quarta-feira, 14 de maio de 2014

O Poder da Identidade: Quando o Estado é o Inimigo?...

Provavelmente, essa será uma tarefa difícil... Sim, saber distinguir as diferentes conexões entre as expressões que constituem a resistência ao desenvolvimento sem preceitos e aquelas do desejo dum projeto de futuro é uma missão por demais desafiadora, sobretudo por aí ser um campo minado pelas relações de poder... 

Afirmo isto depois duma rápida espreitada no livro ‘O Poder da Identidade, o segundo da trilogia ‘A Era da Informatização: Economia, Sociedade e Cultura’, do sociólogo espanhol Manuel Castells... Onde ele examina, através duma cultura da virtualidade real, "duas grandes tendências conflitantes que moldam o mundo de hoje: a globalização e a identidade"... De acordo com professor de sociologia Alain Touraine: "Castells produz uma nova e desafiadora análise da sociedade informacional e das forças globais que estão reformulando os Estados, as etnias, a ideologia e o gênero"... E para a professora de antropologia Ida Susser: ele "avalia que os movimentos políticos e sociais contemporâneos devem ser compreendidos como atores num conflito central entre redes e identidades coletivas, cuja defesa adquire uma força tanto negativa quanto positiva" (contra-capa)... 

Pois bem: quando saber que as manifestações culturais estão apontando à continuidade dum caminho seguro ao futuro?... E quando perceber que tais manifestações são apenas estímulos induzidos pelo próprio Estado, como instrumentos de manipulação, no sentido de impor às vozes que satisfazem aos interesses dos sistemas de governança?... 

Enfim, para os estudiosos da teoria do caos: toda desordem é simplesmente um movimento para uma nova ordem; para bem dizer: é necessário a existência do caos para a formulação do novo... E para uma sonhadora empírica como euzinha: haverá sempre, por trás da ordem oculta, fenômenos aparentemente aleatórios, para a formulação da Ciência... Quando eu conseguir decifrar melhor os enigmas da política cultural, analisados pelo sociólogo Manuel Castells, exponho mais o meu raciocínio... Eis o grande desafio do conhecimento sociais: compreender a leitura da desordem como possibilidade de desnudar o Poder, assim como entender o fracasso do Estado Moderno de Direito...