quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Muralhas de Proteção...

Uma das mais importantes preocupações levantada por todos que vêem no dom da vida a singela necessidade de solicitude é saber, sempre, como lidar com a construção de nossos destinos... Talvez seja por isso, ou pela delicadeza de não sabermos quais são escolhas certas a serem feitas nessa construção, que algumas pessoas, ao invés de ficarem atentas a essas escolhas (fazerem uso da Razão), se entregaram à loucura ou à sabedoria de viver a vida conforme a direção do vento ou simplesmente dançam à vida...

Por outro lado, fico a imaginar o quão é admirável a arte da Tragédia deixada nos registros dos Grandes, como também é admirável as muralhas de proteção construídas pelos prudentes... Sigo acreditando sempre na via possível em expressar uma linguagem verdadeira sobre os temas que me estão envolta ou transladam por nosso Planeta... Outro dia lembrei da Bailarina Martha Graham e sua genuína arte falar com o corpo em movimento... 

Já Deleuze e Guattari, com suas finas habilidades de lidar com a palavra, escreveram que para atingir a felicidade inaudita é necessário: “arrastar-se como um verme, tatear como um cego ou correr como loucos, ser viajante do deserto e nômade da estepe”..., somente insisto em relembrar: para suportar o peso dos devires é necessário se ter muita força para compreender o sofrimento, bem como ser portador de muita paz para manter a paciência... Eis aí alguns dos motivos que me fizeram pensar na Bailarina Martha Graham, ela disse: "Passei toda a minha vida com a dança e sendo uma bailarina... É a vida que permite usá-la de uma forma muito intensa... Às vezes não é agradável... Às vezes é terrível... Mas, apesar disso, é inevitável"...

Mais motivos vou encontrando para não considerar qualquer técnica moderna de expressão como arte... A modernidade também produz o Belo... Por onde andará a beleza da arte?..

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Pintura de Hamissh Blakeley