sábado, 15 de novembro de 2014

Do Amor...

(parágrafo retirado para uma melhor adaptação, grata!)
Há quem muito aprecie um corpo nu, mas quando veem uma alma nua chamam-na de loucura ou qualquer outro estereótipo que lhes convenham para denegrir a imagem de quem é sincero consigo mesmo... Assim, sempre espero por aqueles que desejam ir ao meu encontro; sem, no entanto, encher-me de coragem, ao descrever os sentimentos que transbordam do coração, para expor a nudez da alma... Gostei 'Do Amor' Obvious:

... "O amor é realmente um enigma... Pus-me a pensar no amor, esquecendo-me completamente do purismo da língua, das observações analíticas: pensei no amor do dia a dia, o amor desabafado e desabado nos ombros amigos; pensei nos amores de bar e nos amores média, pão e manteiga com olhares perdidos e esperanças matinais.

Ponderei sobre amores que nem sempre são amores, mas que pelo tempo que estiverem trajados de amor serão intermináveis. Pensei nos amores absolutamente apaixonados que visitam camas e muros; nos amores complicados tal qual nó de aselha, cegos em sua existência, e por fim, pensei naquele amor que de tanto ser amor torna-se enigma, aquele amor fecundo em todos os tempos, que será sempre amor mesmo depois de findo.

Este amor é silencioso, sobrevive à própria morte, posto que renasce nas lembranças e em frases de carinho. É amor de travesseiro, não importa o novo amor, muito menos com quem você se deite, haverá de haver um boa noite distante.

Quando eu era jovem discordava da afirmativa de Nelson Rodrigues: “Todo amor é eterno. E se acaba, não era amor”. Entendia que o amor necessitava de presença, toque, sexo, beijos. Hoje minhas retinas refletidas e vividas, permitem-me compreender: Há o amor de querer bem, não importa o fim, segue-se, sim, amando"...
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Pintura: Hob Hefferan