sábado, 11 de junho de 2011

Escritora argentina Pola Oloixarac dispara contra a guerrilha esquerdista.

Pola, em sua casa c/ vista para o o lago Nahuel Huapi-(Bariloche: eis aqui, senhor...
Pola Oloixarac mora em Bariloche. Deixou Buenos Aires há alguns meses e se mudou com o marido para uma casa cinematográfica à beira de um lago na cidade-balneário. Mas não deixou o mundinho intelectual da capital argentina. Pelo menos virtualmente. É nesse reduto que Pola colhe material. Ou colheu, até agora. O primeiro romance, As teorias selvagens, fez sucesso entre os portenhos. A alguns, agradou bastante, como um sopro de audácia na literatura argentina contemporânea. A outros, incomodou. É que Pola ataca “a certa intelectualidade argentina que nunca realizou uma revisão crítica” de suas ideias e ações. Provavelmente o tema também provoque um certo alvoroço no Brasil.

Pola desembarca no Rio de Janeiro em julho como convidada da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Aos 33 anos, tem tudo para ocupar o mesmo papel ousado encarnado pela cubana Wendy Guerra, na festa do ano passado. Afiada, bonita, ela traz debaixo do braço um romance-comédia que exige insistência e um tantinho de familiaridade com o universo da filosofia. As teorias selvagens não embala leitura confortável. É acidentado, cheio de citações, mudanças de narrador e ironias sofisticadas que emperram a leitura. Mas não se engane. Uma vez vencidos os obstáculos, há recompensa.

Um casal de estudantes nerds muito feios vive da promoção de orgias e recria a guerrilha esquerdista argentina em um jogo de computador montado graças à habilidade de hackear o Google Earth. Pabst e Kamtchovsky são filhos de ex-guerrilheiros e aí Pola aproveita para disparar contra a esquerda que lutou pelo fim da ditadura. Os tiros prosseguem e o romance tem um segundo núcleo capitaneado por uma estudante da Faculdade de Filosofia de Buenos Aires, empenhada em seduzir um velho professor, guiada por uma teoria filosófica que deseja “recriar”. Os nerds têm gostos propositadamente adaptados ao século 21. Adoram filmar suas orgias e disponibilizar as imagens na rede. E a estudante dissimulada compara suas ações a uma pesquisa de campo antropológica...

TRÊS PERGUNTAS PARA POLA OLOIXARAC