terça-feira, 9 de junho de 2015

Pedras do Destino...

Naquele túnel que existe dentro de mim, fui quebrando pedras e me desviando dos espinhos... Nas trilhas da vida duma mulher errante não existe apenas flores para colher; logo quando o caminho começa a florescer é a vida que chama para batalha... Assim por entre o brilho das luzes das estrelas e as pedras do destino existem as flores e os espinhos para aprender a conviver, por isso vou plantando amizade e seguindo sorrindo... 

Com a Esperança de me fazer entender, deixo uns fragmentos duma sugestão de leitura sobre a educação que acredito: "Deleite em passear por um texto que o tempo todo exige a presença do leitor, seja para assumir o papel de crítico ou de cúmplice da autora:

Foi estranho, talvez um pouco melancólico, perceber a minha faceirice quando, ao abandonar a leitura do livro para escrever estas "mal-traçadas- linhas", constatei que havia tomado um banho de refinamento e de simplicidade, de leveza e rigor teórico-literário e eu nem estava lendo um romance ou uma obra de ficção, mas um livro para e da escola, para e dos professores. 

O porquê da estranheza vocês vão poder conferir-concordar- discordar depois de ler o livro, mas eu me atreveria a dizer que parte dessa sensação se deve ao fato de o texto da Sônia ter conseguido materializar aquilo sobre o que ela "tematizou", ou seja, a necessidade de encararmos o saber não só na sua dimensão científica, mas também na sua dimensão cultural, poética, artística como estratégia contra a cristalização da nossa linguagem e da nossa prática pedagógica.

São palavras de Sônia Kramer: É de erotização do conhecimento que falo, de valorização do saber científico e do não-científico como pedras preciosas do fazer e do querer humanos. Pois quem mais conhece, senão o homem? Quem mais conhece a si próprio e fala a si e de si, senão o homem? Quem mais se faz sujeito no coletivo, senão o homem, e graças à linguagem que permite fazer e dizer a sua história?"

Com estes questionamentos, entre tantos outros, Sônia chega no tema da linguagem - central em todo o seu trabalho. Bakhtin comparece com a sua teoria da enunciação baseada na filosofia marxista da linguagem. Surgem então as idéias de polifonia, polissemia, do signo com natureza social, das interações entre consciência e ideologia, da plurivalência social que os signos sofrem, da relação entre vida e arte, das questões de estética, da língua como produto histórico... Tantos fios acabam por tecer a trama da linguagem na escola: que fala com as crianças, com os professores e conosco, professores-de-professores. Vygotsky é o terceiro interlocutor. Ele que "busca compreender o psiquismo e a consciência, a arte e a imaginação no contexto da produção humana"(p.86) surge como elo de ligação entre a "história, pela linguagem, indo em busca do sujeito". 

Noites simbolizando, no meu entender, o retorno ao começo do livro, do homem que se faz na história pela linguagem que narra, pelos rastros e marcas que deixa, pela vida que enfrenta, pelo que faz, produz e cria (...) 

"Desbloqueada a palavra, ela fala por uma prática pedagógica que permita eclodir a avesso, riso, choro, dor, gargalhada, quebrando as pedras da nossa linguagem, as cristalizações e o endurecimento que sofremos".(p.199) Minha vontade era de começar a recontar as histórias que ela conta acrescentando, é claro, as histórias que tenho para contar. Mas me contenho a tempo, afinal não vou contar o livro antes de vocês o lerem"... Link da resenha: aqui...

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