domingo, 8 de janeiro de 2012

Peregrinos do Amor...

Contemplo o mundo sentada à porta de minha casa e  vejo as paisagens passando pelo retrovisor da janela, fico estagnada como a serenidade duma anciã que não mais consegue acompanhar a velocidade do Tempo... E, assim reflito sobre Todos os Sistemas e Leis que regulamentam e normatizam minha vida: não me dão chance, muito menos permitem que eu seja autêntica e verdadeiramente humana, pois tenho que impulsionar o Capital alimentador dos desejos e  luxurias dos vãos sentimentos: estou submetida à prisão eterna; sou incapaz de tirar a mordaça que me sufoca e limita minha vida...

E, quando a certeza vem inspirada de poesia, tudo fica mais sensível, pois é quando os sonhos se transformam em cartas assinadas, no seio do tempo, que o vento levou... Amo amar como a todo bom sonhador que se envolve mais com as estrelas do céu do que com o Universo... E assim:
Caminho por entre espaços
Jamais vistos
Vivo os desencontros
E, por entre corpos despidos
Ouço teus gemidos
De dores dos desvalidos
Sob a luz da ilusão
Busco sentidos
Pois loucos náufragos
Somos nós: peregrinos do amor
Como féculas do caos
Somos solúveis partes
Confundindo olhares
Que outrora inventou
O nexo do sexo
Em pleno mar de amor
Ah! Sentimento puro
Suave, Leve, Breve!...