Dentre possíveis e muitos
talvez, somente o uníssono ascenderá uma voz adormecida, num acorde de várias
vozes diferentes que fazem
ouvir o som de muitos instrumentos unânimes... Ele também pode unificar a refutação de argumentos ireais; mas sem preencher com esperanças vazias, sem
sentidos reais..., embora eu aprecie por demais a solidão, possivelmente
converterei os argumentos em possibilidades...
Pois, demasiadamente, gosto das vozes que aspiram às grandes sabedorias e aos insignes artistas... Em contrapartida a vida real não admite a valorização de nenhuma forma de santidade... Afinal o brilho da beleza superior está numa energia rotativa que movimenta o Universo e contamina todos os seres humanos; os que se negam a essa beleza não se permite fazer vibrar a harmonia no seu ser interior...
Contudo, se os gostos por cenários
multicoloridos forem apenas o apego à luxaria, então a ação das leis físicas
não será a plenitude das belas-artes ou a aquisição de pureza da Natureza...
Daí a luta sempre será contra as forças cegas do destino... Enfim, as
incertezas, possivelmente, não serão as chamas de nenhum vulcão a aquecer o
destino traçado das paixões humanas na beleza da simplicidade do Ser...
Devo concluir?... Talvez não!... Talvez sim!... Somente o Tempo
dirá... Porém, deixarei um trecho dum texto das entrevistas do livro
“Conversações” de Gilles Deleuze, que nos permitirá o mínimo de compreensão sobre nossas
constantes guerrilhas interior, por favor: “Um
Pouco de possível, senão eu sufoco”... Aí vai:
... “Certas conversações
duram tanto tempo, que não sabemos mais se ainda fazem parte da Guerra ou já da
Paz... É verdade que a filosofia é
inseparável de uma cólera contra a época, mas também de uma serenidade que ela
nos assegura... Contudo, a filosofia não é uma Potência... As religiões, os
Estados, o capitalismo, a Ciência, o direito, a opinião, a televisão são
potências, mas não a filosofia... A
filosofia pode ter grandes batalhas interiores (idealismo – realismo, etc.),
mas são batalhas risíveis... Não sendo
uma potência, a filosofia não pode empreender uma batalha contra as potências;
em compensação, trava contra elas uma guerra sem batalha, uma guerra de
guerrilha... Não pode falar com elas, nada tem a lhes dizer, nada a comunicar,
apenas mantém conversações... Como as
potências não se contentam em ser exteriores, mas também passam por cada um de
nós, assim cada um de nós, que graças à filosofia, encontra-se incessantemente
em conversações e em guerrilha consigo mesmo”...