Thomas Kinkade
Morre a tarde. Erra no ar a divina fragrância.
Fora, a mortiça luz do crepúsculo arde.
Nas árvores, no oceano e no azul da distância
Morre a tarde ...
Morrem as rosas. Minhas pálpebras se molham
No pranto das desesperanças dolorosas.
Sobre a mesa, pétala a pétala, se esfolham,
Morrem as rosas...
Morre o teu sonho?... Neste instante o pensamento
Acabrunha o meu ser com um pesar medonho.
Ah, por que temo assim? Dize, neste momento
Morre o teu sonho?...
BANDEIRA, M. Estrela da Vida Inteira. São Paulo: Círculo do Livro, 1998.
Fonte: Nova Escola