sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Silêncio...

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.



Eugénio de Andrade
 
Fonte: Mundo Pessoa