Marcel...
sexta-feira, 29 de março de 2013
مارسيل خليفة - منتصب القامة أمشي
منتصب القامة أمشي
مرفوع الهامة أمشي
في كفي قصفة زيتون
وعلى كتفي نعشي
وأنا أمشي وأنا أمشي ....
قلبي قمر أحمر
قلبي بستان
فيه فيه العوسج
فيه الريحان
شفتاي سماء تمطر
نارا حينا حبا أحيان ....
في كفي قصفة زيتون
وعلى كتفي نعشي
وأنا أمشي وأنا أمشي...
quinta-feira, 28 de março de 2013
Maresia de Poesia...
O que me abala as artérias
É o semear da fome
Que brota na alma
Terra pálida
Cálida
Crio
E recrio
A maresia
Da fantasia
Na poesia
quarta-feira, 27 de março de 2013
Viver a Verdade...
Às vezes, chego até plena certeza de que a Verdade não existe, pois ela seria tão simples e de fácil visualização, caso a humanidade dela fizesse uso em todas as circunstâncias do viver...
Na tentativa de absorver os murmúrios que estão em meu entorno encontrei essas palavras (abaixo) de Frida Kahlo que representam exatamente a sensível sensação que domina meu ser: sinto-me uma verdadeira anciã de noventa anos; tenho uma inexplicável impressão de que já sei tudo sobre os mistérios que envolvem o viver planetário...
Sentia-me mais feliz quando tudo para mim era um enigma a ser desvendado e as cores da vida era meu maior prazer... Agora nada mais me estimula... mas sei que tudo isso passará, daí voltarei a respirar aliviada...
... "Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma moça caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis... Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim...
Se você soubesse como é terrível obter o conhecimento de repente - como um relâmpago iluminado a Terra!...
Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo... É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos... Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente... Eu envelheci em instantes e agora tudo está embotado e plano... Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria"...
(Frida Kahlo)
Paladar sem Tédio...
... "O nosso paladar de ler anda com tédio... É preciso propor novos enlaces para as palavras... Injetar insanidade nos verbos para que transmitam aos nomes seus delírios... Há que se encontrar a primeira vez de uma frase para ser-se poeta nela"...
(Manuel Barros)
terça-feira, 26 de março de 2013
Ao Deus Tempo...
“És um senhor tão bonito tempo, tempo, tempo: vou te fazer um pedido tempo, tempo, tempo... Compositor de destinos... Tambor de todos os ritmos... Tempo, entro num acordo contigo... Por seres tão inventivo e pareceres contínuo”...
Quero apenas encontrar uma lógica sem razão com a música Oração ao Tempo, de Caetano Veloso, pois aí existem palavras tão simples e para mim muito significativas, contudo para algumas pessoas pode parecerer complexas... já que o essencial do Tempo não estar explícito, mas por estar nas entrelinhas o sentido maior é que te peço: compreendas-me, por favor!...
Jamais eu ouvi dizer que os percursos que devemos seguir, para atingir um dado objetivo, deve seguir em linhas reta, pois assim como o rio: tudo na vida tem seus contornos e nuances para ser melhor compreendido... O maior perigo dum rio é o seu repiquete, pois a velocidade das águas parece querer ultrapassar as curvas normais que o rio tem que percorrer para o seu decurso normal...
Enfim, o Senhor Tempo já nos mostrou o melhor da verdade, falta eu organizar meu interior e o entorno que me mobiliza e, às vezes, imobiliza-me... Reafirmo: a indigestão memorial é inevitável, sobretudo aqueles perigosos obstáculos!... Por outro lado, a clareza e a certeza de como tudo deve decorrer é bem digerível e perceptível... Não existem mais dúvidas, portanto não duvidas da minha simples sinceridade... Também não será mais necessário espalhar lágrimas nem ultrapassar vinte cinco obstáculos e nem necessário esperar vinte cinco luas para nos Iluminar... Só depende de ti...
quinta-feira, 21 de março de 2013
Vida de Seringueiro...
No seringal, todo desejo de mulher é um jirau
Para não molhar o quintal...
No aroma da fumaça da borracha defumada
E nas cinzas da lenha no fogão
Estão as memórias em construção
Dos singelos sonhos de um verde verdadeiro...
Bendito seja a dignidade de teus filhos, oh seringueiro!
Que, na maneira solidária de partilhar,
Tem sempre a oferecer
Muito mais a que receber...
Na mata dos fragmentos e sofrimentos
Em encantos e alentos
Naqueles torrões de tormentos
Reconforta-se com o gosto, na realização,
Da ternura sem o pão...
