sábado, 30 de novembro de 2013

Operários da Palavra: O Poder Versátil da Humanidade Camuflada...

 Chegam a incitarem inveja, os operários das palavras... no labutar de suas construções, as personagens se tornam a própria realidade na ficção... Perguntas se sei como atingir tal perfeição?, não, desconheço a fórmula universal de tal fabricação; o proprietário dessa magia segue o mesmo padrão da exploração... Ainda no escuro da madrugada, o silêncio da mágica inspiração é a única companhia desse trabalhador da contramão, põe-se assim a moldar o imaginário do povão... Ciente daquela sofreguidão, ele acaricia um pedaço de pão; a xícara de café quentinho lhe serve como a enérgica reposição das ideias em formação... O seu sofrimento, em consequência da sensibilidade pela dor do irmão, é uma verdadeira comoção...

Sabe?... Os artistas acham muito difícil interpretar seus próprios sentimentos, suas emoções nunca são um vazio de paixão, para eles é dilacerante encontrar uma razão para expor o coração... Dessa forma quem sofre com a dor da humilhação também desconhece a fórmula mágica de expressar suas experiências na dor da isolação... No decorrer das vigências, tudo seria muito simples se houvesse um lugar para a verdade se apresentar como exemplo educativo de vivência do mero cristão, no entanto tal espaço é inexistente, e os sexistas não se permitem usar máscaras no processar dessa evolução... Persistentemente, os realistas se contentam com a esperança da morte... a serenidade da contemplação é, no passar dos dias,  para eles a única solução como forma de proteção no resguardar de suas emoções... 

Por outro lado, houve um período no qual a versatilidade servia como fuga para os mais sensíveis humanos se posicionarem como seres planetários, mas foi extinto: o poder versátil de movimentação ou representação... A máquina opressora dos homens de ferro aumenta a cada dia sua capacidade de formatar os humanos: fragmenta suas almas, dilacera suas emoções e destroem os corações, assim camufla suas subjetividades, peculiaridades e dissipa toda esperança de ser um irmão... E a maior angústia, diante dessa drástica situação, é seguir seguindo igual a todos na ilusão de ser um consciente cidadão... O odor desagradável das aves-de-rapina não se mistura na multidão... É muito repugnante explorar, mentir, trair, julgar, culpar, acusar, desrespeitar, odiar, invejar, imitar, desejar, opinar sem propriedade das ideias, criticar sem argumento consistente, enfim... É tão enjoativo acompanhar a moda vigente... Ah, cruel realidade camufladora da humanização... Nas sociedades do espetáculo não há lugar para sinceridade assegurar à nossa mão...