Sou humildemente sonhadora
Nas fagulhas do tempo
Desdobro-me em sentimentos
Nunca vivido
Jamais tateado
Louca dos desalentos
Sob o teto do mundo
Sobrevivo às razões
Dum tempo sedento de verdade
E, na sofreguidão
Dos sobreviventes do caos
Nos sintomas da dor
De quem tem fome do amor
Desmonopolizo o imaginário
Liberto-me!
Dominado as imagens
Que transbordam das metáforas
Mas traçando caminhos
Convido-te a mergulhar
Na infinita companhia
Dos espaços vazios
Transcendo-me!
Preencho-me
Sinto-te!