Obra do cineasta ítalo-chileno Marco Bechis, o filme-documentário retrata os conflitos pela posse de terras enfrentados por índios guarani kaiowá no Mato Grosso do Sul...
Olho no olho, o cacique e o fazendeiro duelam emocionalmente pela posse da terra. A cena do conflito é dramática e representa um ato que ocorreu na pequena Dourados (MS) anos atrás. Nela, o branco alto – ou caraí, como é chamado pelos índios – se agacha e recolhe um punhado de terra com a mão e diz em alto e bom som: “Essa terra meu avô conquistou!”. Diante da cena interpretada pelo ator Leonardo Medeiros, o cacique faz um gesto parecido, porém, um tanto mais humilde. Agarra o mesmo tanto de terra e o leva a boca, mastigando a mistura como se fosse farinha.
A tensão da cena exibida pelo filme “Terra Vermelha” (Birdwatchers), dirigido pelo ítalo-chileno Marco Bechis, retrata os conflitos de posse de terras enfrentados por índios guarani kaiowá, cuja maioria encontra-se no Mato Grosso do Sul e próximo à fronteira tríplice Paraguai/Argentina/Brasil.
A ocupação de terras por indígenas reportada pela mídia revela a situação deplorável em que vivem, o espaço é limitado e não comporta o seu modo de vida cultural, resultando em disputas com fazendeiros, assassinatos, desnutrição, alcoolismo, mortalidade infantil, e uma taxa assustadora de suicídios.
Em “Terra Vermelha”, Bechis usa esses elementos como pano de fundo e, por meio de belas imagens, boas atuações e um roteiro muito bem feito, preciso e dramático, consegue surpreender o espectador e levá-lo a uma realidade crua mesclada à fantasia ficcional.
Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza e exibido na abertura da 32ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme conta com a co-produção brasileira da Gullane Filmes e participação do consagrado Matheus Nachtergale. Apesar de poucos atores conhecidos e falado, na maior parte, em tupi-guarani, Terra Vermelha é surpreendente e emocionante. Através da ficção, Bechis abre espaço para mostrar a dura realidade dos povos indígenas de modo peculiar e que, talvez, poucos documentários ou reportagens seriam capazes de conseguir.
Olho no olho, o cacique e o fazendeiro duelam emocionalmente pela posse da terra. A cena do conflito é dramática e representa um ato que ocorreu na pequena Dourados (MS) anos atrás. Nela, o branco alto – ou caraí, como é chamado pelos índios – se agacha e recolhe um punhado de terra com a mão e diz em alto e bom som: “Essa terra meu avô conquistou!”. Diante da cena interpretada pelo ator Leonardo Medeiros, o cacique faz um gesto parecido, porém, um tanto mais humilde. Agarra o mesmo tanto de terra e o leva a boca, mastigando a mistura como se fosse farinha.
A tensão da cena exibida pelo filme “Terra Vermelha” (Birdwatchers), dirigido pelo ítalo-chileno Marco Bechis, retrata os conflitos de posse de terras enfrentados por índios guarani kaiowá, cuja maioria encontra-se no Mato Grosso do Sul e próximo à fronteira tríplice Paraguai/Argentina/Brasil.
A ocupação de terras por indígenas reportada pela mídia revela a situação deplorável em que vivem, o espaço é limitado e não comporta o seu modo de vida cultural, resultando em disputas com fazendeiros, assassinatos, desnutrição, alcoolismo, mortalidade infantil, e uma taxa assustadora de suicídios.
Em “Terra Vermelha”, Bechis usa esses elementos como pano de fundo e, por meio de belas imagens, boas atuações e um roteiro muito bem feito, preciso e dramático, consegue surpreender o espectador e levá-lo a uma realidade crua mesclada à fantasia ficcional.
Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza e exibido na abertura da 32ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme conta com a co-produção brasileira da Gullane Filmes e participação do consagrado Matheus Nachtergale. Apesar de poucos atores conhecidos e falado, na maior parte, em tupi-guarani, Terra Vermelha é surpreendente e emocionante. Através da ficção, Bechis abre espaço para mostrar a dura realidade dos povos indígenas de modo peculiar e que, talvez, poucos documentários ou reportagens seriam capazes de conseguir
Por Felipe Milanez e Mônica Pileggi
(FONTE: Planeta Sustentável - 12/2008)