segunda-feira, 22 de julho de 2013

Da Felicidade do Existir...

 
Serenamente, sentada à margem dum rio contemplo as águas que, pela infinitude do tempo, incessantemente, já passaram por baixo daquela ponte... Sofre-se quando se sabe que tudo, mesmo as páginas dum livro, pode perder o seu valor, ao ser escrito de modo vivo, ágil e antenado com as transformações tecnológicas da atualidade sem as profundas emoções do Passado... Dentre tantas histórias, todas as informações  devem, necessariamente, vir precedidas, com base contextual, do passado mais que distante...

Pois Bem, pelas páginas da vida, vai  se acompanhando as buscas incessantes de informações as quais possam nortear um caminho seguro nas escolhas que a existência exige... Tempos fadados de esperanças, monotonia que agoniza a alma... incertezas geradoras  de melancolia e construtoras de penumbras em todo amanhecer...  Afogar-se em fantasias aceleradas é fugir do medo apavorante do futuro incerto...

Viver... sentir... desafiar... buscar... Na juventude, sonhamos em ter vida própria... Na fase dita adulta, perguntamos: o que seria essa vida própria perante um mundo onde a privacidade é uma extensão do domínio  global?... Ou ainda: existirá vida própria sob o domínio dum Sistema que dita as normas, regras e aponta o caminho a seguir?... A importância da redenção, em todas as fases do viver, é o fator fundamental  para a compreensão de nossos próprios limites ou é necessário se redimir sempre para uma plena visualização da linha que limita todo horizonte duma mulher frágil e ameaçadora, involuntariamente provocadora de invejas...

E, com aquela sensação que um dia acreditei  ser o alimento do existir, nutri grandes sonhos e fortes desejos... também acreditei veementes que eram os sonhos e desejos a luz que condizia ao infinito horizonte das veredas seguras e  desmistificadoras dos enigmas... Mas sob essa tortura de tentar entender o sentidos das coisas,  ao querer saber qual seria o lugar certo para eu estar, acabei compreendendo o sentindo do mal ao lado do bem; aceitei minha impotência...


Afinal, todas essas inquietudes não passam de uma ponte servindo para o destino se mobilizar... Desfiz-me dos meus costumes habituais: já não nutro sonhos e desejos,  para tanto parei de planejar; sentada à porta da minha casa aprecio a vida passar e com muito apresso, espero ser surpreendida pelos acasos inesperados da felicidade...