domingo, 6 de fevereiro de 2011

Guerra Irregular...

Ao longo do tempo, as guerras sofreram transformações e já não são mais as mesmas. Em vez da confrontação militar formal, o mundo vem assistindo a uma série de guerras irregulares, como terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência e conflitos assimétricos em geral.

Neste livro, o autor, Alessandro Visacro, oferece ao leitor um panorama dos movimentos que alimentam as guerras, mostra quais os grupos que obtiveram sucesso em suas lutas particulares, assim como os métodos utilizados pelos Estados que derrotaram ou estão conseguindo combater esses movimentos.

Obra analisa grupos como, por exemplo, o IRA, da Irlanda, e o ETA, da Espanha. Além desses, também aborda a situação de conflitos em Cuba, na China, Argélia e Afeganistão, na Colômbia e Brasil, onde, segundo o autor, já se trava uma verdadeira guerra irregular, em que o Estado está ameaçado. O conflito entre israelenses e palestinos também é analisado.

As guerras mudaram. Durante as últimas décadas, o mundo testemunhou um tipo diferente de conflito, uma série de combates sem as características militares tradicionais, como terrorismo, guerrilha, insurreição, entre outros.

O livro "Guerra Irregular", de Alessandro Visacro, mostra que essa antiga forma de luta tem sido a mais usual e a que deverá predominar no século 21. Batalhas campais, caracterizadas por duelos de artilharia, infantaria e formações blindadas, são raras.

Segundo o escritor, "desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, ocorreram mais de 80 guerras de natureza assimétrica. 96% dos conflitos transcorridos durante a década de 1990 foram assimétricos. Um cenário onde exércitos nacionais permanentes, com orçamentos dispendiosos e moderna tecnologia, parecem ineficazes. Porquanto, rebeldes, guerrilheiros e terroristas subsistem a despeito de todos os esforços para erradicá-los."

Em entrevista à Livraria da Folha, Visacro, mesmo autor de "Lawrence da Arábia" e um estudioso do assunto, disse que a análise se estende às operações na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, no Rio.

Visacro aponta que, mesmo sem o questionamento político presente no IRA (Exército Republicano Irlandês) e no ETA (grupo separatista basco), o confronto com traficantes nos últimos dias pode ser chamado de ação de guerra não convencional.
Alessandro Visacro é oficial das Forças Especiais do Exército Brasileiro. Graduou-se pela Academia Militar das Agulhas Negras no ano de 1991. Exerceu as funções de oficial subalterno no 29º Batalhão de Infantaria Blindado (Santa Maria - RS) e no 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista (Rio de Janeiro - RJ). Ingressou nas forças de operações especiais em 1997. Serviu no 1º Batalhão de Forças Especiais, onde foi instrutor dos cursos de ações de comandos e forças especiais. Na cidade de Manaus (AM), foi designado oficial de operações e, posteriormente, comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, tropa diretamente subordinada ao Comandante Militar da Amazônia.

Fonte.  Folha.com