... "Pense na tempestade vagando no céu, inquieta
como um cão à procurando de um lugar para dormir,
ouça o rugido dela...
Pense em como devem estar agora as ilhotas do mangue,
Lá longe, indiferente aos relâmpagos,
Formando famílias escuras, de fibras grosseiras,
Onde uma garça vez por outra despenteia-se,
Arrufa as penas, faz um vago comentário incerto
quando reluz a água ao seu redor.
Pense na avenida e nas palmeirinhas todas
Enfileiradas, reveladas de repente quebradas, com capim nas rachaduras
como punhados de esqueletos de peixes....
Lá chovendo, a avenida
e suas calçadas quebradas, com capim nas rachaduras,
estão aliviadas por molhar-se, e o mar por dessalgar-se...
Agora que a tempestade vai embora numa série
de cenas curtas de batalha, mal iluminadas,
cada uma delas numa outra parte do campo".
Pense em alguém dormindo no fundo de um barco a remo
amarrada a uma raiz de mangue ou numa ponte;
alguém ileso, quase ileso, quase imperturbado”...
(Elizabeth Bishop Tradução Google com base na tradução de Paulo Henrique Brito em "O Pó da Escrita")...
Pintura: Daniel Ridgway Knght