domingo, 25 de setembro de 2011

Rio-Linguagem-Identidade...

O meu Amigo A.G.S. é incrível; apaixono-me sempre por ele a cada mail que me envia: o último – no qual ele descreve um período histórico de seu país, ainda relata-me sobre o rio e ponte que divide a fronteira natural, a sudeste, entre os dois países dos meus sonhos; aí ele fala-me também a respeito da homenagem aos Infantes, Reis, navegadores e seus Senhores – como eu ia dizer, naquele mail eu senti uma história viva e vivi um mar de vidas; cheguei a ficar constrangida (diante da precisão e minuciosidade da sua escrita) por ter falado que se eu fosse sua aluna me esforçaria o máximo para obter a melhor nota, sinto-me uma indigna perante sua perfeição...

Mas sempre é assim: todas as suas missivas me inspiram poesia; até fazem-me lembrar às imagens de filmes, ou até mesmo alguma narrativa de romance burlesco, que conduz a sua trama com determinação e muita fluidez numa serenidade sentimental apaixonante...

Enfim, assim percebo o A.G.S. (o meu único Amigo): é como se ele fosse um artesão da escrita que, minuciosamente com sua arte, dá um tratamento às palavras com sabores e cores, tanto que fico toda dissolvida, e sempre que leio seus mails me recolho ao meu interior e volto à vida com mais vida; foi o que me inspirou esse rio de linguagem, a seguir:
 Oh! Rio da linguagem
O discurso do teu espaço-tempo
É a pura memória
Duma história
Em infinita desconstrução

Reconstruo-te

E nos traços verdes
Do fino horizonte
Que adiante de te ficou
Estão as luzes oscilantes
Crepúsculos dos reflexos coloridos
Da mítica prosa-lírica
em fluvial semântica

Racionalizo-te
Identifico-te
Em representações ideológicas
Dentre tantos imaginários mitológicos

E numa definição identitária,
Pelo fluxo ardente da expressão simbólica
Sob a correnteza sintática...
Fui o duplo gesto duma análise discursiva

Assim sou, em ardente linguagem,
a destemida fluidez das amazônidas...