quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Recordar Também é Amar...

É muito chato quando faz tempestade num dia ensolarado... Mas a própria felicidade não poderia esperar que fosse o mais bem constituído de todos os destinos: um mérito à arte da criação, numa visão que não se percebe nem mesmo na ficção...

Às vezes, quando escurece dentro de mim, com o mínimo possível na penumbra das palavras, esqueço o Sol lá fora, faz um dia notoriamente quente; sou domada por um choro compulsivo, no rosto as lágrimas escorrem suavemente, lá no quintal, os pássaros cantam festivamente...

Lentamente vou me afastando do presente, são as lembranças que insistem em renascer para me tornar prisioneira da memória... E, quando a noite chega, vou lá fora, sinto-me acariciada pela penumbra do crepúsculo e afagada pelas sombras das árvores, apoio a cabeça numa mangueira e sinto uma brisa leve a refrigerar a alma... O Céu estrelado baila naturalmente sob a beleza da Lua...

Sem muita propriedade das idéias, essa confortável climatização interior me traz as recordações mais pulsantes possíveis, daí, com a ausência dum cenário de paz, ouço todas as canções...

Ah, esse infinito amor que, no fino silêncio sonoro das palavras, sinto a sussurrar numa suave musicalidade poética, na imensidão dessa Natureza que nos envolve... E, se não fosse assim, essa vastidão de sentidos a se dispensar no ouvido do vento, seria tudo dentro do mais significativo e único sentido, no interior desse coração que somente sabe amar...

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Imagem google