sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Recordar é Amar...

É muito chato quando faz tempestade num dia ensolarado, calmamente espero as nuvens passarem... A própria felicidade não poderia esperar que fosse o mais bem constituído de todos os destinos: um mérito à arte da criação, numa visão que não se percebe nem mesmo na ficção... 

Às vezes, quando fica escuro, com o mínimo possível de penumbra da palavra, esqueço o Sol lá fora, faz um dia notoriamente quente; sou domada por um choro compulsivo, no rosto as lágrimas me escorrem suavemente, lá no pequeno quintal, os pássaros cantam festeiramente...

Lentamente vou me afastando do presente, são as lembranças que insistem em renascer, para me tornar prisioneira da memória... E, quando a noite chega, vou lá fora, sinto-me acariciada pela penumbra do crepúsculo e afagada pelas sombras das árvores, apoio minha cabeça numa mangueira e sinto uma brisa leve a refrigerar minha alma... O Céu estrelado baila naturalmente sob a beleza da Lua...

Sem muita propriedade das ideias,  essa confortável climatização interior me traz as recordações mais pulsantes, mas, com a ausência dum cenário de paz, ouço a canção do rádio a dizer: “Necessito do Sol para viver: somos Luz”...