Por vezes nem sempre conseguimos expressar de forma simples e direta nossos sentimentos, no entanto existem aqueles sentimentos que expressamos através da ficção, e, em outro momento, também expressamos através da escrita verdadeira... Mesmo sendo um tema atemporal e universal, através da literatura, o amor pode ser compreendido em 4 facetas, que, de certa forma, deixaram suas influências no processo civilizatório, onde os seres humanos menos atentos, inconscientemente, reproduzem em suas relações sócio-afetiva... Eis a seguir um breve resumo:
1 - O Amor Barroco...
... "Para os íntimos, barrocão!... Época em que a Contrarreforma estava no seu ápice e muitos fiéis passaram a desconfiar da doutrina católica... Mediante a esse período, o homem estava dividido entre os valores morais impostos pela Igreja e pelo amor carnal à mulher desejada, ao sensualismo, que consequentemente resultaria em pensamentos impróprios e sentimento de culpa cristã... Logo, basicamente, a temática amorosa dentro do barroco aborda a dualidade de pensamentos do homem, não somente ligadas ao conflito de fé e razão, nas também à oposição do mundo material e espiritual...
2 - O Amor Árcade...
Já no Arcadismo, o tema aparece de maneira mais simples e suave... Amar já não era mais visto como um pecado do homem... O arcadismo combatia as influências do barroco e resgatava elementos da cultura greco-latina... Ah, pode-se perceber também um convencionalismo amoroso... Ou seja, os poetas (grande maioria) não estavam preocupados em expressar seus reais sentimentos, mas em seguir o modelo da poesia clássica... Sim, em alguns poemas há sinais de idealização amorosa e neoplatonismo, mas nada que torne isto o grande destaque do movimento... Revisando: A natureza sempre vinha como plano de fundo, evasão imaginária dos problemas e sentimentos bucólicos...
3. O Amor no Romantismo...
Em um primeiro momento, tem-se o alto sentimento nacionalista, que não deixa de ser também, amor à pátria...
Mas o grande foco na 2ª Geração Romântica é a alta idealização amorosa, a ‘quebra de barreiras’ para amar, a linguagem subjetiva, ultra-romântica... Para vocês entenderem: é tanto amor, que mesmo que você diga “Chega!”, a pessoa vai te amar mais e mais...
Importante dizer que a amada nem desconfiava dos sentimentos do cara. E junto a essa geração, muitos jovens (que não tinham interesse algum na vida político-social) voltavam-se para si mesmos, numa atitude altamente pessimista... Ao mesmo tempo que o eu lírico amava, tinha medo do contato real com a amada – muitos eram tão intensos, que em suas poesias vemos a espera do eu lírico à morte, à tortura de nunca ter sido correspondido...
4 - O Amor Realista...
Aqui, aquele alto nível de sentimentalismo exacerbado visto no Romantismo é cortado pela raiz... O Realismo incorpora uma linguagem objetiva, e inverte os valores impostos de “mulher perfeita”... Há uma análise crítica sobre a relação conjugal. Sim, existem casamentos fracassados, mulheres infelizes e insatisfeitas, com defeitos e qualidades... O amor, muitas vezes no contexto realista, é visto com deboche. Em especial, apresenta uma nova versão da mulher que ainda não havia sido posta em foco no mundo literário: a mulher que trai, o casamento por interesse, o convívio dentro do lar e uma análise psicológica dos personagens da trama"...
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