Fiquei encantada com uma simples frase que diz mais ou menos isso: ‘Falar de boca cheia é feio, mas pior ainda é uma mente vazia que fala muito’... E, eu pensei: mais vale um silêncio recheado de sentimento do que falar sobre os passos dados no asfalto...
Entretanto, preciso contrariar minha premissa... Porém, antes de qualquer enunciado, devo anunciar que não sou despojada de tudo; portanto, meu maior desejo era enviar uma missiva redigida em forma de Cânticos de Exultação e Ação de Graça envolvidos num manto de suavidade, em comemoração aos olhares carinhos que resplandeceram a lucidez e coragem da partilha de sentimentos, ativando e motivando a árdua caminhada humana... No entanto ou infelizmente necessito continuar a exaltar o anarquismo da palavra...
Enfim, para o bem das palavras, gostaria muito de falar sobre o anarquismo, mas um anarquismo propositivo e construtivo, aquele que significasse uma sociedade organizada sem o poder do autoritarismo, onde houvesse aqueles seres com autoridade para implementar o Novo sem os laços corruptos do ilícito... Compreende-me?...
Sem dúvida, sentir-me-ia aliviada sem muitas explicações... Estou sempre atenta e tomo muitas precauções para não ir me refugiar no meio da floresta, por isso economizo constantemente as letras, para não parecer uma anarquista da palavra sem princípios... Pois é, o clima anda tão louco, todavia os senhores do poder de organização nada fazem de Novo, para sinalizar um futuro com mais harmonia e segurança... Ademais, diante de tantas catástrofes eu me inclino a meditar {a crise hídrica em São Paulo, os rios da Amazônia inundado as cidades, tempestade em Santa Catarina, terremoto em Nepal, as ameaças da erupção do vulcão calbuco no Chile, o aquecimento das águas do Oceano causando o desgelo nos Pólos, as epidemias, o lixo e a fome aumentando. Aff!}... Tudo isso acontecendo e os Senhores, donos do Estado de Direito, se fazendo de comprometidos, mas nada de propositivo apresentam... Aliás, ninguém aponta nenhuma novidade, porém existem aqueles que estão sempre a exigir dos outros...
Diga-me se não vivemos num período histórico preocupante e angustiante?... Enquanto para uns e outras sobram os motivos para os prazeres de viver, para mim faltam motivos para os risos e os saltos de felicidade; enfim: falta-me cor e sabor para falar de amor e amizade, ou falta-me a tônica delicada para compor a suave sonoridade da dança da vida: um brinde ao caos!...
Mas também sei: não é possível dizer que essas preocupações anarquistas sejam uma significativa contribuição para expressar um pensamento transformador e evolutivo; no entanto, penso que constitui uma fonte de reflexão ou um desafio que me incita a valorizar e repensar criticamente o processo histórico da nossa louca e desumana desorganização... Apesar disso, sigo fazendo minha parte... Contudo, necessito deixar o pensamento me levar, assim sempre segui, sigo e seguirei sendo eu mesma...
*.*.*.*.*
Imagem: Nature, daqui