sábado, 6 de setembro de 2014

A Razão além da Paixão: Meu Eu Unilateral...


... "Adoro as coisas simples... Elas são o último refúgio de um espírito complexo"... Assim como Oscar Wilde, eu aprecio muito a simplicidade das coisas e das pessoas; por outro lado, fico nauseada com a insensibilidade de alguns supostos seres humanos diante do sofrimento das pessoas pobres e humildes... Para um bom entendedor: aqui não será necessário fazer uma etnografia da alma, muito menos fazer uma descrição ou apresentação dos problemas mesquinhos do dia a dia, porquanto e contudo é sempre útil exigir o raciocínio de nossas mentes pouco criativas e muito lentas na elaboração de pressupostos lógicos sobre as misérias dos abutres sem asas... rastejem-se, rastejem-se e ponham vossas cabeças para pensarem!... 

Por vezes me cansam os clichês das redes sociais, tipo aqueles a falarem que na vida o mais valioso é a esperança e a fé, pois estas são a fundamental receita para perseverar e vencer todos os obstáculos políticos e emocionais, como se as normas sociais que prevalessem fossem e valessem para todos e todas com a mesma igualdade de valores... Outra constância é ler pensamentos nas redes com o sentido mais ou menos assim: é um grande erro exigir da cabeça um pensamento correto sobre aquilo que não vem do coração... Ora, onde está a relação entre as entrelinhas desta frase com a teoria em questão, no vídeo?... Bem, a resposta é simples, além disso, pode ser retirada dos parágrafos abaixo, por isso não entrarei nos meandros da razão... Talvez já tenha ficado explícito no título sobre a unilateralidade daquilo que diz respeito  as minhas opiniões, certo?...   

As ideias sobre "A Razão além da Paixão", do psicólogo Paul Blom, devem ser bastante esclarecedoras para quem já traz em si o poder do equilíbrio interior, infelizmente não tenho domínio do inglês para uma compreensão mais profunda sobre o que ele discorre em relação à paixão e a razão... Mas bem sei que a complexidade do Eu de cada um ainda é um mistério a ser desvendado, para que as regras ou teorias sejam aplicadas a cada pessoa com a mesma eficácia... Talvez fosse necessário sabermos como o DNA afeta o metabolismo dos indivíduos na formação da moral, do mesmo modo sabermos como as influências externas, da cultura por exemplo, colabora na formulação dessa moral em cada pessoa com suas peculiaridades... 

Perante o comentário, a seguir, em Fronteira do Pensamento , percebe-se que, para o psicólogo Blom, os impulsos não sofrem influências externas (ou seja, da cultura, educação etc.) concordo que é uma ideia limitada, vejamos o que nos é esclarecido: 

“Um aspecto fundamental das nossas vidas morais vem de fábrica... É produto da evolução, não da cultura... Mas, esses sentimentos morais iniciais, acredito, são tragicamente limitados... E a forma pela qual nos tornamos pessoas totalmente morais é através de outros fatores... É através da nossa compaixão, da nossa imaginação e do nosso extraordinário poder de raciocínio... É possível deixarmos de lado o que sentimos ao avaliarmos uma situação?... É possível não sermos influenciados por nossas trajetórias, identificações e desejos particulares ao julgarmos o que seria moralmente justo?... 

“Em vídeo exclusivo e inédito, o psicólogo canadense Paul Bloom explica o poder das emoções sobre as decisões e argumenta que temos capacidade racional suficiente para construirmos estruturas externas que controlem nossas paixões individuais... Bloom esclarece que a sociedade é construída com base nessas estruturas... Para ele, a moralidade humana oriunda da evolução é limitada e cabem à imaginação, à compaixão e ao raciocínio desenvolver meios para que os direitos sejam aplicados a todos, não apenas àqueles com quem nos identificamos ou que preferimos”... E a pior ou mais grave das consequências dessas identificações e preferências na aplicação dos direitos é no campo social e político... É aí o território de todo o caos da governabilidade planetária: o Estado e seus mentores, que nos governam... 

Provavelmente, para a maioria das pessoas é possível uma existência de capacidade racional na construção das estruturas externas que controlem suas paixões individuais - para mim ainda é uma árdua tarefa... 

Superficialmente, falando sem detalhamento ou sem uma etnografia dos problemas, também concordo que a moralidade humana passe por evolução onde esta seja limitada e que a sociedade é constituída a partir dessas influências... Entretanto tais questões trazem ou submergem ao processo de evolução cientifica e humana, nos submetendo a uma compreensão mais delicada e profunda de nossa própria estrutura psicológica... 

Seria irrelevante expor meu ponto de vista sobre razão e paixão, na formulação da moral, logo daria uma tese científica... Grandiosas são a complexidade e densidade de perfis como elementos necessários para uma arqueologia da moral, portanto daqui para o futuro postarei mais filmes como tentativa de aprimoramento sobre a compreensão emocional... Afinal, temas científicos sobre a complexidade humana fazem parte do itinerário do meu outro Blog Por entre Trilhas Acriana e Global

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