quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Asfixia na Multidão...

Certamente recuar não equivale nenhuma forma de covardia ou desistência... Sem intenção em me apropriar de alguma ideia inovadora, vou reafirmar o que os doutos já registraram, como possibilidade de justificar o que significa meu recuar... Somos, geralmente, influenciados uns pelos outros e nos inspiramos também pelos costumes de nossa época: na literatura, na arquitetura, no cinema, na música, na pintura... Assim vamos seguindo o mesmo processo de nosso tempo e, ao mesmo instante, vamos agindo inconscientemente, conforme os ideais de nossa cultura; eis aqui o foco elementar: quero sair do estágio da indiferença...

Aprendi que, diante da correria diária, é necessário parar para avaliar o itinerário já transcorrido, do mesmo modo devo pensar no que ainda virá... Por isso, vez por outro, tento desacelerar meu ritmo e dou uma recuada nas minhas atitudes: três passos para frente e um para trás, já que é devagar e com calma que se enxerga o horizonte... Assim tento evitar ser apenas mais uma na multidão, por vezes o tumulto da rua me deixa asfixiada, e essa asfixia proveniente da multidão, em nenhum momento, representa ou possibilita poder de criação... 

Embora nossa época seja propícia para os seres se reinventarem a cada novo ano, os ditames da política não são os mesmo para todos... Normalmente a gente não se reconhece, tão intensa é a multiplicidade dos costumes da realidade atual... Será que conseguimos explicar ou compreender os fenômenos, na atualidade, do olhar e do agir múltiplo?... Questiono-me porque a capacidade na rapidez da informação visual da cibernética é desnorteante e pode nos levar ao desencontro de nossa essência para sedimentar as personas... E para evitar o desespero causado pela dificuldade de visibilidade no caminho interior: paro!... Pois nem eu, muito menos você queremos atingir nossa meta antes do tempo adequado... Concorda comigo?...

Você aceita de bom grado que o toque seja substituído pelo olhar?... E essa onda de devorar por devorar as informações de forma visual sem chance de fixar no cérebro é digerível com naturalidade por você?... Comigo é diferente... não consigo aceitar com tanta facilidade esse consumismo de informação nem o consumismo visual... fico tonta... Mas existe outra marca de nossa época bastante compensadora... É formidável, e torna nossa atualidade maravilhosa, a variedade e a multiplicidade da arte: literatura, cinema, musica, arquitetura, pintura... por fim, com bons acordes, ouvindo e dançando, vou levando a vida...        

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