difícil perante minha fragilidade, e  sozinha não consigo mais prosseguir...  

Voltando à receptividade, enfim: não serei eu a discorrer a respeito de leituras sobre a estética da recepção... Agora, quanto as minhas palavras nem sempre elas estão sentimentalizadas, pois, em alguns momentos, a minha principal intenção é tão-somente atingir a oposição de forma que o impacto não seja apenas benévolo... Pois não?... 

De qualquer forma, deixo-vos, aqui, uma sugestão de leitura para uma possível compreensão sobre a complexidade da estética da recepção: aquele efeito da leitura no leitor!... Vejamos, a seguir, 3 resumidas questões da teoria literária, que reveste superficialmente qualquer frívola leitura cotidiana, previamente direcionada, exclusivamente a 1 antigo, muito antigo mesmo (gosto de ser redundante: propositalmente, tamam?) leitor muito especial...

... "A primeira das teses indica que uma renovação da história da literatura demanda que ponham abaixo os preconceitos do objetivismo histórico e fundamentem a estética da recepção e do efeito, prevalecendo o experienciar dinâmico da obra literária por parte de seus leitores, pois a obra literária não é um objeto que exista por si só, pois é renovada, criada pela leitura...


A segunda tese aponta que a análise da experiência literária do leitor depende do conhecimento prévio do gênero, forma e da temática das obras já conhecidas, bem como da oposição entre a linguagem poética e a linguagem prática. Há um saber prévio que faz o novo se tornar experienciável...

A terceira tese trata do horizonte de expectativa. Segundo Jauss o horizonte de expectativa de uma obra, torna possível determinar seu caráter artístico a partir do modo e do grau segundo o qual ela produz seu efeito sobre um suposto público. A distância entre horizonte de expectativa e obra, determina o caráter artístico de uma obra literária"...