Caminhava nele
como caminho na areia .
Sentas-te
onde me sento no teu
colo
e peço
sempre a
mesma história . A tua voz
para dizer “casa” e logo
desmorono. Sigo descalça
como tu para dizer
“seguimos”. Mas são apenas sons
sob o sol de maio. Murmúrios
do que não serei.
Sempre tive problemas com o verbo ser. Faço
e desfaço as malas, entro e
saio das gavetas.
Pausa na camisa que vestiste
da última vez.
Uma vontade de a amarrotar,
desapertar os botões
e sentir lá dentro a tua pele
cá fora.
Tudo isto é tão verdade como
podem ser os botões
de uma camisa escrita.
Confesso que não pensei na cor,
ou se era às riscas. Agora
acho que podia ser a de quadrados.
Em qualquer delas a tua pele
entra na minha"...