quinta-feira, 8 de maio de 2014

Dia...

De que céu caído, 
oh insólito, 
imóvel solitário na onda do tempo? 
És a duração, 
o tempo que amadurece 
num instante enorme, diáfano: 
flecha no ar, 
branco embelezado 
e espaço já sem memória de flecha. 
Dia feito de tempo e de vazio: 
desabitas-me, apagas 
meu nome e o que sou, 
enchendo-me de ti: luz, nada. 

E flutuo, já sem mim, pura existência

Pintura: Francine Van Hove