sábado, 28 de agosto de 2010

Florestania: uma hipocrisia na Amazônia...

                                                                                             Imagem: blog Órbita Terra
Eu cá vivendo no deslumbre de uma provinciana: deixo-me seduzir com a vida regulamentada dos seres civilizados... Chego a pensar que os Governantes Europeus são os que detêm todas as alternativas para garantir a manutenção do Planeta Terra e melhores condições de sobrevivência para nossas vidas... No entanto, uma nebulosidade invade meu ser: fico desnorteada (ao ler sobre tantas queimadas assolando o mundo) quando vejo um país civilizado culpando apenas os incendiários diante de tantos culpados: as vítimas das vítimas!... O pior ainda foi ler toda a Europa em Guerra com a própria Natureza: são catástrofes de todas as categorias; porém o mais infernal são as queimadas que nos tornam em “mortos-vivos”... Sim, é assim que me sinto no meio da nebulosa fumaça que vem dos quatro cantos do mundo: evito respirar profundamente na tentativa de obter uma melhor visibilidade: racionalizar o ar que eu respiro foi-me a única alternativa de sobrevivência durante o mês de agosto: é a Treva!...

Entre o Espaço da minha Utopia e a exploração da nossa Floresta está a banalização do entusiasmo de um mundo construído na indiferença do ambiente planetário totalmente degradado.... Superar e procurar entender o dualismo - que convergem nos projetos da florestania que nos colocam em igual condição de ocuparmos, por um momento; o céu, e em outro momento; o inferno – é o meu único desafio!...

Inefavelmente, tentei deixar sobressair a voz de quem sente a dor da destruição sem precedência... E, lembrei dos Projetos da Florestania do Governo da Floresta que diz que Acre é essencialmente jovem: a nova cultura da florestania é cabocla e que a prioridade governamental é a valorização da auto-estima como uma saída para definir o que é bom para nós acrianos... Segundo eles: é preciso financiar idéias dos jovens na própria comunidade... resgatando nossa cultura para não acharmos que a cultura brasileira é apenas o que está na TV, evitando o consumismo desnecessário para assumirmos responsabilidades e nosso próprio costume (até mudaram o fuso horário do nosso Estado..., porque somente assim se construirá o real valor local da cultura, do modo de ser, de viver, de comer, de trabalhar valorizando os produtos acrianos (o presidente fala que a Amazônia é uma base sólida para o desenvolvimento brasileiro e para o Acre, só que ela está pegando fogo)... Eles ainda nos garantem que a fase desenvolvimentista da Amazônia: dos garimpos criminosos; dos grandes rebanhos bovinos; da exploração madeireira; das queimadas; dos mega-projetos desenvolvimentistas já não fazem mais sentidos e nem são a solução para a Amazônia... Então, a solução da florestania é conhecer o que nos torna autênticos perante a floresta tropical brasileira: é enfrentar o desafio das cobiças e das corrupções... É sabermos que no projeto de desenvolvimento sustentável (antes de sermos cidadãos brasileiros) somos cidadãos amazônidas e pertencemos ao Planeta Terra e não ao “Planeta Carne”, “Planeta Soja” ou Planeta Tecnologia...

Outro dia na propaganda eleitoral eu ouvi o candidato ao Senado Jorge Viana dizer que a floresta em pé não é uma solução de viabilidade econômica e que a floresta deve de servir como recursos econômicos para melhorar as condições de vida das pessoas: eis o que eu chamo de banalização da florestania... Eles dizem que as queimadas são uma prática muito atrasada e que as pessoas que fazem queimadas devem de serem denunciadas e punidas... Porém o fogo e a fumaça que assolam nossas vidas estão nos apontados quais são os verdadeiros culpados!... O fogo que está a arrasar nossas florestas também quer saber quem ateou fogo na ética desenvolvimentista!...

Perdoem-me pelo desabafo  “inefável”: foi o impacto da invisibilidade fumaçante do meu ser de agosto!...