Somente com as palavras, em certos momentos, sinto-me na presença da multidão... Elas apresentam-me ao desconhecido e levam-me ao mais profundo de meu ser... também me sinto realizada com a intimidade delas... Por vezes, procuro uma linguagem prazerosa – que possa se movimentar em direção à oralidade nunca mencionada... 
Com efeito, cabe a mim a faculdade de desejar para estabelecer um conjunto de imagens que satisfaçam ao meu prazer de jogar com o verbo em ação; quanto mais me aproximo duma objetividade, tanto mais a imaginação interfere na minha sensibilidade... Em outros termos: sempre estarei pressupondo o ciclo  Natural da Criação... Com a autodeterminação da finalidade subjetiva, o poder da autonomia redireciona  a outra realidade... 
Ouço o silêncio  daqueles que se dispersaram ao longo do caminho; da amálgama desconhecida dos imprudentes, restam-nos  os odores e sabores dos desencontros desses  que celebram o ódio... Atenuar tal sentimento é o que nos motiva a saborear o conhecido prazer do aroma poético... Descompromissados com a objetividade do real, seguiremos ao encontro dos discursos  recheados de boas intenções dd semiologia/estilística, com na tênue proporção da celebração figurativa, ao sabor da solidão semântica... 
Por fim: espero-te na sutileza dos sujeitos que negam o determinismo mecanizado das hierarquias humanas...  Amar e amar, donde sempre haverá o verbo  amar: eis a consciência  ética do viver; nessa dimensão é constituído o sentido real de si mesmo... Pois bem, sempre, adiante, retomarei a velha nova ideia pela qual, na medida do compreensível,  se situa o interior do coração que sente...
Ilustração: Rio Purus... Foto: Arison jardim...
