Já dizia Ralph Waldo Emerson: "Os anos ensinam coisas que os dias desconhecem"... Decerto, foi na correnteza da vida que vislumbramos nossos ideais, sentimos os odores da insensatez, livramo-nos das dores da leviandade...
É exatamente assim o tempo, vai nos conduzindo como a correnteza dos rios faz até chegar em sua foz: curvas aqui e ali, superando os obstáculos para, então, juntar seu leito aos seus afluentes e subafluentes... E segue contornando esses obstáculos na certeza de garantir outros desembaraços: uma piririca aqui, ou uma enorme cachoeira ali... As lágrimas intensas ou lacrimejos nos olhos demonstram sempre nossos momentos obscuros, pois são nossas experiências de vida cheias de ziguezagues com traços repletos de meandros que vão desenhando nossos dias: momentos claros, outros cinzas e escuros ou coloridos e multicolores, mas sempre são horas carregadas de lições...
E do leito em que meu destino foi jorrado, há afluentes sem fronteiras delimitadas: foz que segue perfazendo e desfazendo lagos de harmonias... Vivo, certamente, dessas correntezas que constroem sonhos, e que jorram lençóis d’águas: ora cristalinas, ora turvas, porém com a certeza de que todas as manhãs a realidade desfaz os pesados fardos...
Sim, minha nascente vem correspondendo o segmento fluente de todos os rios... mesmo com meandros se interpondo a confluência dos meus dias... Da margem de onde nasci toda jusante segue seu fluxo natural: límpidos e cristalinos são meus dias a espera dos anos que formam lições descritas a cada instante que aspiro e inspiro o devir...
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