quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O meu Estilo: A Linguagem como Fenômeno Emotivo...

Necessito falar sobre um dos objetivos da Língua enquanto processo expressivo, independentemente dos indivíduos que dela se servem, isto conforme Câmara Junior, e assim como o livre das normas culta das regras gramáticais: o efetivo da estilística!... Com isto desejo deixar bem claro: o que representa, na minha escrita, o estilo da estilística de que eu faço uso sempre que possível no ato de escrever..., em nenhum momento escreverei um texto dentro nas normas gramaticais culta, pois jamais será opinativo, jornalístico, acadêmico, científico ou comercial... Enfim: sempre tentarei escrever numa linguagem poética, permitida pela expressividade emotiva que me possibilita a Estilística... Desculpa-me!... Não deu para entender?... Não é minha intenção ser compreendida!... Desejo sim: desassossegar-te!...

Pois bem: os recursos expressivos que a língua nos proporciona, apresentam-nos os vários estilos que os falantes representam em suas individualidades..., da mesma forma que uma escrita representa o estilo do seu escritor!... Vejamos (para compreender melhor minha justificativa) os vários estilos proporcionados pela estilística no dizer de José Lemos Monteiro com sua idéia em “A Estilística”: “A pesquisa estilística tem desafiado a argúcia e a sensibilidade de muitos estudiosos que, refletindo sobre o fenômeno da linguagem, perceberam que a descrição gramatical é insuficiente para interpretar os aspectos relacionados aos componentes emotivos, responsáveis por frequentes rupturas ou desvios dos padrões linguíticos... Esses desvios constituem um problema para certos gramáticos que, impossibilitados de enquadrá-los em regras bem definidas, passam a considerá-los como erros ou construções viciosas quando, na realidade, representam o exercício criativo da linguagem: a prova mais cabal do pleno domínio da expressão... É verdade que inúmeras quebras dos padrões sintáticos não se justificam estilisticamente. Entretanto, os desvios que se carregam de expressividade pela manifestação de conteúdos emotivos devem ser objeto de análise e interpretação. (Monteiro, A Estilística, p. 09)...

Diante do entendido acima citado, quero aqui reafirmar e apresentar uma forma ou estilo próprio de expressar minhas opiniões e demonstrar meus sentimentos neste Mundo Virtual: tenho um estilo próprio para expor, através da escrita (bem como do falar), minhas idéias sempre carregadas de emoção!... E, assim sendo não gostaria de ser contrariada, pois não?... Também quero admitir que ainda cometo muitos erros nas micro e macro estruturas sintática dos meus textos, porém sempre são possíveis de correção e não comprometem o sentido pleno feito pelas análises e interpretações... Digo isto simplesmente para deixar registrado, sobretudo para justificar os possíveis argumentos imbuídos de poesia e emoção que podem vir a suceder neste espaço ou em qualquer outro na Internet... Pensando a partir daí, é necessário um breve esclarecimento sobre os conceitos de estilística e estilo... E, o que é afinal estilística?... Eis que para Nilce Martins (Introdução à Estilística) é uma pergunta muito difícil para ser respondida facilmente, mas assim ela define: “Estilística é uma disciplina voltada para os fenômenos da linguagem, tendo por objeto de estudo o estilo”... Ah, muito bem!... Só nos resta saber agora o que é o estilo: vem do latim – stilus – um instrumento pontiagudo usado pelos antigos para escrever sobre tabuinhas encerradas e daí passou designar a própria escrita e o modo próprio de escrever (p. 02)...

No entanto, para Monteiro existe uma tríplice conceituação que define muito bem o que é o estilo, porém sem se limitar nos possíveis significados que não se restringem a “sua aplicação ao uso individual da linguagem apenas para fins literários”... Resumindo o conceito da noção de estilo, para ele é: “A) um conjunto de traços característicos da personalidade de um escritor (estilo como idiossincrasia); B) é tudo aquilo que contribui para tornar reconhecível o que alguém escreve (estilo como técnica de exposição própria); e, C) a realização plena de uma significação universal em uma expressão pessoal e particular (estilo como realização literária.” (1991, p 10)...

Entretanto, é necessário (para esclarecer o conceito de estilística) entender melhor os fatos que a fala nos proporciona ao “emergir o simbolismo representativo do sistema intelectivo da língua”, pois é um simbolismo muito mais amplo, permitindo-nos expressar o estado d’alma mais profundo com o apelo da vontade ativa, através também da escrita, portanto um “falante é regido por um sistema linguístico de representação intelectiva” que estabelece a comunicação pela linguagem (falada ou escrita) e simultaneamente utiliza a satisfação dos seus impulsos emotivos, expressando-se dessa forma com a permissão da estilística... Diante destas condições, as três funções da estilística são: “1) caracterizar, de maneira ampla, uma personalidade, partindo do estudo da linguagem; 2) isolar os traço do sistema linguístico, que não são propriamente coletivos, e recorrem para uma, como que, língua individual; e, 3) concatenar e interpretar os dados expressivos, determinados pela Kundgabe e pelo Appell, que se integram nos traços da língua e fazem da linguagem esse conjunto complexo de enérgeia psíquica.” (in: Câmara Junior, p.13)...

Por fim: concluírem com as próprias palavras de Monteiro: “O enfoque estilístico não se detém, pois, no simples inventário das possibilidades de escolha ou na sistematização de fórmulas para se atingir o plano da expressividade... É também a compreensão de que a linguagem pode ser recriada em cada enunciado, sem que isto lhe represente uma mutilação (ou considerada uma cópia de outrem) mas, ao contrário, seja um fator de sua expansão e enriquecimento.”... Finalmente, para tecermos uma crítica ou para se fazer uma análise sobre um estilo textual é necessário – acima de tudo (pouca regra gramatical) – uma forte sensibilidade para compreender a expressividade do escritor mobilizando-se na sua escrita, bem como é necessário uma ampla visão a respeito da estilística e toda a sua permissividade: concedida aos estilos próprios e individualizados porque nem todos os poetas são uns fingidores, para chegar a fingir tão completamente a dor que deveras não conseguem sentir... Enfim, Estilo é: arte, sensibilidade, poesia, sinceridade, afabilidade, suavidade, leveza, fluidez, criatividade, emoção, paixão; é também muito amor no coração!... Ai, ai!... Será que eu consegui atingir o meu alvo?...

Bibliografia consultada:

MONTEIRO, José Lemos. A Estilística. Editora Ática, São Paulo, 1991.

MARTINS, Nilce Santana. Introdução à Estilística. EDUSP, São Paulo, 1989.