Faz silêncio na escuridão da minha caminhada; dispenso os diálogos, qualquer contato: pairo por entre pensamentos, resisto aos movimentos, multiplico as sombras do passado e sinto o teu Olhar a condicionar os meus sentimentos...
Meu pensamento voa por entre amálgamas que me confunde e se misturam na confusão dos desencontros; mesmo assim busco, na solidão do ritual poético, as palavras certas para uma possível celebração ouvindo a canção da vida...
Sou uma simples Operária das Palavras
Através delas
Bebo a dor da humanidade
Por tantas razões
Nas fábricas do desejo
Alimento-me das emoções
Que nos mobilizam
Deslizo...
E, como um raio de Sol
Danço a minha solidão
No compasso do Mundo
Ouvindo uma Canção de dor
Na voz dum coração ferido...