quarta-feira, 23 de maio de 2012

Uma Guerra Contra as Forças Cegas do Destino...


Dentre possíveis e muitos talvez, somente o uníssono ascenderá uma voz adormecida, num acorde de várias vozes diferentes que fazem ouvir o som de muitos instrumentos unânimes... Ele também pode unificar a refutação de argumentos ireais; mas  sem preencher com esperanças vazias, sem sentidos reais..., embora eu aprecie por demais a solidão, possivelmente converterei os argumentos em possibilidades...   

Pois, demasiadamente, gosto das vozes que aspiram às grandes sabedorias e aos insignes artistas... Em contrapartida a vida real não admite a valorização de nenhuma forma de santidade... Afinal o brilho da beleza superior  está numa energia rotativa que movimenta o Universo  e contamina todos os seres humanos; os  que se negam  a essa beleza não se permite fazer vibrar a harmonia no seu ser interior...  
Contudo, se os gostos por cenários multicoloridos forem apenas o apego à luxaria, então a ação das leis físicas não será a plenitude das belas-artes ou a aquisição de pureza da Natureza... Daí a luta sempre será contra as forças cegas do destino... Enfim, as incertezas, possivelmente, não serão as chamas de nenhum vulcão a aquecer o destino traçado das paixões humanas na beleza da simplicidade do Ser...
Devo concluir?... Talvez não!... Talvez sim!... Somente o Tempo dirá... Porém, deixarei um trecho dum texto das entrevistas do livro “Conversações” de  Gilles Deleuze, que nos permitirá  o mínimo de compreensão sobre nossas constantes guerrilhas interior, por favor: “Um Pouco de possível, senão eu sufoco”...  Aí vai:

... “Certas conversações duram tanto tempo, que não sabemos mais se ainda fazem parte da Guerra ou já da Paz...  É verdade que a filosofia é inseparável de uma cólera contra a época, mas também de uma serenidade que ela nos assegura... Contudo, a filosofia não é uma Potência... As religiões, os Estados, o capitalismo, a Ciência, o direito, a opinião, a televisão são potências, mas   não a filosofia... A filosofia pode ter grandes batalhas interiores (idealismo – realismo, etc.), mas  são batalhas risíveis... Não sendo uma potência, a filosofia não pode empreender uma batalha contra as potências; em compensação, trava contra elas uma guerra sem batalha, uma guerra de guerrilha... Não pode falar com elas, nada tem a lhes dizer, nada a comunicar, apenas  mantém conversações... Como as potências não se contentam em ser exteriores, mas também passam por cada um de nós, assim cada um de nós, que graças à filosofia, encontra-se incessantemente em conversações e em guerrilha consigo mesmo”...