quinta-feira, 2 de abril de 2015

Muralhas que Aprisionam Ideais e Delimitam Horizonte...

Por mais que eu tente, não consigo encontrar a resposta para tantas desmedidas incompreensões... Entretanto, em tempos de dúvidas e muitas incertezas, o fundamental é não forjar novos rumos, outros caminhos: manter a sapiência ao aprender a ouvir e ver é o essencial... Falo das dúvidas por falta de visibilidade dum alvo certo para lançar a seta... E, penso sobre as incertezas, levando em consideração tantas confusas contradições, as quais vou tropeçando na realidade em que insisto sobreviver...

Convém esclarecer: qualquer universo, em que o poder possa atuar, haverá sempre um cenário para o drama... Essa conclusão, que suponho existir é inevitável, ajusta-se perfeitamente às dificuldades de indicar um lugar comum para o estudo das dramáticas incompreensões, no que diz respeito a estruturação dum estilo uniforme para as personagens do atual poder representarem seus fieis papeis...

Lá fora, a vida vai acontecendo, mesmo com a tristeza do chão encharcado vivo a harmonia de apreciar o cinza dos instantes encobertos por densas nuvens, mas a suavidade do vento noroeste vai soprando a doçura das horas ociosas, e só me resta recorrer às constantes buscas de eterna aprendiz; aquelas buscas de quem quer fazer de si um alguém melhor para agir... Talvez o maior desconforto é isso parecer uma simples traquinagem aos olhos de quem só ver o mundo com o olhar da severidade... 

De muito longe vem aquele ruído de que para construir um mundo melhor é necessário a perspicácia de quem está sempre a expandir seus sonhos, quando nem todos têm as mesmas condições de pisar no caminho certo dessa expansão... No entanto, o impossível parece ser assim: deliciar-se com a intensidade das águas escorrendo pelo telhado e inundando nossas vidas... Ao ouvir o cair da forte chuva, tudo fica diferente e mais bonito; o vento começa a soprar uma distante sonoridade de paz com esperança, ao sinalizar que a chuva vai parar; o bom é sentir o frio desse vento acariciando meu corpo, enquanto acorda os sonhos para as delicias que estão para acontecer; essa é uma chamada de reavivar a liberdade que mora no coração; pois, ali bem próximo, fora de mim, as muralhas que aprisionam os ideais e delimitam o horizonte são as constantes noticias dos jornais... 

Foi aí, nesse percurso, que aprendi a conhecer o impossível interditando o tempo e caracterizando minhas buscas, porém, com o reinventar da realidade, também aprendi a aprender... Por isso, nalgum lugar terei que falar de um conceito: a entropia, porque preciso contrariar a afirmação de quem diz que 'se existe uma vontade haverá sempre um caminho' a percorrer; porquanto: assim como as folhas são diferentes, os ventos também são; entretanto somente a suavidade das respostas será a mesma em cada folha acariciada pelas distintas ventanias...

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Foto: Edu Carvalho