Na eterna reconciliação com o irmão
De pleno coração
Faz da identidade da Floresta
Uma vida sempre em festa...
quarta-feira, 20 de março de 2013
Respiração e Inspiração...
Diante desse eterno
E infinito vôo
Dum vaporoso imaginário
Sem conspiração na composição
Apresento-te meu coração...
Recordação não vem da imaginação
Nem tão pouco pode ser associada
A ilusão...
As diferentes implicações
São as fascinações da paixão
Tua respiração
É a mais fina inspiração...
Silêncio e Linguagem...
... "Com efeito, o momento supremo está no silêncio e, no
silêncio, a consciência esquiva-se... Mas a linguagem não é dada independentemente do jogo do interdito e da transgressão... E o que seríamos de nós sem a linguagem?... Ela nos fez o que somos... Só ela revela, em última instância, o momento soberano em que ela não mais existe... Porém, no final, aquele que fala confessa sua importância"...
(Georges Bataille)
(Georges Bataille)
Cupuaçu...
Tu, sagrada fruta do quintal,
És a mais doce,
E pura, história de uma vida
Vivida na magia
Do ver crescer e florescer
No frutificar do sabor
De saber amar...
terça-feira, 19 de março de 2013
Mensurável...
No assegurar das fronteiras de nossas vidas, a mais sensata harmonia do crescer consiste no estar em constante relação entre seres humanos...
Nunca tive nenhuma pretensão em encontrar uma solução milagrosa para os problemas de relacionamentos sociais, familiar e interpessoal, mas como todos nós vivemos num mesmo Planeta, sempre correndo atrás da mesma hora, o bom mesmo seria que não houvesse maltrato e nem atropelos entre a gente...
E na beleza das rosas
Amar é não sofrer
É uma verdade
Mas uma verdade
Que ninguém mais ver...
Sempre dentro do possível
A vida vai seguindo
Mesmo sem correr...
A luz do teatro
Caminha mesmo assim...
Nas armadilhas do destino
Nas armadilhas do destino
Toda recusa dói mesmo é em mim
Porque o tempo segue sem se impor, enfim!
E resistir ao mensurável
E resistir ao mensurável
É deixar a emoção florir...
Daí sofre eu
Daí sofre eu
Mas sofre você também...
Melhor que seja assim!...
Foi a vida
Foi o amor quem quis, por fim...
Foi tudo tão natural
Mas ninguém é mesmo de ninguém
Mas ninguém é mesmo de ninguém
Quando tudo faz tanto bem...
Sem fugir da mesma trilha:
Estou a perguntar: onde foi que errei?...
Onde foi que falhei?...
Ou é a saudade reluzindo
O vazio do abraço inexistente?...
Mas meu coração persiste em renascer!...
E nas asas do beija-flor
Meu colibri é o eterno amor, juro!...
segunda-feira, 18 de março de 2013
A Concha...
... "A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciência:
Fechada de marés, a sonhos e a lixos,
O horto e os muros só areia e ausência.
Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal que os santos esboroou nos nichos.
E telhados de vidro, e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze falso!
Lareira aberta pelo vento, as salas frias.
A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória"...
O Ritmo das Ínfimas Palavras...
Com sonoras pausas
O Mundo é uma nota musical
A gente urbana não pisa na lama
E toda gente rural nunca brinca carnaval
Nos passos de compasso
Na cadência da vida
A partitura é um mapa
Numa só direção
A harmonia é a disposição
No som das palavras
De infinita composição
E em movimentos de intervalos
sábado, 16 de março de 2013
Chuvas de Março...
Ah, impossível fugir dessa confortável melancolia proporcionada pela monótona chuva de março... Assim mergulho em um desses profundos devaneios estimulados pela cadência da queda d’agua... Em qualquer ambiente da casa que eu sentar, meu olhar é direcionado a uma janela e posso contemplar as arvores imperfeitamente transbordando no brilho do verde que, intensificado com a límpida água da chuva, se destaca lá do fundo cinzento do Céu carregado de nuvens escuras...
Perante essa tediosa atmosfera agradável, sinto-me plenamente envolvida, numa suave sensação de proteção, no silêncio molhado de uma amazônida ... longe, muito longe ouço as vozes dos corações ardentes, que se misturam com os murmúrios das conversas da multidão inebriada, com tudo que o mundo oferece de sedução, e embriagada com o perfume que impulsiona as emoções...
Agindo sobre a imaginação, a chuva vai inundando cada gesto cotidiano... sempre dando às palavras um novo sabor e uma nova cor...
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