sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Uma Longa Indireta...

Ao que parece ninguém gosta de indireta; nem eu, porém hoje decidi fazer jus a quem gosta desse tipo de atitude... Pode me chamar de idiota, ou qualquer adjetivo que possa desqualificar minha longa indireta; mesmo assim sempre que necessário insistirei nas delongas para deixar registrado meu melhor passa-tempo... Não, eu também não costumo enviar mensagens como indireta a ninguém, logo eu sou muito explícita em tudo que sinto e faço, portanto tudo comigo é frontalmente no papo reto (quem ler esse texto que me perdoe por eu expor essa indireta assim tão contraditoriamente; no entanto  tem gente que evita ouvir uma crítica olho-no-olho, felizmente temos as redes sociais para revelar quem é quem)...

Por vezes, sou obrigada a responder certas mensagens de forma torta, pois existem algumas situações onde as quais me fogem da compreensão: sim, eu sinto saudade de muita coisa que ficou pra trás, mas não me arrependo de nada do que já fiz, disse ou escrevi, logo sempre fui muito autêntica  em tudo... Fico feliz que tenhas, finalmente, se dado conta de que minhas prioridades estão muito além de uma relação afetiva ou do moralismo familiar...

Desculpa mais uma vez... Normalmente, aprendemos a nos valorizar depois de sofrer algumas decepções... O engraçado é que existem períodos de nossas vidas dos quais as pessoas em que estão ao nosso lado só percebem nossas qualidades e, geralmente, que nos doamos por inteira, depois que nos perdem, e percebem também que o amor real ou a amizade verdadeira é aquele que é vivido e sentido – intensamente – nas relações cotidianas construídas no cuidado, no zelo para com o outro: suadas, sofridas, nas resoluções das tarefas, dos compromissos assumidos, nas responsabilidades cumpridas... Entretanto, existem aquelas pessoas com capacidade de achar que a distância e a indiferença constroem um relacionamento (afetivo ou de amizade), mesmo cheios de decepções... Ah sim, pode ser um grande defeito meu, mas não costumo fazer o bem sem olhar a quem... Todo bem que costumo fazer é em retribuição ao bem o qual me fazem... Aos indiferentes envio-lhes minha indiferença também... 

Hoje sinto saudade, sim, sinto falta de alguma coisa que passou, e por mais que algumas situações tenham sido promovidas por uma desilusão, me faz sentir um mínimo de interesse em saber se tu já aprendeu a valorizar a amizade ou o amor de forma a saber que o que foi irrelevante para ti, hoje te faz falta... Não costumo sentir raiva e nem rancor... Afinal, é através das decepções, das traições e das puxadas de tapetes ou das quedas que levamos com as quais aprendemos a perseverar no caminho: curar as feridas, enxugar as lágrimas e levantar para seguir em frente com a cabeça erguida...

Procuro lembrar sempre de toda relação de amizade ou afetiva como uma lição; onde as quais me fizeram aprender que em algum momento posso ter perdido a direção, ter perdido o foco da minha vida, mas, apesar das lições dolorosas, não perdi a noção dos bons valores que constroem o bom viver; assim como toda e qualquer lição foi mais um aprendizado de como superar os problemas que vão surgindo ao longo da estrada da vida; e também que elas me deixaram perceber que estou sempre a fazer a escolha certa... Principalmente, que aprendi a seguir em frente com mais maturidade, isto é uma certeza; e ter aprendido também a jamais perder meu tempo com pessoas que não respeitam os bons valores do respeito para com o outro... 

Desejo de coração que toda relação seja no mínimo uma lição para aprender a lidar com as diferenças... Porque, felizmente, eu aprendi a agradecer sempre por tudo que me ensinam, pelas escolhas erradas que me impulsionaram a fazer, pelas dores que me fizeram sentir, pelas confusões que me ensinaram a lidar com a ausência, e que, finalmente, consegui aprender que o tempo passa e a saudade é uma grande aliada que nos ensina a perdoar, pois somente assim (errando, principalmente) me tornei um ser humano melhor: o que hoje sou... Enfim, aprendi primeiro a me amar; depois a cuidar de mim; gosto tanto de mim, e mais um pouco: também não uso maquiagem e nem luto pra ficar em forma física (minha grande luta é continuar a corrigir meus erros)... Infelizmente, ainda me falta descobrir o doce sabor de fazer a diferença na vida de alguém, pois saber fazer a diferença na minha vida já sei...
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